Apaixonada por um Decepticon ♡

Usuário Ladiesman217

Dois meses se passaram, bastante demorados até. Minha rotina e a de Sam estava ficando repetitiva, sem sal. Era da escola para casa e da casa para a escola. Claro que saíamos para passar o tempo mas já estava saturado. Era como se estivéssemos vivendo em um looping extremamente entediante, sem nada de novo ou interessante para renovar nossa rotina. Queríamos algo inovador, diferente para se fazer e experienciar, queríamos construir novas memórias e desbloquear novas sensações que ficariam marcadas em nosso ser pelo resto de nossas vidas. Claro, queríamos fazer isso do nosso jeitinho, sem necessidade de ir a festas e bebedeiras como metade da escola fazia e ainda se pagavam de descolados - mal sabem que irão ter problemas de saúde antes dos 50. Apesar de querermos inovar nossa rotina, eu e Sam éramos como dois bichos do mato, tínhamos medo do novo e de sair em meio a muita gente, evitando e criando as maiores desculpas para não irmos em ocasiões com muita gente, sempre optando por ficarmos enfiados em casa ou sairmos para um lugar que já consideramos nosso por assim dizer, como restaurantes, lanchonetes e mercadinhos e praças do nosso bairro. No final, nossa reclamação sobre nossa rotina era o mesmo que nada pois, prometiamos que sairíamos em tal dia e iríamos tentar conhecer pessoas novas e explorar mais o mundo lá fora mas no final sempre acabavamos não realizando como o prometido. Resumo: dois atoas medrosos.

Era uma tarde de quarta, o dia estava nublado e chuvoso, a energia já tinha caído umas duas vezes devido aos fortes ventos e raios. Sam estava comigo, estávamos entediados já que havíamos desligado praticamente todos os aparelhos da casa para evitar que queimasse. Aquele com certeza era um grande sinal para que eu comprasse um gerador para casa e evitasse esse tipo de situação frustante.

Sentados em minha cama, Sam brincava com uma das minhas pelúcias que havia pego, um pequeno polvo rosa de crôche. Estava de frente para ele e de costas para a porta de correr de vidro que dava para a sacada do meu quarto, as cortinas estavam afastadas e era possível ouvir as gotas batendo violentamente contra o vidro temperado da porta e o urrar da ventania que se deixasse, levaria até mesmo as grandes árvores da mata atrás da casa. Entediada, arranquei o polvo das mãos de Sam e o joguei contra seu rosto sem motivo algum.

- Hey!

Abri um sorriso brincalhão.

- Me dá isso aqui. - Sam retribuiu o sorriso, agarrando o polvo antes que eu o tomasse de volta. Me deitei e o encarei.

- Você colocou seu carro na garagem? - Perguntei sem compromisso. Minha garagem era espaçosa e poderia caber até três carros, o que não seria um problema para Sam que viera em seu camaro e com essa chuva, era melhor que o carro estivesse seguro na garagem.

- Ah sim, eu guar.. -Sam congelou, pensativo. O polvo caiu de suas mãos contra o lençol macio, seus olhos se arregalaram. - Eu não guardei o carro!!

Meus olhos se arregalaram e nós dois levantamos desajeitados da cama, derrubando travesseiros e pelúcias,saímos do quarto às pressas e descemos as escadas aos tropeços. Chegando na sala, agarrei o controle do portão da garagem na mesinha na lateral da escada e corri para a entrada. Assim que saímos para fora, um relâmpago iluminou o céu e tudo ficou claro, seguido por um estrondo tão alto que fui obrigada a tapar os ouvidos e dar um pulo. Meu corpo estremeceu. Mesmo com os ouvidos tapados pude ouvir o grito de Sam ao fundo, não sabia dizer se foi pelo susto ou pelo fato de seu carro estar na chuva exposto às violentas gotas de chuva e ventania que carregava galhos e outros resíduos como pedrinhas.

O veículo estava estacionado abaixo da garagem no caminho de pedras, o vidro de cheio de pequenos galhos e sujo pelos resíduos da ventania. Olhei para Sam e apontei para o carro.

- Você tá com as chaves??! Vou abrir a garagem! - Gritei em meio a outro relâmpago estridente. Dito isso, apenas corri pela varanda encharcada em direção a garagem. Quase levando um tombo.