𝒻ℯ𝓇𝓇ℯ𝒾𝓇𝒾𝓃𝒽𝒶

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•Agressão.
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📍|São Paulo- Sp
Três horas da manhã, exatas três horas da manhã e eu aqui com a cara inchada de tanto chorar.

Motivo de todas essas lágrimas? Aldemir Ferreira, mais conhecido como Ferreirinha. Atacante do São Paulo Futebol Clube, ou meu "futuro" esposo.

Eu e Ferreira nos conhecemos a muitos anos, namoramos por dois anos e estávamos noivos a cinco meses.

E hoje ele decidiu que iria sumir com os seus colegas de time, solteiros. Como eu sei? Já liguei para a mulher de alguns dos seus colegas que possivelmente estaria com ele, e todos estão em casa. Menos ele.

Já havia mandado várias mensagens, ligações e tudo que era possível para localiza-lo, e nada dele ao menos me dizer onde ele estaria.

Depois de muitas lágrimas, o cansaço me venceu e eu escorei a cabeça no encosto do sofá. Acabei cochilando e acordei com a porta sendo aberta.

—O que faz acordada até essa hora, amor? —Ele pergunta chegando perto do sofá.

—O que você acha Aldemir? Isso é hora de você chegar? —Pergunto já me alterando.

—Pô linda, sai pra curtir um pouco com os moleques! —Ele diz chegando perto de mim.

Senti o cheiro de álcool de longe. Estava bebado, é óbvio!

—Saiu pra curtir? Poderia ao menos me avisar, você não acha? E com qual moleque você estava? —Perguntei cruzando os braços.

—Tava com o Luciano, o Calleri, Lucas, Rafinha. —Falou e senti meu ódio subindo.

—Deixe de mentira Ferreira, liguei para as meninas todos estavam em casa! Fala logo onde você estava. —Grito.

—Porra, eu fui te esquecer por um momento, caralho! —Gritou meu noivo, ou ex.

—Me esquecer Ferreira, pra que? por que me esquecer? —Perguntei já em lágrimas.

—Porque você é chata pra caralho, eu não te suporto mais porra. Não aguento ter que olhar para sua cara todo dia. —Gritou vindo pra perto de mim.

—Vai pro caralho, olha o que você está fazendo! Porque passou todos esses anos comigo então? —Perguntei me afastando.

Caminhei pra trás quando vi ele vindo em minha direção, até minhas costas se chocarem contra a parede.

—Porque eu te amava, eu achava te amava! Mas acabou a farça porra, eu não te amo, eu não te quero ao meu lado. —Ele falou e eu depositei um tapa em sua cara.

No momento que ele entendeu o que havia acontecido, ele me olhou com ódio, como se fosse voar em mim a qualquer momento. Então ele segurou em meu braço e olhou no fundo dos meus olhos.

—Voce não fez isso Sn. VOCÊ NÃO FEZ ISSO! —Ele gritou.

—Fiz e faria quantas vezes fossem necessárias até você aprender a ser homem. —Disse e me arrependi amargamente, quando senti meu rosto arder.

Ele tinha batido em mim, o homem com quem eu dividi anos da minha vida tinha acabado de me deixar um tapa na cara.

Coloquei a mão no rosto e o olhei, ele chorava. Talvez estivesse arrependido, mas já era tarde.

—Me desculpa, me perdoa meu amor. Eu agi por impulso. —Ele pediu se ajoelhando na minha frente.

—Vai embora da minha casa. —A única coisa que eu consegui dizer.

—Por favor meu amor. —Ele falou segurando meu rosto.

—Eu estou mandando você ir embora. Não quero te ver nunca mais, talvez em um tribunal. —Disse apontando pra porta sem olha-lo.

Ele chegou até mim e segurou o meu cabelo com força, me fazendo olhar para sua cara. Seus olhos estavam irreconhecíveis, nem pareciam os mesmos que me olhavam com tanto amor.

—Eu não vou sair daqui, você não vai contar para ninguém, ou eu acabo com a sua vida. —Ele disse.

O olhei nos olhos e cuspi em sua cara, despejei todo o meu nojo por ele. Ele mereceu isso, e tudo que acontecesse de ruim em sua vida.

Ele passou a mão onde eu tinha cuspido e deu um sorriso tenebroso, sorriso que eu não reconhecia. Não era a mesma pessoa que conheci a anos atrás.

Ele segurou meu cabelo com mais força e depois de jogou contra parede, ficando com o rosto a centímetros do meu.

—Conte sua vadia. Você acha que alguém vai acreditar em você? —Ele segurou meu rosto com apenas uma mão.

Ele apertava minhas bochechas com muita força e eu só sabia chorar e chorar.

—Para de chorar, caralho! Já está me enchendo o saco. —Ele me joga novamente contra parede.

Eu me sentia impotente, como se algo tivesse tomando conta de mim e me deixando vulnerável, como se não pudesse fazer nada pra impedir.

Ele me deixou outro tapa no rosto e o segurou com apenas uma mão, deixando um selinho demorado logo em seguida.

—Vamos dormir, cariño. Não é assim que o Colombiano te chama? —Ele diz e vira de costas indo em direção ao quarto.

Me jogo no chão, pensando em como tudo virou de cabeça pra baixo. Mas agora, eu sabia o motivo de toda essa raiva dele.

Era o Richard. Eu morei na Colômbia por anos, desde meus 6 meses de vida.

Minha família e a de Richard eram muito próximas, por serem vizinhos desde antes do meu nascimento. Contudo eu e ele nos tornamos bons amigos com o tempo. Separados por ele vir jogar no Rio de Janeiro e após alguns anos eu me mudar para são paulo.

Recentemente nos reencontramos em um choque-rei, e o apelido que me dera no passado ainda continuava o mesmo.

Mas, isso não justificava uma agressão, e nem qualquer outro coisa que ele tenha feito.

•••
Notas da autora
Como eu disse que nem tudo seriam flores, aí está um cap. do nosso Little Ferreira.
Meu coração doeu de escrever esse do meu Little Ferreira!🥹
Mas vou recompensa-lo com outro.
Espero bastante que gostem. ❤️

Curtam e comentem para os próximos capítulos.

ℐ𝓂𝒶𝑔𝒾𝓃ℯ𝓈   𝒥ℴ𝑔𝒶𝒹ℴ𝓇ℯ𝓈 Onde histórias criam vida. Descubra agora