agora um se torna dois

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O jantar prosseguiu bem, elas passaram horas conversando sobre a vida e rindo de coisas idiotas. Aquele era o primeiro encontro delas no qual Jimin se permitiu ser ela mesma, deixando de lado todas as suas façanhas rudes e odiosas. De vez em quando rolava uma implicância ou outra, mas aquilo já tinha se tornado algo tão natural das duas que as mesmas não se incomodavam, era uma dinâmica que elas gostavam de possuir. Jimin apenas se permitiu aproveitar a essência daquele momento, porquê tinha colocado em sua cabeça que ele seria o último, então se deixou sentir tudo que tinha direito e sendo honesta consigo mesma, a garota estava amando cada segundo daquela noite.

A mais velha nunca havia se apaixonado genuinamente por ninguém, seus 24 anos de vida não lhe trouxeram muitas experiências amorosas e em determinado momento ela apenas desistiu de correr atrás do amor. Entretanto, conhecer Kim Minjeong foi como adentrar um oceano desconhecido, um misto de sentimentos confusos e conflitantes que faziam com que Jimin quisesse desesperadamente fugir, mas que ao mesmo tempo ela sentia uma vontade imensa de desbravar.

Conforme a noite se seguia, Jimin ficava mais apreensiva, pois sabia que o momento de contar a "verdade" para Minjeong estava chegando. Ela estava adiando ao máximo, não queria magoar os sentimentos da menor, que o tempo todo havia sido o mais incrível possível e fazendo de tudo para agradá-la. Jimin se sentia um monstro, mas continuava insistindo que aquilo era o certo a se fazer.

— Vem, quero te mostrar uma coisa.
Minjeong disse, pegando na mão da mais velha e a guiando para o seu quarto.
Jimin engoliu em seco e decidiu que aquele seria o momento no qual ela diria tudo que precisava e iria embora sem olhar para trás.

Ao entrarem no quarto, Minjeong pediu para que Jimin se sentasse na cama e logo em seguida se sentou ao lado da mesma.
— Eu tô com um pouco de vergonha de te mostrar isso, mas eu queria muito que você visse antes de todo mundo.
A garota disse, com um sorriso no rosto e as bochechas coradas. Ela então pegou seu violão e começou a tocar.

Acenda seu coração
Para que eu possa vê-la brilhar
Diga o que você vê
Tente se sentir comigo em qualquer lugar que você vá
Conecte-se ao meu coração
Eu quero que você aprenda
Cada pequena coisa sobre o nosso amor
Ilumine a noite, respire em minha alma

Uma pequena faísca é tudo que eu preciso
Um calor queimando por algo novo
Uma pequena faísca e você me libertará
Agora um se torna dois

Jimin estava imóvel, entretanto seu coração batia a mil por hora. Era como se tudo que ela tinha certeza caísse por terra, seu coração clamava pela garota como a noite clama pela lua, seu corpo inteiro gritava por Minjeong e ela não conseguia mais esconder isso de si mesma.

— Ela ainda não tá pronta, mas eu fiz pensando em você.
A loira diz, deixando o violão de lado.
Jimin sentiu suas bochechas molhadas e quando se deu conta haviam lágrimas escorrendo de seus olhos.
— É-é linda Minjeong... E-eu não sei nem o que dizer.
A menor se aproximou, colocando uma mão sobre o rosto de Jimin, limpando as lágrimas da mais velha.
— Não precisa dizer nada.

Foi nesse momento tão íntimo das duas que Jimin finalmente cedeu às vontade mais profundas de seu coração. Em um súbito ato de coragem, a morena se aproximou e quebrou a distância entre as duas, depositando um beijo nos lábios da menor. O beijo era doce e suave, os lábios de Minjeong eram macios e tinham gosto de gloss de cereja. Aquele simples toque foi capaz de despertar todos os sentimentos que estavam escondidos bem lá no fundo do coração de Jimin, que sentia seu corpo arder por inteiro.

O beijo foi ficando mais intenso, desesperado, como se as duas estivessem a vida toda esperando por esse momento. As mãos de Minjeong estavam no pescoço de Jimin, indo para a nuca e apertando os cabelos da garota. Enquanto isso, as mãos da maior passeavam pelo corpo da mais nova, ansiando por descobrir cada centímetro dele. Ela então parou em sua cintura, puxando-a para mais perto. Cada parte do corpo das duas clamava por mais, seus corpos faziam movimentos sincronizados em um encaixe perfeito, como um verdadeiro encontro de almas.

a princesa e a plebeia.Onde histórias criam vida. Descubra agora