uma luz no fim do túnel

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Um mês havia se passado desde que tudo aconteceu e como praticamente tudo que acontece na internet, as pessoas haviam se esquecido de Minjeong e Jimin. Nem as próprias fãs da loira tocavam mais nesse assunto, muito menos o resto da internet.

O quadro de Minjeong estava sendo transmitido no SBT, e quase como um karma, todo domingo a presença da menor inundava a sala da casa de Jimin, mesmo que involuntariamente.  Então o fatídico dia em que o seu episódio com Minjeong ia ao ar chegou, e mesmo tentando ao máximo, foi impossível evitar ver.

A garota havia saído de seu quarto para ir ao banheiro, quando se deparou com sua mãe na sala assistindo o programa. Ao notar a presença da filha, Taeyeon automaticamente mudou de canal, por saber que ver aquilo seria doloroso para Jimin.
— Tá tudo bem mãe, relaxa. — Ela diz num tom calmo, forçando um leve sorriso.
Taeyeon apenas assentiu e esperou a filha sair do cômodo para voltar ao programa.

Jimin voltou para o seu quarto, entretanto não entrou de imediato. Ficou um tempo ali na porta parada olhando para sua própria imagem e a de Minjeong na tela. Era inegável a conexão que as duas tinham, pareciam que já se conheciam antes. Os olhares, as risadas e a química que exalava entre as duas eram formas diferentes de demonstrar que aqueles dois corpos foram feitos para estarem juntos. O magnetismo que elas possuíam era inerente.

Quando continuar vendo a imagem de Minjeong na tela se tornou doloroso demais, Jimin voltou para o seu quarto. Ao passo que seu coração estava cheio de lembranças e seu peito gritava de saudades pela outra garota, sua mente continuava numa tormenta incessante de raiva e culpa. A morena se sentia culpada por ter jogado fora um futuro com Minjeong, por uma coisa tão estúpida, e agora achava ser tarde demais para voltar atrás. No meio de lágrimas e lembranças, Jimin adormeceu na esperança de que aquela loira com um sorriso brilhante a visitasse em seus sonhos.

[...]

Jimin acordara com batidas leves em sua porta. Cerca de quatro horas haviam se passado desde que ela adormecera. Sentiu seu travesseiro molhado por conta do choro, sua boca estava seca e ela se via desnorteada pelo súbito despertar. Com um pouco de dificuldade, ela se levantou, sentindo sua cabeça girar devido a tontura provocada pelos seus movimentos repentinos. Ao abrir a porta, se deparou com sua mãe parada na sua frente, olhando-a com ternura.
— Filha, eu fiz seu prato preferido. Por que você não vem e tenta comer um pouco comigo?

A barriga de Jimin roncava, ela mal se lembrava de quando fizera uma refeição decente pela última vez, e pra completar, o cheiro de lasanha que invadia seus pulmões era extremamente convidativo para recusar. A garota assentiu com a cabeça, e tanto ela quanto sua mãe foram em direção a cozinha. A garota se sentou a mesa e sua mãe gentilmente lhe serviu, fez o mesmo para si e então se sentou ao seu lado.

As duas comeram em silêncio, apenas aproveitando a companhia uma da outra. Jimin se sentia muito grata por ter uma mãe como Taeyeon, que sempre fora muito compreensiva e amorosa com ela. Desde que perdera seu pai ainda muito nova, sua mãe era a única que sempre esteve ali por ela.

Ao terminarem a refeição, Jimin agradeceu pela comida e ao passo que ia se levantar da cadeira para voltar ao quarto, sua mãe a impediu, segurando em seu braço.
— Jimin, eu queria conversar com você.
A garota olhou confusa para a mãe, que tinha um olhar apreensivo e parecia um pouco sem jeito.
— Claro, pode falar. — A morena respondeu, sem entender muito bem onde sua mãe queria chegar.

A mesma respirou fundo e então começou a falar.
— Olha filha, eu tinha muitas dúvidas se iria te contar isso algum dia, mas sinto que você precisa ouvir.
Ela fez uma pausa e então continuou.
— Quando eu tinha mais ou menos a sua idade, conheci uma pessoa. Ela entrou na minha vida de repente e eu me vi perdidamente apaixonada. Me lembro até hoje do som da sua risada e sendo sincera acho que ele vai ecoar dentro de mim para sempre.

Jimin estava paralisada, prestando atenção em cada palavra se sua mãe. A mesma falava tudo com um sorriso genuíno, mas ao mesmo tempo com um certo pesar em seu olhar.
— Seu nome era Tifanny. Nos conhecemos por conta do trabalho e desde o primeiro dia que nos vimos, não nos desgrudamos mais.

Os olhos de Jimin se arregalaram ao ouvir aquilo. Nunca imaginara que sua mãe já havia se apaixonado por uma mulher, e muito menos que fosse algo tão profundo e íntimo para ela que a mesma nunca havia comentado sobre.
— Eu a amava muito filha, mas as coisas antigamente eram mais difíceis sabe. — Ela faz outra pausa e engole seco.
Jimin pôde notar seus olhos um pouco marejados, e então colocou a mão sobre a mão de sua mãe. A mesma sorriu com o gesto e prosseguiu. 

— E então eu conheci o seu pai. Ele era um homem charmoso, com ele a vida seria mais fácil e naquele momento eu fiz uma escolha. Eu tinha muito medo e achava que não merecia o amor de Tifanny, por isso a deixei ir. Eu não me arrependo das minhas escolhas, pois se não fosse por isso, você não estaria aqui hoje. Mas não tem um dia sequer que eu não pense em como as coisas seriam se eu não tivesse sido tão fraca.

Taeyeon colocou uma mão sobre o rosto de Jimin, a olhou no fundo dos olhos e disse:
— Por isso filha, eu não quero que isso aconteça com você. Eu não quero que você sinta o que eu senti, então por favor, vai atrás da Minjeong. Não vale a pena viver uma vida pensando no que poderia ter sido, quando você pode consertar as coisas agora.

Jimin sentiu uma lágrima escorrendo de seu rosto, sua mãe carinhosamente a limpou e sorriu. A mesma também chorava. As duas se abraçaram e então Jimin sentiu como se finalmente tivesse se libertado das correntes que a puxavam para as profundezas do oceano que ela possuía em sua própria mente.

 As duas se abraçaram e então Jimin sentiu como se finalmente tivesse se libertado das correntes que a puxavam para as profundezas do oceano que ela possuía em sua própria mente

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