a princesa e a plebeia.

pra que café quando se pode tomar chá?

Jimin acordara naquela manhã com a sensação quente da luz do sol batendo em seu rosto, abriu os olhos e percebeu que aquele não era o ambiente usual que ela estava acostumada a ver todos os dias, sentiu um peso em seu peito e ao olhar para baixo viu uma Minjeong adormecida em seus braços. Foi nesse instante em que todas as lembranças da noite anterior a atingiram em cheio como quem toma um caldo no mar.

A morena entretanto não se arrependia, já que aquela havia sido a melhor noite de sua vida. Porém, sua cabeça repleta de pensamentos incessantes, era muito sagaz em imaginar todos os piores cenários possíveis de como isso poderia dar errado. Minjeong poderia acordar e perceber que cometeu um erro, que elas nunca dariam certo juntas, que a carreira dela estaria em jogo se ela aparecesse namorando uma mulher publicamente...

Jimin não conseguia parar de pensar e uma sensação angustiante crescia em seu peito. Foi então que Minjeong despertou e tirou Jimin dessa espiral em sua mente. A loira também demorou alguns segundos para recobrar consciência e se lembrar de tudo que havia acontecido. Sentia seu travesseiro mais macio que o usual e logo percebeu que na verdade estava deitada nos braços da mais velha, com a cabeça em seu peito e as duas nuas. A mesma então corou e levantou sua cabeça para encarar Jimin, que a olhava de volta.

A visão de Minjeong com a cara amassada, rosto e boca corados, corpo nu e um sorriso brilhante foram suficientes para silenciar a mente de Jimin, que teve como única reação naquele momento, sorrir de volta e envolver a menor em seus braços, abraçando-a e distribuindo beijinhos em seu rosto e pescoço, arrancando risadas das duas. Mesmo não tendo certeza de como seria dali pra frente, se elas dariam certo ou não, se conseguiriam enfrentar todo o medo e preconceito, Jimin estava disposta a tentar. Ela sentia no fundo de seu coração que Kim Minjeong valia a pena.

Depois de um tempo trocando carinhos, as duas decidiram levantar, pois a fome falava mais alto. A mais velha ainda estava um pouco envergonhada com tudo, era estranho estar tão íntima de alguém que ela jurava até a morte odiar por completo, mas aos poucos foi relaxando e se acostumando com a ideia. Minjeong com o seu jeitinho bobo e suas piadinhas idiotas, fazia Jimin rir e Jimin vez ou outra implicava com Minjeong, a provocando e arrancando sorrisos de canto das duas.

As duas agora se encontravam na cozinha, com a loira preparando o café da manhã e a morena ajudando-a. A menor insistiu em fazer panquecas e estava realmente empenhada nisso. Jimin parou para observá-la, foi então que notou que a mesma fazia um biquinho quando se concentrava e viu sua expressão mudar rapidamente para um cenho franzido e uma cara de brava no momento em que tentou virar a panqueca e falhou, partindo-a ao meio.

A cena foi tão simples e ao mesmo tempo tão bonita que a morena não se conteve e sentiu uma urgência de abraçar a menor, chegando por trás e envolvendo os braços em sua cintura, colocando a cabeça em seu ombro.
— Sabe, se você continuar fazendo esse tipo de coisa, vai ficar cada vez mais difícil arrumar motivos pra te odiar.
— Engraçado você dizendo isso... Ontem a noite não parecia que você me odiava.

Jimin fingiu se ofender, dando um leve tapinha no ombro de Minjeong. A menor então se vira de frente para a morena e recosta no balcão. Com um sorriso ladino e um tom provocativo, Minjeong diz:
— Parece que alguém aqui perdeu nosso acordo, aquela história de você me explicar o porquê me odeia não vai colar muito depois de tudo que aconteceu.
A loira para e olha para boca da mais velha, descendo o olhar para o seu corpo. A mesma usava uma camisa branca larga, um samba canção azul claro e meias brancas cano alto, roupas essas que eram da mais nova, mas que incrivelmente ficavam melhores em Yu Jimin no que nela própria.

Naquele momento notou pela primeira vez as marcas que havia deixado no pescoço da mais velha na noite anterior, e então um sentimento de orgulho misturado com posse a dominou como um animal marcando seu território. Minjeong queria que Jimin fosse dela, da mesma forma que ela queria desesperadamente pertencer a Jimin. A mais velha então tirou suas mãos que estavam apoiadas no balcão e as colocou na cintura da menor, puxando-a para mais perto.