CAPITULO 17 - O NOME

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P.V: AUTORA.

A sala estava tomada por uma penumbra inquietante, acentuada apenas pelas luzes suaves da cidade que penetravam pelas amplas janelas do apartamento de Amber. A localização, em um dos prédios mais altos da cidade, não era mera escolha estética. Estar ali oferecia a sensação de poder, de controle, algo que as três mafiosas, Gabriela, Amber e Lina, valorizavam acima de tudo.

Elas haviam se reunido naquela noite para discutir algo grande, algo que poderia mudar o rumo de seus negócios e as colocar em uma posição estratégica ainda mais perigosa. No centro da mesa, um arquivo volumoso, suas bordas desgastadas como se já tivesse passado pelas mãos de muitas pessoas antes de chegar até ali. Lina, sempre a mais curiosa, folheava as páginas com cuidado, enquanto Amber se mantinha em silêncio, observando com seus olhos astutos.

— Este nome... é importante — disse Lina, suas unhas longas e afiadas arranhando levemente o papel amarelado. — Victor Trevisan.

— Trevisan? — Gabriela franziu o cenho, cruzando as pernas com elegância enquanto se recostava na poltrona de couro. — Nunca ouvi falar. Quem é ele?

Amber, que até então observava em silêncio, se levantou da cadeira e caminhou até a janela, olhando para a cidade lá embaixo, onde as luzes das ruas piscavam como pequenas estrelas.

— É isso que me preocupa — ela disse, virando-se para as outras. — Estamos há anos nesse jogo, e nunca cruzamos com esse nome. Como alguém pode ser tão importante e, ao mesmo tempo, invisível?

Havia algo de errado. Elas estavam acostumadas a lidar com nomes de peso — chefões, capangas, políticos corruptos, todos com histórias conhecidas, mesmo que guardadas nas sombras. Mas Victor Trevisan era diferente. Ele não aparecia em relatórios de vigilância, nem em arquivos da polícia ou da mídia. Era um fantasma, um nome solto em um mar de informações sigilosas.

— Ele está ligado a uma rede de tráfico, lavagem de dinheiro e... algo mais profundo — Lina continuou, seus olhos vasculhando cada detalhe das folhas amareladas que agora se amontoavam sobre a mesa. — Não conseguimos rastrear muita coisa dele. Apenas uma referência aqui e ali, mas nada concreto.

Gabriela, sempre a mais prática, bufou, impaciente.

— Então, o que estamos fazendo aqui? Se ele é tão anônimo, talvez não valha nosso tempo.

— Ou talvez seja justamente isso que o torna perigoso — Amber interveio, sua voz baixa e cheia de gravidade. Ela se afastou da janela, sentindo o peso da responsabilidade crescente sobre seus ombros. — Você não esconde um nome assim a menos que tenha algo muito grande a proteger.

A sala mergulhou em um silêncio denso. O ar estava carregado de expectativa e tensão. As três sabiam que estavam à beira de algo maior, mas a falta de informações concretas as deixava inquietas. Eram como predadoras à espreita de uma presa que ainda não haviam visualizado completamente.

— Precisamos de mais — Lina finalmente disse, fechando o arquivo com um leve estalo. — Isso é uma ponta de um iceberg, e nós não sabemos o que tem por baixo.

Gabriela, com sua elegância e ar de superioridade, sorriu de canto.

— Então, vamos começar a cavar.

Amber se aproximou da mesa, pegando uma das folhas que continha uma vaga descrição de Trevisan. Era uma linha fina, quase imperceptível, que o ligava a uma transação milionária envolvendo empresas fantasmas espalhadas pelo mundo. Ela sabia que, se fossem atrás dessa pista, estariam entrando em águas perigosas.

— Temos que ir com calma — Amber alertou. — Esse cara, seja quem for, está se escondendo de mais do que apenas a polícia. Se ele for realmente alguém importante, haverá mais gente de olho nele... além de nós.

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