O Amor Manda Mensagem

23 | Narração.

Acordei super animado hoje, pulei da cama e fui direto tomar um banho. Passei cerca de vinte minutos debaixo do chuveiro, escovei os dentes e fiz uma tal de skincare que Sunoo havia mencionado uma vez em uma de nossas conversas. Voltei para o quarto e abri meu guarda-roupa, procurando uma roupa apresentável para poder ir até a casa do Kim.

Optei por uma calça cargo azul clara, uma regata branca e uma jaqueta de couro por cima. Arrumei meu cabelo e passei uma boa quantidade de perfume, passei meu protetor labial e coloquei uma pastilha na boca.

Sai de casa às pressas, sem nem comer nada, peguei o primeiro ônibus que vi no ponto e desci em outro ponto perto da casa de Sunoo. Passei dez minutos caminhando até poder chegar em sua residência, e muito antes de me aproximar, pude ouvir a música Poker Face tocando lá dentro. Ele ama Lady Gaga.

Toquei a campainha duas vezes por precaução — ele poderia não escutar só o primeiro toque. E alguns minutos depois eu ouvi o barulho da porta destrancando, e não demorou para ela se abrir e relevar o mais velho com uma roupa adorável.

— Meu Deus! Você não me avisou que chegaria cedo assim!

— Eu saí animado... Desculpe. – Cocei a lateral da nuca. — Atrapalhei algo?

— Não, jamais! É que eu queria estar apresentável... – Falou com um bico nos lábios; sorri.

— Você está lindo, Hyung.

Sunoo vestia uma jardineira jeans e uma camisa branca com morangos desenhados.

— Muito fofo. – Continuei elogiando, mesmo vendo suas bochechas mais vermelhas que os morangos de sua camisa.

— Obrigado, Niki! Você também está muito lindo.

Ele me deu espaço para entrar logo em seguida, fechou a porta e abaixou a música que tocava. Me sentei no sofá e o observei sair da playlists de música do YouTube.

— Você já comeu?

— Ainda não. – Respondi com um meio sorriso no rosto.

— Quer comer alguma coisa? – Colocou as mãos no bolsinho que tinha na jardineira.

— Sou acostumado a não tomar café da manhã, estou bem.

— Isso faz mal, sabia? Vou buscar uma salada de frutas pra você comer.

— Não, não! Fica aqui...

Sunoo me olhou como se estivesse lutando contra a vontade de fazer o que eu queria, então ele veio até mim e se sentou ao meu lado.

— Sobre ontem...

— Você não gosta mais da Nako? – O loiro me interrompeu, me deixando surpreso com a pergunta.

— Ela morreu, Sunoo.

— Não é motivo pra deixar de gostar.

— É sim. Ela não está mais aqui, não adianta gostar de alguém que já se foi.

— Eu pensei que...

— Não pense, por favor, não seja igual a mim e pense bobagens! Tudo que falei ontem é verdade e não quero que pense o contrário. Sunoo, eu estou sentindo algo por você, só não sei o que é exatamente! Você é o primeiro homem que me sinto assim.

— Isso é bom ou ruim?

— É bom, porque eu quero que você seja meu primeiro em tudo. – Fui sincero, jogando a bomba no ar. — Eu nunca beijei, a Nako tentava mas eu não sentia vontade. Nunca fiz sexo, ela não me atraía sexualmente. E tudo bem se eu não for o seu primeiro nessas coisas, só quero que saiba que eu estou pronto para qualquer coisa que você queira fazer comigo! E eu só estou me sentindo assim porque é você.

— Niki...

— Eu sinto vontade de te beijar. Você me deixa tenso, eu não penso direito na sua presença... Me sinto quente sempre que estamos próximos demais. Me dá um formigamento estranho naquele lugar... Você me excita.

As palavras saiam de forma natural, e eu não me importava com isso. Era bom por pra fora.

E eu percebi que fiz a escolha certa em dizer tudo aquilo, no momento em que senti os lábios rechonchudos do Kim se juntarem aos meus.