Meu Snake

Capítulo 11 🐍 🪂

-- Fala o que você quer, taipan. – O macho sai da água perguntando e me encara com tédio. Reviro os olhos e me aproximo mais. – Não deveria ficar entrando no meu território. – Diz bravo.

-- Não estou vendo ninguém aqui. Isso deixou de ser o seu território a um tempo. – Falo e paro quando sinto cheiro de fêmea vindo dele. – Encontrou a sua fêmea? Ela tem um cheiro .... Diferente. – Falo estranhando.

Sua feição muda um pouco, mostrando que o seu tubarão estava na borda e seus dentes afiados. Dou de ombro e vou ao que interessa.

-- ..... Quero .... Poderia, me dá alguns peixes? – Pergunto um pouco contragosto.

-- Repita. – Diz se fazendo de besta. Noto seu sorriso de lado.

-- A porra dos peixes! Pode me dá alguns? – Falo entre dentes.

-- Com menos agressividade agora e .... – Vou para ir para cima dele, mas o mesmo ergue as mãos. – É brincadeira, calma. – Sorri. – Por que você mesmo não entra e pega? – Cruza os braços.

-- Eu estava pedindo para entrar na água para poder pegar, não para você pegar. – Informo e o mesmo arqueia a sobrancelha.

-- É para a sua fêmea? Ela está sendo o assunto mais falado no oceano. – Diz e me aproximo mais. – Calma, não precisa vim para cima de mim. – Sorri. Odeio esses sorrisos dele. – Parece que uma orca está tentando procura-la próximo do seu território. Não sentiu ela se aproximando? – Nego.

Como estava mais focado nos humanos tentando entrar, não dei muita importância na direção que os cabeças de peixe conseguem entrar no meu território. Eles são os únicos de todos que eu não me importo se entrar sem a minha permissão.

-- Olha, pode entrar no mar. Sabe que nunca liguei quando entrava para caçar o que comer. – Sorri e me olha nos olhos. – Estarei voltando para o meu território. Minha fêmea vai precisar de terra firme e também o meu povo senta a falta daqui. –

-- Ela tem um cheiro estranho. – Comento.

-- É porque .... – Se cala e se vira para o mar, e inclina a cabeça um pouco para o lado como se quisesse ouvir melhor. Ele sorrindo de lado e se vira para mim novamente. – Tenho que ir. Até mais Taipan. Qualquer dia apresenta e sua fêmea para nós. –

-- Por que eu faria isso? – Pergunto com tédio.

-- Por que somos seus amigos e ela vai gostar de ficar próxima de outros como ela. – Dá de ombro e começa a entrar no mar.

Reviro os olhos mas acabo sorrindo de lado, o que me faz fechar novamente e perceber que estava fazendo isso muito.

-- Aquela fêmea. – Bufo e fico na minha forma animal, entrando no mar.

Termino de tomar um banho e me trocar, saindo logo depois dos fundos da caverna e solto um suspiro parando na frente da caverna. Penso se saiu ou não, tendo meu medo estando maior que a curiosidade.

Para de ser medrosa mei! Você é uma paraquedista, uma Li, e os Li enfrentam tudo a sua frente sem medo.

Fecho os olhos e saio de vez para fora, sentindo o sol batendo no meu rosto, e tomo um susto quando sinto tocarem no meu ombro. Me viro para o lado e vejo o mesmo moço de antes.

-- O que a senhora está fazendo parada aí? Ainda de olhos fechado. – Sorri.

-- Eu só estava .... Tomando coragem. – Dou de ombro.

-- O alfa mandou todos ficarem em suas formas humanas, até mesmo os filhotes. – Comenta. – Ninguém irá feri-la. Eu estou aqui para garantir isso. – Confirmo o encarando. – O que a senhora quer ver primeiro? – Olho em volta vendo somente mato.

-- O que tem de legal aqui? – Pergunto e ele olha para cima.

-- Tem ..... O lago. As fêmeas gostam de ficar por lá. – O encaro. – Eu não fico olhando, só que todos sabem onde elas ficam e .... E tal. – Noto ficar vermelho.

Dou risada e confirmo indo com ele até lá, e durante o caminho, vejo muitas mulheres, a maioria são morenas e pouquíssimas loiras. Notando também que praticamente todos tem os olhos claros, duas ou três com olhar meio opacas.

-- As cobras delas estão trocando de pele. Por isso que os olhos delas estão assim. – Confirmo. – Os homens são maiores, mas depende da espécie também. Eles têm a tonalidade de pele mais clara também, por isso que vai estranhar pelas mulheres serem mais morenas que nós, machos. – Aponta para uma direção.

Quase abro a boca ao ver os machos que ele apontou. Só de ver os braços deles, conseguia ver que o resto era de dá água na boca e seus olhos marcantes dava destaque. Entre aqueles homens, tinha um com o olho vermelho e travo no lugar vendo aquilo.

Caramba ..... Que maneiro! Acho que estava encarando muito, já que ele olha para baixo e vira para o lado.

-- Se você encarar eles muito, vão achar que não gostou deles e poderão ter problema com o alfa. – Sat diz receoso.

-- Ah, me desculpe. Eu só estava impressionada com os olhos dele. – Falo me sentindo envergonhada.

-- Ele é uma dormideira. – Diz simples e fico um pouco confusa. – A espécie dele. Ele é bem dócil apesar dos olhos darem medo. – Sorri e volto a olhar para aquele homem que estava coçando os olhos. – É uma espécie boa para os humanos, eles gostam de ficarem pertos de vocês. – Acabo sorrindo.

Antes de dizer algo, sou empurrada um pouco para frente e caindo no chão, sentindo algo molhado nas minhas palmas e rosto, sendo o cheiro de barro. Sinto braços me segurando pela cintura e sou puxada para cima por um braço mesmo, olho para frente e vejo que era aquele homem de olhos vermelhos.

-- A senhora está bem? – Pergunta baixo e noto ficar vermelho.

-- Sim, obrigada. – Confirma e tira rápido as mãos de mim.

Me viro para trás e vejo sat de frente a uma criança que estava de olhando para o chão e cabeça virada para o lado, atrás de si tinha mais duas. Uma mulher se aproxima um pouco raivosa, com os olhos dilatados em uma linha só.

-- Me desculpe, tio. Eu não a vi. – Fala com a voz chorosa.

-- Está tudo bem, Sat. Não se preocupe. É só barro. – Falo e a mulher me encara.

-- Tem certeza que está bem? – Confirmo.

-- Vai contar ao alfa? – Pergunta fazendo um bico e nego sorrindo de lado. – Jura. – Beijo meus dedos cruzados.

-- Isso mostra que não podemos quebrar uma promessa. – Ele sorri e me abraça rapido, logo saindo correndo com as outras crianças.

-- ..... Obrigada. – A mulher diz e dá as costas, voltando seja lá de onde ela saiu.