S/n pov
Eu achava que não existia alguém mais azarada do que eu, e realmente não deve existir essa pessoa. Perder o Campeonato e ter sua escola queimada, não é coisa que aconteceria na vida de qualquer um, mas sim na minha. A minha vida nesses últimos tempo está parecendo um filme mal produzido, onde sempre tem muita informação para as pessoas que assistem, fazendo com que nem eles entendam o que está acontecendo. Sinto como se tudo que eu fizesse até agora não adiantasse de nada, porque seria jogado no lixo de alguma forma.
Deitada na minha cama, eu jogava a bola de vôlei para o ar e pegava ela, eu estava entediada, e queria poder caminhar com a minha mãe Anne. Em casa só tinha eu e a mamãe Carol, e agora ela fazia algum doce para tentar animar a casa, enquanto eu estava no quarto me lamentando, e a mãe Anne estava trabalhando. Era um inferno ter que ficar deitada na cama jogando a bola para o ar, mas infelizmente era a única coisa que eu conseguia fazer agora.
Estou evitando falar e ver qualquer um, não atendo e nem respondo a minha melhor amiga, muito menos o clube e as pessoas mandando mensagem de força. Porra, eu não perdi nenhum parente para receber mensagens assim!
Pego a bola e jogo ela para longe, e grito alto batendo no travesseiro. Gritar contra o travesseiro enquanto soco ele se tornou parte da minha rotina.
Escuto batidas na porta e fecho os olhos tentando me acalmar.
– Pode entrar mamãe.
A minha mãe entrou sorrindo com um pote de cookies que ela sempre fazia quando eu estava triste ou com raiva. Alguma e coisas realmente nunca mudariam, porque eu continuaria sendo mimada pela a minha mamãe até o meu último dia de vida.
– Fiz os cookies da alegria.
– Não estou triste.
– Então está com raiva.
Baixei a minha cabeça em silêncio e ela sorriu fazendo carinho na minha perna.
– Pode conversar comigo também.
Eu costumava conversar mais com a mãe Anne, porque ela levava tudo como uma jovem da minha idade, já a mamãe Carol parecia realmente uma adulta e levava tudo com seriedade.
– Eu acho que você está frustada com você mesmo por causa do resultado desse torneio.
Continuei calada olhando a bola do outro lado do quarto.
– A senhora está certa, eu realmente estou frustada, e com vergonha da minha atuação em quadra. Eu fui péssima.
– Eu tenho certeza que não foi, você joga muito bem.
– Como sabe se nem estava presente?
– Garota, olha de quem você é filha, claro que sabe jogar vôlei muito bem!
Ajeitou os cabelos indignada. Eu sorri com o que ela disse e peguei um cookie.
– Verdade mamãe.
– Não precisa ficar decepcionada, eu e sua mãe amamos muito você, e sabemos do seu potencial. Não precisa se provar que é a melhor, você sabe que é muito talentosa. Muitas vezes podemos ficar frustradas com o resultado, mas o esporte é assim, nem sempre vamos ganhar.
– Tá certa mesmo mãe, eu só estava sendo um pouco birrenta. É que tudo isso para mim é novo demais, essa derrota e ter que estudar na escola que venceu o torneio...
– Não é birra, é normal sentir isso nessa situação atual que está passando. Você tem que parar de achar que seus sentimentos são inválidos.
– Vou tentar.
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Eu Odeio (Amo) Ela - Júlia Bergmann
FanfictionS/n e Júlia são rivais no mundo do vôlei. Enquanto S/n é conhecida por sua determinação feroz e habilidades técnicas impecáveis, Júlia se destaca por sua agilidade e carisma em quadra. As duas competem em times opostos, e suas disputas em jogos são...