S/n pov
A primeira aula tinha começado, mas eu não prestava atenção no que o professor de química falava. Eu odiava ele e a matéria dele, então nem tentava entender. Eu escrevia no meu caderninho fofo de ursinhos e coelhinhos, enquanto minha amiga Júlia ainda me olhava estranho. Ela sabia que eu só escrevia no caderno quando estava sentindo algo relacionado ao lado romântico. E com certeza ela deduziu ser por causa da ruiva. De fato era por causa dela. Aquele quase beijo ficou sendo passado na minha cabeça várias vezes. Minha mãe atrapalhando sem querer pode ter sido algo bom, vai que eu me arrependesse. O pior que eu fiquei chateada por minha mãe ter aberto a porta, mas logo depois me senti aliviada. Não acho que sou a pessoa certa para beijar a Bergmann, sou alguém tão ranzinza, e ela tão alto astral. Eu sou tipo o Lula Molusco e ela o Bob Esponja. Até as idiotices dela é semelhante ao do personagem.
"Ontem quase beijei a minha inimiga. Talvez não sejamos mais, tããão inimigas assim. Ela me disse coisas bonitas, como eu ser digna do amor, e em troca fui babaca com ela. Aprendi a reconhecer que durante esses quatro anos que conheço ela, eu sempre fui desnecessária. Chegou a hora de mudar, estou seguindo as dicas da mamãe, e vou corrigir isso. Ela não merece ser tratada com grosseria, sendo que tudo que ela entrega é alegria, palavras bonitas e piadas estupidamente estúpidas. Acontece que na verdade eu que criei essa rivalidade que nunca existiu, e todos deram palco para isso, menos ela. Ela sempre gostou de mim, e eu sempre fui rude com ela. Eu só comecei a odiar ela quando ela disse que um dia eu namoraria ela, achei aquilo o auge da ridicularidade, e passei a odiar ela, mas ela é até legal. Eu deveria gostar dela, e estou gostando de conversar com a besta. Ela consegue ser engraçadinha, mas é bem as vezes,não é sempre."
Sorri olhando para folha ao ler o que eu tinha escrito.
–Para de rir feito uma idiota.
Minha melhor amiga reclamou. Eu conheço ela a anos, e seu que era ciúmes.
– Sabe que eu te amo, né?
– Não.
Disse manhosa esperando que eu fale.
– Te amo, e você sempre será a minha Júlia favorita.
Vejo ela sorrindo.
– Também te amo, amiga.
Todos prestavam atenção na aula, menos eu, minha amiga e a Luzia, essa nunca prestava atenção e nada, a nao6ser em educação física. Ela percebe que eu estou olhando ela e então vira o rosto revirando os olhos. A amiga dela pode não me odiar, mas essa sim me odeia. Acabo sorrindo com a atitude dela.
O resto da manhã não ficamos tão próximas, ela com as amigas dela, e eu com a minha. No intervalo comi com as meninas do time, e ela com as amigas dela. Porém no clube de literatura interagimos rápido. Eu estava escrevendo, e ela lia um livro que parecia interessante.
– O que está lendo?
– Meu livro sáfico favorito.
Respondeu sem tirar os olhos da folha. Sorri notando seu entusiasmo e voltei a escrever.
Quando finalmente chegou a apresentação do trabalho, julia parecia um pouco nervosa.
– Estou com medo de errar.
– Se errar eu corrijo você.
– Sou péssima em história.
– Fica calma.
– Vou tentar.
Dou umas batidinhas no ombro dela tentando incentivá-la e me viro para a classe.
– Bom dia turma! Hoje, eu e a Bergmann vamos explicar um pouco sobre a Revolução Industrial para vocês.
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Eu Odeio (Amo) Ela - Júlia Bergmann
Fiksi PenggemarS/n e Júlia são rivais no mundo do vôlei. Enquanto S/n é conhecida por sua determinação feroz e habilidades técnicas impecáveis, Júlia se destaca por sua agilidade e carisma em quadra. As duas competem em times opostos, e suas disputas em jogos são...