Capítulo 3: Entre Laços e Distâncias

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Capítulo: Entre Laços e Distâncias

Hari sempre soube que seu pai a amava profundamente. Desde pequena, ele fazia questão de demonstrar isso, dedicando tempo a cada conquista e apoiando-a em cada desafio. Mas tudo mudou quando ele se casou novamente. A nova vida trouxe novos desafios e sentimentos confusos.

A madrasta de Hari não era uma pessoa ruim; ela simplesmente parecia desinteressada em se envolver na vida da enteada. Hari se lembrava de como, no início, tentou se aproximar dela, mas a falta de reciprocidade a desmotivou. A cada visita, sentia que estava em um lugar que não era o seu, mesmo dentro de casa.

Com a nova família vieram dois irmãos, e a dinâmica que se formou a deixou ainda mais perdida. Eles eram jovens e alegres, mas Hari sempre sentiu que não fazia parte daquela unidade familiar. O fato de não ser totalmente coreana parecia aumentar a distância entre ela e os outros. A família do pai a via como uma estranha, e isso a machucava mais do que ela gostaria de admitir.

Uma noite, enquanto estava em casa, recebeu uma ligação do pai. Ele a convidou para uma visita, animado por querer vê-la. No entanto, Hari hesitou. A ideia de ir até lá a deixava desconfortável. Como poderia se sentir bem-vinda em um lugar onde nunca se sentira realmente aceita?

“Eu adoraria, pai, mas tenho alguns compromissos,” disse ela, tentando soar convincente, enquanto sua mente se debatia entre a vontade de agradá-lo e a necessidade de se proteger. A verdade era que, apesar do amor dele, ela não queria se sentir novamente como uma intrusa.

Após desligar, Hari se perdeu em pensamentos. O amor do pai era inegável, mas a falta de aceitação por parte da nova família a deixava em conflito. A única que sempre a apoiou incondicionalmente foi sua tia, irmã de seu pai. Ela a amava com toda a força e fazia questão de incluí-la nas celebrações familiares. Era um refúgio em meio ao desconforto, e Hari sempre se sentiu grata por isso.

Enquanto refletia sobre tudo isso, Hari percebeu que precisava encontrar seu lugar, mesmo que fosse fora daquela família. O amor do pai a sustentava, mas ela ansiava por uma conexão mais profunda, por um sentimento de pertencimento que nunca conseguiu alcançar.

Naquela noite, enquanto se preparava para dormir, Hari se prometeu que não deixaria que a falta de aceitação a definisse. Ela era forte, e sua individualidade era algo que ninguém poderia tirar dela. E, enquanto o amor do pai a sustentava, ela começaria a buscar seu próprio caminho.

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