Capítulo 24: O Convite

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A atmosfera do parque estava carregada de risos e conversas, mas, ao mesmo tempo, havia um peso que não conseguia ignorar. Jungkook e eu trocamos olhares esporádicos, cada um tentando entender o que sentia. O momento de falarmos a verdade estava se aproximando.

Quando a noite avançou, o grupo começou a se dispersar. Jimin, Taehyung e Jin sugeriram que continuássemos a festa em casa, mas Jungkook me chamou em um canto antes que eu pudesse me juntar a eles.

— Ei, Hari — ele começou, sua voz hesitante, quase nervosa. — Eu... queria saber se você gostaria de ir ao meu novo apartamento. Podemos conversar lá, com mais tranquilidade.

O convite me pegou de surpresa. Um misto de emoções me invadiu. O desejo de entender tudo o que havia acontecido entre nós estava presente, mas também o receio de reabrir feridas.

— Jungkook, você tem certeza? — perguntei, a insegurança transparecendo na minha voz.

— Sim. Precisamos resolver isso — ele respondeu, a sinceridade em seus olhos era inegável.

Concordei, e juntos fomos até seu novo apartamento. O caminho foi silencioso, repleto de pensamentos não ditos. A curiosidade de como seria aquele espaço se misturava à ansiedade do que estava por vir.

Ao chegarmos, o apartamento era mais espaçoso do que eu esperava, com uma vista deslumbrante da cidade iluminada. O ambiente era acolhedor, mas o clima pesado da nossa situação pairava no ar.

— Quer algo para beber? — Jungkook perguntou, tentando quebrar o gelo. Eu apenas balancei a cabeça, fazendo um gesto para que ele se sentasse.

O silêncio se instalou entre nós, e eu sabia que precisávamos começar a conversa. Ele parecia mais nervoso do que nunca, seus dedos inquietos brincando com as chaves na mesa.

— Jungkook, sobre o que aconteceu... — comecei, mas ele me interrompeu.

— Não, deixe-me falar primeiro — disse ele, respirando fundo. — Eu... eu sinto muito. Eu não deveria ter agido daquela forma. A verdade é que minha vida está uma bagunça, e eu não soube como lidar com tudo. A pressão, o trabalho... e você. Eu não queria te machucar.

Suas palavras foram um golpe direto em meu coração. Eu podia sentir a mágoa e a sinceridade em sua voz.

— Eu também estou magoada, Jungkook — respondi, minha voz embargada. — Você foi insensível ao não me avisar sobre o encontro, e depois as fofocas... Eu não sabia como agir, e isso tudo me machucou.

Ele baixou a cabeça, a expressão de arrependimento estampada em seu rosto. O silêncio se estendeu mais uma vez, enquanto as emoções tomavam conta de nós. Eu podia ver o quanto ele estava arrependido, mas havia algo mais ali — um desejo de reconciliação.

— Eu não sei como expressar o quanto lamento por tudo isso. Você é importante para mim, e eu não quero perder você — disse Jungkook, seus olhos se fixando nos meus.

Senti uma onda de emoção subir pela minha garganta. A sinceridade em suas palavras me atingiu com força, e, por um instante, tudo parecia se desvanecer ao nosso redor.

— Eu não quero perder você também, mas não sei como confiar novamente — confessei, minhas emoções transbordando.

Ele se aproximou, seus olhos refletindo uma mistura de dor e esperança. Jungkook segurou minha mão, seus dedos quentes envolvendo os meus.

— Vamos reconstruir isso juntos. Por favor, me dê uma chance — ele pediu, sua voz suave, quase implorativa.

Nosso olhar se prendeu, e eu podia sentir a tensão crescente entre nós. Era como se o mundo lá fora tivesse desaparecido, e somente nós dois existíssemos naquele momento.

— Eu quero, Jungkook. Eu quero que possamos ser mais do que amigos — respondi, a emoção tomando conta de mim.

Com um movimento hesitante, Jungkook se inclinou, e eu sabia que o momento havia chegado. As palavras não eram mais necessárias. Com os corações acelerados, nossos lábios se encontraram.

O beijo começou suave, como um sussurro, mas logo se transformou em algo mais intenso. Senti a pressão dos lábios dele contra os meus, uma mistura de alívio e desejo. As mãos dele deslizaram para a minha cintura, puxando-me para mais perto. O calor do seu corpo era intoxicante, e a necessidade de estar junto o superava.

A respiração ficou entrecortada, e o beijo aprofundou-se, enquanto suas mãos acariciavam meu rosto, como se quisesse gravar cada detalhe. Eu podia sentir a batida acelerada do seu coração, assim como a minha, em um ritmo frenético que parecia estar em perfeita sincronia.

Jungkook se afastou levemente, seus olhos intensos mergulhando nos meus, e por um momento tudo o que conseguimos fazer foi nos observar. A vulnerabilidade que havia entre nós era palpável, como um fio tênue que poderia se romper a qualquer instante.

— Então, é isso? Estamos de volta? — perguntei, ainda com a respiração irregular.

— Sim, estamos — ele respondeu, um sorriso hesitante se formando em seus lábios.

No entanto, era evidente que ainda havia muito a ser discutido. Mas, por enquanto, tudo o que eu precisava era de Jungkook ao meu lado.

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