Capítulo 26: Um Novo Amanhecer

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O apartamento de Jungkook estava silencioso, exceto pelo leve som da cidade ao longe, se preparando para um novo dia. Eu sentia o peso da noite passada ainda pairando no ar, mas agora, com a luz suave do amanhecer entrando pela janela, havia algo diferente. Uma calma, uma esperança sutil.

Sentado no sofá, com os olhos fixos na janela, Jungkook me chamou com a voz baixa, quase um sussurro.

— Vem cá, Hari — ele estendeu a mão para mim, seus dedos abertos em um convite. — Senta aqui comigo.

Senti meu coração bater mais rápido. Havia algo íntimo em sua voz, e, sem hesitar, cruzei a sala e me acomodei ao lado dele, nossas mãos se entrelaçando no instante em que me sentei. Ele me puxou suavemente para mais perto, nossos ombros se tocando, enquanto seus olhos voltavam-se para o céu, que lentamente se tingia de rosa e dourado.

— Olha — ele disse baixinho, os olhos brilhando com a luz suave que entrava pela janela. — O sol está nascendo. É uma das coisas que eu mais gosto de ver. Sempre me faz sentir que, não importa o que tenha acontecido no dia anterior, cada novo dia traz uma chance de recomeçar.

Fiquei em silêncio, observando o céu mudar diante de nós. O nascer do sol parecia simbolizar exatamente o que estávamos vivendo. Estávamos tentando recomeçar, encontrar uma nova forma de estarmos juntos, apesar de tudo o que havia acontecido.

— Eu também gosto de ver o sol nascer — falei depois de um tempo. — Me lembra que as coisas simples podem ser tão bonitas, mesmo quando a vida parece complicada.

Jungkook virou-se para mim, seus olhos fixos nos meus. O peso do que estávamos vivendo era real, e sabíamos que não seria fácil. Mas naquele momento, sentados juntos, compartilhando algo tão simples quanto o amanhecer, parecia que tudo fazia sentido.

— Hari — ele começou, sua voz suave e hesitante. — Eu sei que as coisas entre nós ainda estão confusas... mas eu quero fazer um trato com você.

— Um trato? — perguntei, curiosa, enquanto virava meu corpo para ficar de frente para ele.

Ele assentiu, um leve sorriso surgindo em seus lábios.

— Sim. Um trato de que, não importa o que aconteça, a gente vai ser honesto um com o outro. Nada de segredos. Se algo estiver incomodando, a gente vai falar. Se estivermos felizes, a gente vai compartilhar. Vamos construir isso juntos, com transparência.

Fiquei em silêncio por um momento, absorvendo o que ele dizia. Era uma promessa simples, mas ao mesmo tempo, tão cheia de significado. Eu sabia o quanto a vida dele era complicada, o quanto o mundo poderia ser cruel com ele, mas aquela proposta de honestidade entre nós parecia ser o primeiro passo para algo real.

— Eu aceito — respondi, apertando levemente sua mão. — Mas, Jungkook, eu preciso te dizer uma coisa também.

Ele inclinou a cabeça, seus olhos atentos aos meus, enquanto esperava que eu continuasse.

— Eu quero permanecer anônima. Quero que a nossa relação, se for para acontecer, fique longe da mídia, das fãs, de tudo isso. Não sei se consigo lidar com o peso de ser associada a você publicamente. Eu não quero ser o foco de atenção, nem ter minha vida exposta. Isso... não seria bom para nós dois.

Jungkook me olhou com uma expressão séria, e pude ver que ele entendia perfeitamente o que eu estava dizendo. Ele sabia, mais do que ninguém, como o mundo lá fora podia ser impiedoso.

— Eu entendo — ele respondeu, sua voz firme. — Na verdade, concordo com você. Seria muito complicado para nós dois se isso viesse à tona. A pressão da mídia, das fãs... tudo poderia sair do controle. Vamos manter isso entre nós, apenas nosso.

Senti uma onda de alívio me invadir. Era bom saber que ele compreendia minhas preocupações e que estávamos na mesma página quanto a isso.

— Então, fazemos esse trato? — ele perguntou, um brilho esperançoso em seus olhos.

— Sim — respondi, sorrindo. — Honestidade e anonimato.

Ele sorriu de volta, aquele sorriso que sempre me derretia. Nos voltamos novamente para a janela, o sol agora completamente visível no horizonte, banhando a cidade com uma luz suave e dourada.

Ficamos ali, sentados em silêncio, enquanto o novo dia nascia diante de nós, como um símbolo de tudo o que ainda estava por vir.

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