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𝗜𝗡𝗧𝗥𝗢𝗗𝗨ÇÃ𝗢 𝗣𝗢𝗥 𝗖𝗔𝗠𝗜𝗟𝗔 Santos, Sp📍
Daqui de baixo eu consigo ouvir o Gabriel! Ele batendo as portas, deixando cair alguma coisa e o trap que tocava enquanto tomava banho. Era mania dele
Os barulhos e o som para, dando lugar a um Gabriel descendo mexendo em seu celular.
- Tá com fome? - Sua voz soa pela sala e encaro ele, encaro mesmo. Sequei ele
Ele é gostoso, não podemos negar.
- Um pouco. - Não é mentira, estou com fome!! Depois que cheguei só quis dormir.
- Vou pedir alguma coisa, quer algo? - Ele se joga do meu lado no sofá e assim posso sentir melhor seu cheiro.
Além de gostoso, bonito o filho da boa mãe e cheiroso, nunca posso negar isso.
- De boa. - Estalo os dedos, ele percebe e encara minhas mãos
Gabriel larga o celular na coxa e vira pra mim, me encarando e sinto meu pescoço esquentar, estou nervosa com o olhar dele.
- Camila? - Ele me chama e continuo olhando pras minhas unhas pintadas de branco.
- Camila? - Sua voz soa novamente e engulo seco, merda.
- hm? - minha voz sai tão baixa que acho que se ele não tivesse tão perto, nem ouviria.
- Podemos conversar? - Seu dedo passa no meu braço com cuidado e crio coragem pra encarar ele.
Não digo nada e Gabriel entende a permissão pra começar a falar.
- Então Mila, eu queria primeiramente te pedir desculpas. Sei que está cansada de ouvir isso. - Fecho os olhos devagarinho e decido não interromper ele.
- Eu era muleque e todas as noites me culpo por magoar uma mulher igual você, Camila! - Suspira.
- Todas as traições, brigas, fugidas e mal tratamento Mila, você nunca merecia isso e nunca vai merecer. - Encaro seus olhos e sei que ele esta sendo verdadeiro.
- Três anos é meio tarde, né? - É tudo que digo com a voz mais arrogante que consigo.
Gabriel arregala os olhos com minhas palavras e começa encarar o tapete no chão.
- Gabriel, você sabe que odeio guardar rancor! Eu não odeio você, tu sabe. Pelo contrário, sempre te desejo o melhor. O que rolou aquela época me doeu muito, não nego. - Fungo o nariz olhando pro teto, quero chorar.
Gabriel está atento ao meu rosto e minhas ações.
- Obrigada por me enaltecer tão bem, sério! Eu amo você. Você foi meu primeiro namorado, primeiro homem a me ter e que me mostrou o amor e a dor ao mesmo tempo. - Pego sua mão e aperto.
- Eu não quero fazer mal pra você denovo. - Ele fala baixinho.
Solto uma risadinha baixa.
- Você não vai! Quero ser sua amiga, sem segundas intenções. - Meu coração acelera com o que sai da minha boca
Sei que não consigo ser amiga do Gabriel, nunca vamos conseguir. Ele me encara levantando as sombrancelhas, confuso
- Am- Amigos, Camila? - Gagueja.
Balanço a cabeça confirmando.
- Sim! Em respeito a nossas vidas, amigos próximos e Dhiovanna. - Passo o dedo nos cantinhos do meus olhos, quero chorar muito.
- Tem certeza? - Ele pergunta entrelaçando nossos dedos, assim não Gabriel.
Como se fosse um aviso a campainha soa, Gabriel levanta e aproveito pra me levantar também.
Diferente dele que vai atender a porta, vou pro quarto me trancando lá, fugindo dele.
Me sento no chão, trazendo os joelhos até o peito e me permito ali chorar, chorar como chorei no dia que peguei ele me traindo. Me permito ignorar as batidas que ele da na porta.
Sei que pareço dramática, pareço idiota. Mais não é difícil entender meu lado. Traída pelo namorado e melhor amiga, JUNTOS NA MESA CAMA.
Ser xingada na internet, ser vaiada por uma nação INTEIRA por abandonar "o namorado perfeito" na melhor fase dele, ou pior sei lá, Gabriel sempre foi hateado na internet por respirar.
Difícil não botar as caras e falar tudo que senti naquela época, o que passava. E continuar sendo julgada por NADA.
Passo cerca de vinte minutos ali chorando e soluçando, quando levanto com minha cabeça ardendo de tanto chorar e caminho fungando pra cama, me deitando.
Me aconchego na cama fofinha e quando penso que não iria sentir sono, acabo dormindo.
Amanhã é outro dia, certo?! Ok.
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