A irmã mais velha - Saida

Um dia de mentira

Polv's Dahyun

Poderia dizer que hoje foi uma vitória?

Eu sei que minha família é
complicada e as vezes me irritam bastante com certas atitudes, não são
todos, mas boa parte não sabe o significado do senso ou vergonha na cara. Vovó já me disse que não adianta nada bater boca com essas cabeças de
pedras, só iria perder saliva tentando mostrar o que realmente é correto.

Um bando de patetas e preconceituosos de merda.

Hoje foi um dia bom, bom até demais, nenhuma discussão aconteceu nessa casa, posso dizer que é um milagre?? Ainda mais quando se tem tios que se estressam por tudo ou um bando de primas linguarudas que eu espero ansiosamente alguém dar um soco em seus rostos por não tomarem cuidado com o que falam em público. E agora lá estava eu, deitada no chão do meu quarto porque minhas primas são visitas e merecem dormir no conforto, puff, engraçado que quando tem festas na casa de uma delas, me colocam pra dormir no chão ou sofá.

Todas folgadas.

Não conseguir dormir ainda, tentava pensar em outras coisas que não
fosse ela para pegar no sono logo, mas não adiantava nada, pois sempre
voltava a lembrar daquela japonesa desgraçada.

Hoje ela sorriu na mesa, outro milagre??? Tentei animar ela sem
trocarmos palavras na frente dos outros, ela sabe que incomodava os membros
dessa família, tudo bem que não se importava, mas ficava calada ao
máximo para não chamar mais atenção.

Eu juro que tentei de tudo para não me apaixonar por aquela delinquente, mas já estávamos próximas demais e era tarde para evitar, não vou conseguir me afastar nem que ela queira, mas parece que também não quer...

Acho que antes era melhor, só conhecia um lado dela e ele pode ter certeza que era o pior, Sana é o tipo de pessoa que age diferente dependendo de quem estiver com ela. Não era próxima dela, não existia nenhum tipo de relação entre nós que não seja de irmãs distantes que não se falavam, então ela me dava uma personalidade extremamente chata e ignorante.

Mas e agora?

A vejo sorrir, falando calmamente sem nenhum tipo de deboche na voz e
agindo até com certa proteção, também faz brincadeiras bestas me fazendo
rir, Minatozaki Sana é aquela pessoa que você quer conhecer cada vez mais
e passar todo o tempo ao seu lado.

Já era quase uma hora da madrugada e o sono parecia tão distante, se estivesse sozinha, poderia até brincar um pouco... mas tem três primas no mesmo quarto dormindo e isso não seria apropriado.

Decidir então me levantar, tomar um copo de leite quente e assistir um
pouco de TV não faria mal algum e ainda poderia me ajudar a dormir. Antes
que saísse do quarto, escuto uma porta bater.

Não poderia ser ela, poderia???

Eu me odeio, não quero ir atrás para saber se ela vai sair agora, e por que
iria? A vida é dela e ela faz que quiser, mas quando menos percebo, já estava fora do quarto e vendo ela descer os últimos degraus da escada.

Me sinto uma perseguidora ou uma adolescente boba apaixonada que só
quer ficar perto da pessoa até enjoar da cara dela, mas creio que falando
daquele rostinho, nunca ficaria.

Sana estava destrancando a porta o mais silenciosa possível depois que descir logo atrás dela, ela ainda não tinha me visto... bom, era o que eu achava.

—Está muito tarde para uma filhinha de papai ficar acordada. -Disse ainda
de costa.

Ela tinha o que? um olho no cu???

—Não estou com sono. - Digo baixo, pois meu tio dormia no sofá da sala, tinha me esquecido disso.

—Por acaso estava me esperando sair de madrugada pra me seguir? - Não
tinha entendido a pergunta até ela me olhar de cima para baixo e percebi
que era sobre minha roupa.