CAPÍTULO 17.

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VERÔNICA LODGE

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VERÔNICA LODGE.

À medida que o sol nasce, nos aventuramos mais nas trilhas rústicas que levam à cabana. a natureza selvagem é densa aqui. o ar é rico com o cheiro de terra úmida e pinheiros. é um terreno com poucos intrusos, sua serenidade interrompida apenas pelo farfalhar ocasional da vida selvagem.

A densa folhagem abafa o motor do caminhão. à medida que nos aprofundamos na floresta, a fronteira entre civilização e natureza selvagem se confunde até que somos apenas nós, o caminhão e a natureza. a cabana está escondida neste labirinto, um refúgio secreto conhecido apenas por mim.

Por um momento, considero as implicações de trazer Verônica aqui para este resquício isolado do meu passado. mas a realidade da nossa situação não me deixa escolha. enquanto o caminhão corta a névoa da manhã, a visão da cabine emerge, uma coluna de fumaça espalhando da chaminé para o céu sem nuvens.

— Que cacete? - rosno, notando os troncos empilhados na frente da cabana. — tem alguém na minha cabana.

Verônica suga uma respiração trêmula. — isso não é bom. você acha que é um intruso?

Eu concordo. — está abandonado há tanto tempo que alguém deve ter decidido consertá-lo e agachar. - eu estalo meu pescoço. — teremos uma briga em nossas mãos.

Verônica empalidece. — mais assassinato?

— Não posso deixar alguém que invadiu minha casa escapar impune. - uma onda de adrenalina percorre meu corpo, aguçando meus sentidos.

Eu já enfrentei monstros antes, mas isso parece diferente. está cabana sempre foi um santuário. ter isso violado é uma fera completamente diferente.

Estaciono o caminhão a uma distância segura, meu olhar fixo na coluna de fumaça. — fique aqui. - digo a Verônica.

Ela abre a boca para protestar, mas antes que ela consiga, eu a beijo.

— Não discuta.

Ela suspira pesadamente. — tudo bem. - ela cruza os braços sobre o peito.

Não consigo deixar de pensar que adoraria tirar essa atitude malcriada dela. puxá-la para cima do meu joelho e bater em sua bunda até que ela fique vermelha. — boa garota. - murmuro antes de sair da caminhonete e tirar minha arma do coldre.

Com passos cautelosos, aproximo-me da cabana, o estalar crocante das folhas sob minhas botas ecoando ameaçadoramente. o cheiro de madeira queimada enche minhas narinas, um lembrete gritante da presença estrangeira em meu santuário. ao chegar à porta da cabana, meu aperto em volta da minha arma se aperta.

Sem hesitar, eu chuto a porta, estilhaçando a madeira envelhecida. — quem caralho é você? - exijo, mirando minha arma na figura desleixada que olha para mim com alarme de onde ele está sentado perto do fogo, um cobertor surrado jogado sobre seu ombro.

O intruso é um homem grisalho, que me encara com um olhar firme.

— Eu sou o dono desta cabana. - ele afirma.

— Besteira. - retruco. — o velho está morto há trinta e dois anos.

O homem suspira, uma risada suave escapa de seus lábios como se estivesse se divertindo com minha ignorância. — sua mãe sempre teve um talento para o dramático. - ele murmura.

Meu coração bate forte contra minha caixa torácica. — do que caralho você está falando? - exijo, apertando ainda mais minha arma.

Ele encontra meu olhar. — filho. - ele declara, sua voz quase um sussurro. — eu sou Bill, seu pai.

Uma risada amarga escapa dos meus lábios por causa do absurdo de sua afirmação. — impossível. - eu cuspo, minha raiva queimando. — você está mentindo!

Ele balança a cabeça. — não é mentira. meu nome é Bill Winchester, marido da Mary Winchester e pai do Dean Winchester.

Raiva, confusão, dor. eu balanço minha cabeça, incapaz de aceitar sua declaração. — não. - rosno, cerrando meus dentes. — ele está morto.

E com isso, a sala fica em silêncio, o fogo crepitante é o único som pontuando o silêncio tenso. as emoções agitadas dentro de mim são complexas, complicadas por anos de abandono e a amargura da traição.

— Sei que sua mãe morreu de overdose de heroína quando você tinha cinco anos. - ele começa, sua voz pesada de arrependimento. isso é novidade para mim. tudo o que sei é que ela me abandonou em um lar adotivo quando eu tinha quatro anos. — sinto muito por ter deixado você com ela, mas eu também não fui feito para ser pai. - a admissão tem gosto de bile na minha boca, a dura realidade de seu abandono me atingindo como um trem de carga. — eu tinha meus demônios. - ele acrescenta.

Ele encontra meus olhos mais uma vez, sua expressão grave. — e eu sei que você foi vítima de sua criação, considerando que há uma caçada humana nacional por você. - suas palavras pesam no silêncio da sala, um lembrete gritante de minhas falhas. há um momento de silêncio antes de ele continuar. — quando vi as notícias, soube que você viria para cá.

— E o que você quer de mim agora? - pergunto bruscamente.

Seu olhar está fixo em mim como se estivesse pesando suas palavras cuidadosamente. mas não estou procurando respostas calculadas ou mentiras bem elaboradas. eu quero a verdade. — só desembucha!

— Quero uma chance de consertar as coisas. - ele murmura.

Eu enrijeço, meu coração batendo forte no peito. a audácia do pedido dele é impressionante. o desrespeito flagrante pelo passado, pela vida que tive que suportar por causa dele, é enlouquecedor. sinto a raiva borbulhando dentro de mim, quente e crua. — você acha que pode voltar para a minha vida e consertar tudo? - eu cuspo, minha voz gelada. — você não pode aparecer e bancar o herói, pai. - a palavra "pai" soa estranha na minha língua.

— Eu sei que não posso consertar as coisas. - ele admite, sua voz firme. — mas eu posso lhe oferecer um lugar seguro, um refúgio. - seu olhar se move em direção à janela. — eu tenho uma casa no Alasca, muito maior e mais segura do que esta. você pode ficar com ela. - minhas sobrancelhas franzem em surpresa, mas eu fico quieta, ouvindo. ele continua. — eu também tenho fugido, Dean. de crimes, do meu passado. eu construí uma cabana lá em cima na mesma terra. - sua voz é pouco mais que um sussurro. — eu vou morar lá. Nós não temos que nos ver a menos que queiramos. você pode ter sua paz, e eu posso ter a minha. - suas palavras pairam no ar, uma proposta que é tão inesperada quanto tentadora. eu sei que ficar aqui em Montana é perigoso. As autoridades podem me pegar, mas o Alasca é uma fera completamente diferente.

— Estou com alguém. ela vai ter que acordar. - exijo.

Ele acena. — claro.

— E se você sequer pensar em tentar me dedurar, não hesitarei em matá-lo.

Seus olhos brilham com tristeza. — você acha que eu deduraria meu único filho?

Eu dou de ombros. — eu não te conheço. Você me abandonou, não foi?

Ele aceita a farpa, com os olhos baixos. — sim, eu fiz. e isso é algo de que sempre me arrependerei. - suas palavras são pesadas de remorso, mas não apagam o passado.

Não apaga a dor, o abandono. confiança não é algo que pode ser conquistado com algumas palavras de arrependimento. é conquistado, e ele tem um longo caminho pela frente se acha que há uma chance sequer de que eu confie nele. eu tenho meus demônios, mas esses são os que me assombram.

CARRO SEQUESTRADOOnde histórias criam vida. Descubra agora