CAPÍTULO 20.

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VERÔNICA LODGE

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VERÔNICA LODGE.

O céu começou a ficar roxo е azulado com o crepúsculo enquanto o caminhão avança sobre a estrada de cascalho. cada ronco do motor é um passo a mais em direção ao desconhecido.

Foi-se a Verônica que antes se agarrava às regras e à segurança do familiar. as árvores se confundem em uma dança monocromática enquanto a natureza selvagem nos envolve. a estrada à frente é um caminho obscuro e desconhecido, mas estou pronto para perseguir a aurora boreal para a liberdade com cada fibra do meu ser.

A natureza selvagem e indisciplinada do Canadá paira à frente, uma guardia do limiar que separa minha vida antiga da nova. hoje à noite, nós a enfrentaremos, a papelada que se dane. hoje à noite, eu confio na natureza selvagem e no amor cru que me impulsiona para uma vida que é minha para moldar.

Olho pelo espelho retrovisor e vejo a caminhonete do Dean logo atrás.

— Vá com calma aqui. estamos perto da fronteira. - resmunga o pai do Dean, Bill. Seu rosto ainda está pálido como um fantasma depois que ele levou um tiro, e os solavancos nesta pista estão castigando seu ferimento.

— Eu vou. - respiro, mordendo meu lábio. — quantas vezes você cruzou essa fronteira com sucesso?

— Duas vezes, está é minha terceira tentativa.

Não são muitas vezes, mas não expresso minhas dúvidas. tento permanecer positivo, esperando que superemos isso. a última coisa de que precisamos é ter vindo até aqui para tropeçar no último obstáculo.

O céu escuro agora está riscado com os últimos indícios do dia. eu aperto meu aperto no volante, desejando que meus nervos se acalmem enquanto nos aproximamos da linha invisível que corta a natureza selvagem - uma fronteira invisível, mas fortemente sentida.

A voz do Dean estala pelo walkie- talkie. — lembre-se, se alguém nos parar, estamos saindo para um passeio noturno, nos perdemos da estrada principal. - ele me lembra.

Concordo comigo mesmo. — prometa que vamos conseguir. - sussurro no walkie-talkie.

— Prometo. - vem a resposta, quase instantânea e certa.

De repente, luzes vermelhas e azuis cortam a mortalha de escuridão à frente, um aviso severo que quebra a tensão silenciosa. eu paro diante do carro da polícia, o coração trovejando, enquanto um policial sai do carro da patrulha com passos cautelosos, uma mão descansando perto do coldre. — vocês estão bem? - ele pergunta, seu feixe de luz varrendo a área, sistematicamente removendo nosso verniz de calma.

Mal consigo encontrar minhas palavras. — perdemos a estrada principal. - minto.

O policial se move, a atenção se volta para trás de nós. — aquele caminhão está com você? - ele pergunta, a voz aumentando com uma ponta clara de alarme.

— Sim, nós saímos para dar uma volta e nos perdemos.

Ele nota o curativo na perna do Bill e a mancha de sangue. — vou ter que pedir para vocês dois saírem do veículo agora. - ele saca sua arma, mirando em nós.

Eu levanto minhas mãos. — claro, oficial. sem problemas.

Dean saca a arma que estava escondida embaixo do painel enquanto tenta sair, mancando.

Meu coração está batendo tão forte que acho que vou desmaiar a qualquer momento.

Antes que eu possa sequer suspirar, um tiro atravessa a noite, o som ressoando pela floresta outrora tranquila. o tempo desacelera, e as estrelas acima testemunham o caos abaixo.

Dean tropeça ao tentar atirar no policial. o policial é rápido demais e revida, a bala encontrando seu lugar no peito. ele cai com um baque que parece silenciar o mundo.

Ash salta do outro caminhão, movendo-se com fúria imprudente, o cano de sua arma apontado para o policial. um tiro certeiro quebra o silêncio tenso, e o policial cai no chão da floresta, uma vida extinta em um piscar de olhos.

Ele corre para o lado do pai. — porra! - ele berra, caindo de joelhos e colocando uma mão sobre o ferimento sangrando no peito. — não tem como consertar isso. - ele murmura.

Dean assente, com o maxilar cerrado. — está tudo bem. - ele murmura, balançando a cabeça. — pelo menos você pode sair daqui. você está quase lá.

Dean observa enquanto a respiração do pai é superficial e irregular. há pouca emoção detectável em seus olhos. afinal, ele realmente não conhece o homem diante dele.

— Dean. - Bill engasga. — sinto muito por tudo. - ele suspira, sua mão procurando fracamente pela do Dean. — eu não estava lá, mas eu...

Com amargura nos olhos e um tremor no lábio, Dean parece travado em uma tumultuada batalha interna enquanto segura o olhar do pai. é uma dança de raiva e desejo. os momentos finais de um vínculo que poderia tê-los incitado em direção a uma paz inalcançável.

Os dedos do Dean se entrelaçam com os do Bill, o aperto longe do aperto terno de afeição familiar. é o aperto de um filho traído. — poupe seu fôlego. - ele diz entre dentes cerrados.

Os olhos de seu pai imploram pela misericórdia da absolvição.

— Você perdeu sua chance. - Dean cospe, as palavras cortando o silêncio com mais força do que o ar frio contra sua pele.

O homem diante dele tosse, implorando com os olhos. mas o abismo entre eles é muito vasto, os anos muito pesados,  raiva muito profunda. o último suspiro do Dean é pesado, carregado de palavras não ditas e desculpas que chegaram tarde demais.

E meu coração dói pelos dois. é uma tragédia para Dean perder seu pai tão cedo depois de descobrir que ele ainda está vivo e para seu pai, que morre, nunca obtendo o perdão que ele ansiava de seu filho.

Mas talvez, em seus momentos finais juntos, haja um lampejo de entendimento. e talvez, só talvez, este possa ser o início do processo de cura para Dean para ajudá-lo a seguir em frente de uma vida cheia de escuridão e destruição.

CARRO SEQUESTRADOOnde histórias criam vida. Descubra agora