Neil está no topo dos largos degraus de pedra que levam à porta da frente de sua casa, ladeado por seus pais. Sua mãe, à sua direita, alisando nervosamente a gola alta de sua blusa; seu pai, à sua esquerda, segurando o braço de Neil com tanta força que tudo o que ele consegue sentir do cotovelo para baixo é formigamento.
— Você não vai me envergonhar, Nathaniel — seu pai sibila quando o primeiro SUV preto aparece à vista em volta das árvores. — Você vai escolher e vai escolher bem. Se não escolher, há soluções alternativas.
Neil está bem ciente das alternativas. Indecisão ou desafio seriam fatais.
— Ele vai. — A voz da mãe de Neil é quase um sussurro, quase baixa demais para ser ouvida sobre o farfalhar dos dedos contra o algodão fresco. Ela a firma para acrescentar. — Você não vai?
— Sim — diz Neil.
Ele deve a ela pela oportunidade de fazer uma escolha. E talvez pela solução de construção de aliança para sua existência, considerando o quão mais fácil seria se livrar dele e seguir com a vida. Desajeitadamente, ele tateia em busca da mão dela enquanto os olhos do pai estão voltados para outro lugar. A pele dela é macia e seca, a mão pequena, os dedos se curvando frios e flácidos contra os dele. Ela costumava ser a única pessoa que o tocava gentilmente. Agora eles raramente se tocam.
O primeiro dos SUVs entra na generosa e curva entrada de veículos e para suavemente logo depois das escadas. Dela sobe um japonês de meia-idade em um terno de última hora. É estranho em combinação com a bengala cara e feita sob medida que o homem segura.
Neil solta a mão da mãe.
Dos segundos degraus, um jovem japonês. Seu terno é justo, sob medida e grita "caro" um pouco alto demais. Ele está um pouquinho exagerado para a ocasião. Ironicamente, isso o faz parecer barato. Ele é Riko Moriyama. A opção mais complicada de Neil. O pai de Neil ficará furioso se ele não escolher Riko — um Moriyama — mas também ficará furioso se Neil o escolher e os associar para sempre ao ramo menor e secundário.
O melhor plano de Neil é torcer fervorosamente pela morte oportuna de Riko.
O suéter que Neil vestiu para a ocasião é um pouco pesado demais, tecido para bloquear mais frio do que a tarde anormalmente quente de Baltimore tem a oferecer. O tecido estala como estática contra os nervos entorpecidos do antebraço esquerdo de Neil. Acima de sua cabeça, o sol de outono bate forte com a força da teimosia do verão.
Quanto mais perto Riko chega, mais a dormência do braço de Neil se espalha pelo resto do corpo. Ele observa os pés de Riko baterem contra a pedra, chegando cada vez mais perto até que eles se levantam para dar o primeiro passo.
— Açougueiro — Riko diz, seu tom frio e formal. — Obrigado por sua hospitalidade.
Os olhos de Riko se movem rapidamente para Neil, enviando um lento fio de água gelada por sua espinha. Neil não tem intenção de fazer parte dessa hospitalidade. Ele encontra os olhos de Riko e mantém seu rosto tão entorpecidamente vazio quanto o resto de seu corpo se sente, recusando-se a ser o primeiro a desviar o olhar. Ele não é — embora os olhos de Riko se estreitem um pouco antes de ele voltar sua atenção para Nathan. Ele vai querer que Neil pague por isso mais tarde.
Ele pode tentar o que quiser. Neil não pretende dar a Riko nenhum tipo de satisfação.
— Claro — Nathan diz bruscamente. — Seus aposentos foram preparados para você. Nathaniel irá acompanhá-lo. Se você quiser um passeio pela propriedade, ele ficará feliz em acomodá-lo.
E isso, pensa Neil, é Nathan sendo educado. Ele nunca se importou com Riko, tolerou por pouco as manobras transparentes de Tetsuji para posicionar Neil e Riko como melhores amigos, sentiu a superioridade de sua posição com a família principal e achou a imposição do segundo ramo presunçosa. Ele vai se ressentir de Riko vir aqui, se ressentir de ter que dizer não a um Moriyama, mesmo que ele ache que Riko se casar com alguém da família mancharia seu bom nome.
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O Solteiro de Baltimore
FanfictionNathaniel Wesninski, o único filho do Açougueiro de Baltimore, tem duas opções: escolher um chefe da máfia para se casar em benefício dos Moriyamas, ou sofrer um acidente infeliz. Ele pensou que tinha tudo resolvido. E então Andrew Minyard entrou em...