Cap 2 - cumprindo seu pedido.

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O som da campainha ecoava pela minha mente, a ressaca nervosa estava acabando comigo, eu bebi tanto ontem, e me ferrei muito hoje, tenho quatro aulas diferentes só hoje, e uma prova, hoje é o aniversário de um mês da morte de Juli.

O entregador me deixa uma carta, e no envelope a letra de Juli me deixa em alerta.

" Querida Alana, eu sei que pode parecer chocante receber uma carta em meu punho, mas estava tudo planejado a meses, eu só tenho que te pedir perdão e falar o quanto estou triste por imaginar o quão arrasada você está agora, isso nunca foi culpa sua então por favor não se culpe, não ache que deveria fazer mais, porque não poderia, você já fez tudo que podia e muito mais - eu enxugo as lágrimas evitando que elas caiam no papel e borre a tinta - eu não posso exigir nada de você meu amor, mas posso pedir que viva, sim... Esse é o meu último pedido, viva sua vida, seja feliz, beije, ame, transe, porra Alana por favor transe, e sinta o quanto um bom sexo possa ser fantástico na vida de uma mulher, se apaixone, case, tenha filhos, eu não vou tocar no assunto de carreira porque sei o quão brilhante e fantástica você é.

Meu amor, viva!

Te amo eternamente, para Alana, de sua melhor amiga: Juliana ❤️"

- VACA...

Em meio aos soluços eu lanço palavras de raiva, ela de foi e pensou em tudo, ainda teve a audácia de me pedir que viva, quando ela mesma tirou a própria vida... Porra como eu amo aquela vaca.

Visto minha roupa e vou para a faculdade, no estacionamento arrumo minha maquiagem tentando deixar menos óbvio a ressaca e os olhos inchados.

- Alana?

A voz de André me tira do transe, causando arrepios em minha espinha.

- bom dia André, tudo bem?

- mais ou menos... Aconteceu algo? Parece que passou o dia chorando.

- você não vai acreditar.

Dou risada, tentando segurar o choro enquanto organizo as ideias na minha mente.

- Juliana me mandou uma carta.

- uau - ele diz espantado - e o que dizia?

- você não vai acreditar... Ela me dizia para viver.

- que ousada não?

- muito, muito mesmo.

Ele pausa pegando o celular do bolso e digitando algo.

- entra aí.

Ele aponta para o seu carro.

- bora dar uma volta e conversar mais sobre o que tinha na carta.

- mas eu tenho aula André, e você também.

- Alana, eu tenho vantagens e privilégios por ser o melhor professor dessa faculdade. Aliás sua prova era comigo lembra? Eu vou deixar passar desta vez.

- aiii...

- vem logo, vamos lá, conheço um lugar bem legal pra gente conversar.

- tá bom, mas só hoje.

Entro no carro e ele logo começa a dirigir, pegamos a rodovia e em menos de duas horas chegamos em um restaurante dentro de uma fazenda, o lugar já estava carregado de costelas e muita carne de porco e churrasco.

- como sabia que eu amo churrasco?

- bom, estava estampado na sua cara, eu sou psicanalista, lembra?

Me sento em uma das mesas me sentindo maravilhada com o lugar, a vista para o campo, o rancho, a lagoa, os animais, tudo lindo.

Nas Tuas Mãos: Short Story.Onde histórias criam vida. Descubra agora