Cap 8 - meu passe para NY.

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A linda cidade de Nova York em meio a neve se torna o meu novo ponto turístico preferido, as decorações de natal, as crianças brincando no Central Park, e Reacher apenas observando elas por ali.

- sabe, quando eu era criança, meu vizinho de uma das bases, simplesmente desapareceu enquanto estava brincando por aqui, a família jamais o encontrou, depois disso eu fico aqui todo o mês de natal e observo as crianças brincando, uma vez tentaram me prender, mas... Bom sabe eu não deixei, me expliquei e no fim acabei me aliando a uma ONG que cuida de crianças em espaços abertos, para que não haja sequestros e nem abusos.

- nossa Reacher, isso é muito nobre, eu não imaginava que você, um cara grandão desse jeito, faria coisas assim.

Reacher estende sua mão segurando a minha.

- sabe Alana, já faz mais de quatro semanas que você está aqui, e não sei mais o que posso fazer pra encontrar André, ele desapareceu no mapa, a Ásia é grande e mesmo com contatos no mundo todo, ninguém o viu, acho que você terá de ficar mais tempo por aqui.

- Reacher eu não me sinto mal por ter que ficar aqui, na verdade é até uma boa opção, eu gostei do país, sua companhia é muito boa, mesmo todo esse lance de achar André, caçar bandidos, tá sendo legal te ajudar a socar uns fugitivos.

- eu sabia que iria gostar.

Ele sorri e eu correspondo.

- posso fazer uma pergunta pessoal?

- sim. - ele me olha intrigado.

- você nunca pensou em ter uma família? Não sei, se casar, ter filhos, sua genética é valiosa - dou risada e ele corresponde.

- eu até pensei bem nisso nos últimos meses quando ainda estava no Brasil. Eu estou com quarenta e um anos, mesmo que eu só saiba viver disso, de caçar bandidos e salvar donzelas em perigo, eu penso em aquietar.

Ele me olha diferente, com um semblante tranquilo e sereno, o homem a minha frente é bem maior que eu, ver ele sorrir é algo difícil, e penando em família é meia difícil ainda.

- mesmo estando pensando em família, como faria ?

- bom, eu iria tomar coragem de me declarar, depois eu pediria sua mão e me casaria, sem segredo, eu vi o amor dos meus pais ele era lindo, ver minha mãe cuidar dos dois filhos era desafiador, dois meninos encrenqueiros, porém bons, ver meu pai sendo ele mesmo, sem a farda e sem ser militar, era gostoso, eu tive uma infância e uma adolescência boa, queria poder dar isso aos meus filhos.

- eu acho nobre as pessoas que querem realmente ter uma família, fazer acontecer sabe, hoje em dia é só putaria, sexo, libertinagem e quando alguém fala em formar uma família as pessoas costumam correr sabe.

- exatamente, eu tenho um amigo que se chama O'Donell, na verdade ele é mais um irmão mesmo, enfim ele sempre teve a mesma vida que eu, fizemos diversas operações juntos, ele matou muita gente, não tanto quanto eu é claro, mas matou, hoje ele é pai de três lindas crianças, ele disse que sair dessa vida e criar uma família foi a melhor coisa que ele já fez na vida.

- eu acho que quando achamos a pessoa certa, ela sim vale a pena.

Ele me olha e simplesmente sorri, se levantando seguimos o nosso caminho até o hotel que estamos, nossa quarto fica na ponta oposta das dos demais, e eu estou no mesmo que Reacher, ele adora brincar falando que quando ele estava no Afeganistão eu estava nascendo, mesmo tendo vinte e dois anos de diferença, Reacher ainda sim consegue ser mais especial, atraente, e amável do que muitos que eu conheci, depois que eu resolvi me abrir meio que comecei a ver o mundo com outros olhos. Os homens, na verdade ele em específico, eu realmente me apaixonei pelo André, e tudo o que ele fez comigo realmente me matou por dentro, matou o sentimento que eu tinha por ele, matou qualquer sonho e expectativa que eu tinha sobre ele, no fundo eu meio que sabia aonde isso iria dar, mas ignorei por admirar e amar ele.

Nas Tuas Mãos: Short Story.Onde histórias criam vida. Descubra agora