𝐂𝐀𝐏Í𝐓𝐔𝐋𝐎 𝟎𝟖. 𝐁𝐀𝐑𝐙𝐈𝐍𝐇𝐎.

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𝐕𝐈𝐓Ó𝐑𝐈𝐀 𝐃'𝐏𝐀𝐔𝐋𝐀

Faz tanto tempo que estou abraçada no corpo da Evelyn que eu até me esqueci como é ficar em pé novamente.

– Ai amiga, você é péssima. — diz, fungando o nariz. – Quando eu leio suas escritas, nunca imaginei que você fosse capaz de me fazer chorar.

– É... Por incrível que pareça eu não vivo só de putaria.

Rimos uma pra outra, as duas com os olhos avermelhados e eu especificamente com a cara toda vermelha, os olhos inchados e o nariz só com a pontinha vermelha, igual de um palhaço.

– Mas chega de deprê né!? Chega de coisas pra baixo. — me segura pelos ombros e me levanta. – Bora sair, vou te levar pra um lugar que se sinta bem.

– Anem, amiga, não sei se tô no clima. — esfrego os olhos enquanto solto um suspiro que dói todo meu corpo.

– É exatamente por isso que a gente vai sair. Não permito você ir embora com trauma de São Paulo. — nega com a cabeça. – Tá querendo ser igual a Mariana? Com trauma do Rio de janeiro? Jamais, querida.

– Você é a única fã dessa história falecida. — reviro os olhos dando risada.

– Não fala assim, foi graças a ela que a gente se conheceu.

– Tenho pavor... — nego com a cabeça. – Aliás, ultimamente tenho pavor de tudo.

– Deixa disso. — segura minha mão. – Vem, vamos arrumar, que a noite é uma criança.

– Eu não tenho nem roupa, Eve. — subo e desço os ombros de forma desanimada.

Evelyn me olha dos pés a cabeça, como se estivesse raciocinando oque fazer.

– Vou tentar achar algumas roupas aqui pra você.

{...}

A noite caiu rapidamente, e lá estava eu, me arrumando junto com a Evelyn, sem muita empolgação. Ela, por outro lado, parecia estar cheia de energia, correndo de um lado pro outro enquanto buscava uma roupa que, segundo ela, combinasse com a ocasião "sem ser muito apagada, mas que também não passasse despercebida".

Eu, por outro lado, apenas joguei uma blusa mais curta preta simples, com as costas nua, e uma calça jeans larga confortável, com a única intenção de não parecer completamente descuidada.

Depois de tudo o que aconteceu, minha cabeça ainda está pesada, mas... parte de mim sabe que a Evelyn está certa. Eu preciso de uma noite fora, longe dos meus pensamentos.

– Vai pedir o Uber? — pergunto, bocejando enquanto tentava, sem sucesso, arrumar o cabelo no espelho do banheiro.

– Já pedi! — responde ela, animada, terminando de passar o batom. – Relaxa, o lugar que eu vou te levar é ótimo. Você vai amar!

Entramos no carro em silêncio, mas não demorou muito pra que Evelyn começasse a falar sobre as últimas histórias que ela estava lendo, os livros que queria me recomendar, e claro, como sempre, sobre as fanfics. Por mais que eu não estivesse totalmente no clima, a companhia dela conseguia, de alguma forma, me distrair.

Chegamos a um barzinho meio escondido, com uma fachada discreta e luzes suaves, e logo percebi que não era o tipo de lugar que eu costumava frequentar. A música era baixa, um pagode tocava ao fundo, e o ambiente parecia bem íntimo. Evelyn sorriu satisfeita quando viu minha expressão de surpresa.

– Viu só? Eu disse que você ia gostar — ela disse, me puxando pela mão até uma mesa perto do canto. – Aqui é tranquilo, mas animado na medida certa. Só pra você relaxar.

𝐒𝐎𝐁𝐑𝐄 𝐍Ó𝐒. - 𝐑𝐀𝐏𝐇𝐀𝐄𝐋 𝐕𝐄𝐈𝐆𝐀.Onde histórias criam vida. Descubra agora