𝐂𝐀𝐏Í𝐓𝐔𝐋𝐎 𝟏𝟓. 𝐁𝐈𝐁𝐋𝐈𝐎𝐓𝐄𝐂𝐀.

629 99 133
                                    

Meta: 150 comentários.

𝐕𝐈𝐓Ó𝐑𝐈𝐀 𝐃'𝐏𝐀𝐔𝐋𝐀

Sentir o cheiro dos livros nunca será cansativo pra quem lê. Principalmente de livros novos. Entro na biblioteca abismada com a quantidade de livros, e com a altura do teto, parece um sonho.

BMA, biblioteca Mário de Andrade, a segunda maior biblioteca pública do país, atrás apenas da biblioteca nacional.

– Surreal... — Raphael fala, parecendo tão impressionado quanto eu. – Devem ter livros aqui mais velhos do que minha avó.

– Com certeza, e isso é incrível. — respondo, passando o dedo por uma das prateleiras. – Imagina o quão rico de conhecimento é esse lugar.

– Eu vim aqui algumas vezes, mas toda vez que volto parece a primeira. — passa o dedo pelo mesmo lugar que eu.

– Você gosta de ler então!?

– Gosto. Livros religiosos, conhecimentos gerais, política...

– Urgh... Chato. — faço careta.

– Ah, mas se você tá procurando livro de putaria aqui, veio pro lugar errado. — dá risada e eu o acompanho.

– Não leio só baixaria, Raphael. — nego com cabeça. – Você realmente acha que nesse lugar abarrotado de livros, não vai ter um romacezinho quente?

– Ter com certeza vai, mas você vai animar procurar? Porque quem lê essas coisas, nunca quer que os outros saibam. — se aproxima, enquanto estou desperta demais olhando as prateleiras. – Pra procurar esse tipo de livro aqui você vai precisar de ajuda, e quem vai te ajudar, Vitória?

– Não vim aqui pra isso, Raphael. — olho pra ele, só assim percebendo que estamos bem próximos.

Ele sorri de canto ao perceber a minha reação, aquela proximidade sempre carregada de uma tensão que nenhum de nós sabe como lidar. O silêncio da biblioteca só amplifica tudo, os sons abafados dos passos e o leve sussurro das pessoas ao redor fazem parecer que estamos em nosso próprio mundinho.

– Tá bom, tá bom. Só pensei que você poderia querer uma leitura diferente. Mais culta. — ele diz, divertido, mas com aquele olhar que me provoca, sempre no limite entre o sério e o brincalhão.

– Eu gosto de romance, sim, mas não é só disso que eu vivo. — respondo, tentando manter a leveza da conversa, mas ainda sentindo o impacto da proximidade dele. Desvio o olhar para os livros, tentando me concentrar no que realmente viemos fazer aqui.

– Então o que você vai pegar? Um clássico, talvez? — ele pergunta, fingindo interesse, mas eu sei que ele está esperando pra ver se eu consigo quebrar essa tensão.

– Quem sabe. — brinco, fingindo que estou realmente focada nos livros. – Talvez algo de poesia... ou filosofia? Ou quem sabe um livro sobre psicologia... poderia ser útil pra tentar entender a sua cabeça, né?

Ele dá uma risada baixa, aquela que faz o peito dele vibrar, e eu sinto uma leveza percorrer meu corpo.

– Boa sorte com isso. Eu mesmo não entendo minha cabeça às vezes. — ele comenta, apoiando o braço na prateleira, bem próximo de mim. – Mas, sério, Vitória... o que te atrai em um livro? O que você procura?

– Depende. — respondo, mordendo o lábio enquanto puxo um livro qualquer da prateleira, só para me distrair. – Às vezes, eu só quero escapar. Outras vezes, quero entender o que estou sentindo, ler algo que me faça refletir. Acho que gosto de me ver nas histórias.

𝐒𝐎𝐁𝐑𝐄 𝐍Ó𝐒. - 𝐑𝐀𝐏𝐇𝐀𝐄𝐋 𝐕𝐄𝐈𝐆𝐀.Onde histórias criam vida. Descubra agora