Sophie viu Miguel ser agarrado pela camisa e empurrado contra a geladeira, tudo isso tão rápido que seus olhos apenas captaram um borrão. Luke deu o primeiro soco, enquanto Miguel lutava para se desvencilhar.
- Parem com isso! - Sophie gritou, descendo da bancada e correndo em direção a eles. Ela dava socos leves em Luke, na tentativa de tirar as mãos dele que estavam firmemente em torno do pescoço de Miguel.
Sentiu uma forte pressão no peito quando Luke a empurrou para trás e bateu a cabeça no armário.
- Seu idiota - Miguel finalmente pareceu reagir e empurrou o irmão para fora da cozinha.
Sophie sentia a cabeça doer, mas foi atrás deles. Os dois se embolaram no chão, e Sophie só conseguia ver socos e mais socos voando, em pânico e se sentindo inútil por não conseguir fazer nada.
Nunca, desde que conhecera Luke, tinha o visto com tanta raiva. Ele estava descontrolado, parecia cego de ódio.- Mas que porra é essa? - gritou Jonathan, os dois braços esticados, separando os irmãos.
Clary estava em choque. Tinha as mãos na boca.
- Por que estão brigando? - quis saber Clary, em tom de reprimenda.
- Esse filho da puta a beijou bem na minha cara!
Clary não pareceu surpresa ou chateada.
- E por isso precisa agir como um selvagem e agredir o seu irmão? Eu esperava mais da posição de um futuro rei.
- Foda-se isso!
Luke se soltou do aperto de Jonathan e subiu as escadas mais rápido que um foguete.
- Você está bem? - Miguel correu para verificar Sophie. Ele passou as mãos por toda parte, investigando se havia algum machucado. - Ele empurrou você, bateu a cabeça?
- Estou bem - tranquilizou ela. - Não foi muito forte.
- Me desculpa, Sophie. Isso é tudo culpa minha.
- Não, não é. É minha - garantiu ela, olhando em direção as escadas. - Vou falar com ele.
- Não pode! Ele está maluco!
- Clary tem razão, Sophie. Não é bom falar com ele agora - aconselhou Jonathan, com o semblante preocupado.
- Não precisam se preocupar. Ele não vai me machucar.
- Ele já a machucou - rebateu Miguel, a raiva em cada sílaba e ainda assim parecia incrivelmente gentil ao falar com ela. - Não vá, amor.
Mas Sophie sabia que precisava ir. Luke ainda era o marido dela e estava fora de si.
Ela beijou Miguel na bochecha, sobre o machucado de seu olho esquerdo.- Já volto - disse ao se afastar.
Encontrou Luke sentado na cama, com os punhos cerrados. O cabelo preto estava uma bagunça, e Sophie podia ver os músculos de tensão contraídos em suas costas largas.
Ela se aproximou silenciosamente.- Está brincando comigo - ele disse ao perceber a presença dela. - Você quer me enlouquecer!
- Achei que eu estava livre dos nossos votos matrimoniais. Não foi este o acordo que propôs?
Luke se levantou e abriu um sorriso que não chegava aos olhos.
- Quer saber de uma coisa? - disse ele, com a voz mais fria que Sophie já ouvira. - Não vou dar a você o benefício do divorcio. Não lhe darei mais brechas para se distanciar mais de mim.
- Você decidiu isso! Não pedi nada.
- Está brincando comigo? Por favor, diga que está brincando. Eu queria te dar um tempo para pensar e colocar seus sentimentos no lugar. Acabou de perder sua sobrinha... mas aparentemente não precisa de tempo para dar pro meu irmão!
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Em Meio a Realeza
RomanceA guerra acabou e finalmente todos podem comemorar. Todos, exceto Sophie. Ela está de luto. Precisa superar seus fantasmas interiores e fazer uma escolha que determinará o seu destino.