Jellyfish - Bakugo Katsuki

Visita Especial

Acordo cedo com o despertador e volto a dormir, e acordo novamente me lembrando que tenho que ir ao hospital com Shoto. Coloco um vestido simples e desço as escadas correndo.

- Woah, calma ai garota - Terumi diz quando passo correndo por ela - Onde a senhorita pensa que vai sem tomar café?

- Ao hospital, talvez eu esteja atrasada... - entro na sala de jantar vendo minha família tomando café da manhã - Ma, Pa, vou ao hospital com Shoto, não devo demorar...

- Ele vai ver sua madrinha? - minha mãe pergunta surpresa - Já era hora...

- Devemos chegar lá pelas onze com o resto do pessoal, já combinei de Dazai-san nos buscar e vamos pegar alguns colegas no caminho. - Pego um monte de bolachinhas que estão em um prato na mesa - Aizawa-sensei deve chegar nesse horário também...

- Se ver sua madrinha, diga que mandei um abraço!! - minha mãe fala alto conforme saio da sala de jantar. - CUIDADO!!!

- HAAAAAI! - caminho rápido até a porta da frente, mas sou parada, ou melhor, erguida no ar antes de tocar na maçaneta - Terumiiiii, estou atrasada!

- Yare yare... - ela me coloca no chão e me entrega uma garrafa de água - Se hidrate, sua pestinha.

- Wakatta!! - saio pela porta e Dazai já está me esperando, seu pé direito bate impacientemente no chão - Eu sei, eu sei...

Vamos direto para o hospital, onde Shoto me espera na entrada.

- Yo, Bandeira do Canadá! - levanto minha mão em um cumprimento e ele me mostra o dedo do meio - Olha ele se soltando, seria fofo se não fosse cômico. Vamos logo.

Andamos até a recepção e deixo Shoto falar, sem realmente prestar atenção, depois andamos até o quarto de sua mãe.

- Vê se não fode... Vou esperar aqui, quero vê-la também. - me sento em uma cadeira no corredor.

Depois do que parece séculos Shoto sai e parece genuinamente feliz, e me sinto feliz por ele, ele passou muito tempo se atormentando e sofrendo sozinho.

- Ela quer te ver... - ele fala com um sorriso discreto.

- Claro que quer, sou afilhada dela, ahô. - dou um tapinha em seu ombro quando passo por ele pra entrar no quarto - Foi uma boa escolha, Sho, ela deve estar feliz...

Entro no quarto e reparo no aspecto simples dele, nada luxuoso, apesar de todo o dinheiro que Endeavor tem. Então a vejo, sentada em um banco, observando a paisagem pela janela.

- Ohayō, madrinha. - o tom de minha voz sai doce, reservado apenas para algumas pessoas na minha vida, como minha família. - Como tem passado?

Ela se vira para mim e diferente da última vez que a vi antes de ir estudar na Coreia três anos atrás, quando seus olhos não tinham vida e ela parecia apenas um fantasma da mulher gentil e maravilhosa que sempre foi, dessa vez ela parece melhor, mais viva, o brilho em seus olhos me lembra de quando éramos crianças e ela brincava comigo e com Shoto quando Endeavor não estava presente, para sugar qualquer alegria do lugar, como um buraco negro.

Ela me dá um sorriso gentil e caloroso, e abre os braços, como fazia quando eu era pequena e acabávamos de nos encontrar. Sorrio de volta e vou até ela lhe dando um abraço forte.

- Senti sua falta, madrinha... - falo curvada em seu pescoço, ela ainda tem o cheiro de um dia de neve.

- Também senti sua falta, minha pequena Rei-chan... - seu voz doce e calma trás lágrimas aos meu olhos, ela acaricia meus cabelos - Sente-se e me conte tudo o que tenho perdido na vida da minha querida afilhada...