Capítulo 24

0 0 0
                                    

O cursor pisca na tela enquanto releio a versão de Bernardo. Crispo os lábios e respiro fundo. Não vai ter jeito, vou ter que recalcular a rota.

Capítulo 14 - Maldito ursinho que estava no chão!

Bernardo

- Tia Lauren me ligou agora de manhã – meu pai diz, enquanto termina de fritar as panquecas – o Natal vai ser na casa dela, e o Ano-Novo, na casa do tio Nicholas. Não vamos poder levar Gumball dessa vez – ele se vira para mim – vai ter que deixar com o senhor Albert.

Faço "sim" com a cabeça. Meus olhos revirando de sono. Termino de pôr a louça na mesa para tomarmos café. Eu devia ter dormido cedo...

Escuto o barulho na escada. Pelos passos, deve ser Lina. "Por que a pressa?".

- Diaa! – ela entra já pronta, com a mochila nas costas.

- Bom dia, Lina! – meu pai diz – você já está indo?

- Sim. Tenho que encontrar Emily na biblioteca da escola – ela põe a bolsa na cadeira, vai até o armário e pega um pote de plástico e uma garrafa térmica. Admiro a animação dela mesmo de manhã – estamos terminando nosso trabalho de história, temos que entregar na sexta. Tô orgulhosa de como tá ficando! – ela põe chá preto na garrafa, e meu pai coloca duas panquecas que estão prontas – achei um livro bem interessante lá! Ah! Obrigada pelas panquecas! – passo para ela a geleia de laranja. A ponta de nossos dedos se tocam por um milésimo de segundo, mas é o suficiente para meu coração acelerar um pouco – obrigada! – é um exemplar único do Arthur Conan Doyle, "Um Estudo em Vermelho"! Não pode sair de lá! Ah, você já leu? - Lina olha para o relógio – Depois a gente conversa! – ela se vira pra mim – te vejo daqui a pouco! Bom dia no trabalho, Rupert!

- Bom dia na escola!

Me sento na cadeira e me sirvo uma caneca de café com bastante açúcar. Tomo um gole e outro e outro, depois mais uma caneca. Isso é o suficiente para me manter acordado pelas próximas 7. Longas. Horas. De aula.

Minhas irmãs ainda estão de pijama quando elas descem para comer. As aulas delas só começam às 10:00 e terminam às 15:00. Que sorte...

Minha mãe está no escritório dela aqui em casa. Está terminando um projeto e, com certeza, passou a noite toda acordada. Acho que tive a quem puxar: ela não dorme enquanto não termina de desenhar e calcular a planta de uma casa; e eu não durmo enquanto não terminar as partidas que eu jogo.

- Meninas, vamos passar o Natal na casa da tia Lauren – meu pai anuncia enquanto serve as panquecas.

- A Michelle vai? – Bonnie pergunta.

- Acho que sim.

- Ebaaaa!

- Gumball pode ir esse ano? – Riley pergunta preocupada.

- Não – ele separa uma porção de panquecas para minha mãe e vai saindo da cozinha – é a vez da Alice levar os gatos dela. Gumball vai ficar com o senhor Albert.

Riley toma seu café meio triste. Senhor Albert cuida bem do Gumball quando estamos fora, e Gumball adora ele. Mas, de todo mundo aqui em casa, ela é a mais apegada.

- Cadê a Lina? – Riley pergunta.

- Ela já foi pra escola – respondo, colocando bastante calda no meu prato.

- Por que você não foi também?

- Porque tá cedo, bem cedo, por sinal.

- Aaaaaah.

Clarice, que não é, LispectorOnde histórias criam vida. Descubra agora