Capítulo XIII

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Quando o grupo finalmente voltou para a Starlight Academy, a sensação de alívio foi palpável, mas rapidamente se dissipou no momento em que entraram no prédio. O ar fresco do ambiente contrastava fortemente com a imundície que haviam enfrentado, mas mesmo isso não era o suficiente para acalmar Alma. Ela caminhava à frente, com os olhos cerrados e uma expressão de descontentamento que a tornava ainda mais imponente.

— Alguém tem um analgésico? — Ela resmungou, segurando a cabeça com uma das mãos, claramente incomodada.

Dunna, que vinha logo atrás, trocou um olhar preocupado com Susan. Ambas sabiam que Alma não estava apenas irritada; ela estava em um estado de exaustão, e a combinação de cansaço e desconforto a tornava insuportável.

— Não me venha com essa cara de quem vai vomitar! — Allan disparou, tentando conter sua própria frustração. A paciência dele estava no limite, e Alma não ajudava em nada.

Foi então que, como se a situação já não estivesse tensa o suficiente, Elijah apareceu no corredor. Ele sempre tinha uma presença magnética, mas o encontro com Alma e Allan prometia ser explosivo.

— O que aconteceu com vocês? — Elijah perguntou, com um sorriso que rapidamente se desfez ao notar a tensão no ar. Ele observou o grupo, e seu olhar se fixou em Alma, que parecia prestes a explodir.

— Ah, olha quem chegou! — Alma disse com sarcasmo, seus olhos se estreitando. — O mensageiro da boa notícia.

Elijah fez uma expressão neutra, mas não pôde deixar de notar o clima pesado.

— O que quer que eu faça, uma dança da chuva? — ele tentou brincar, mas a piada caiu em um silêncio desconfortável.

Allan bufou, sua irritação evidente.

— O que você quer, Elijah? Não estamos a fim de suas piadas hoje.

— Apenas estou tentando ser amigável. — Elijah respondeu, a leveza de sua voz contrastando com a tensão ao seu redor.

A tensão entre Allan e Elijah era palpável, e a frustração de Alma só aumentava. Enquanto isso, Agnes e Susan estavam silenciosas, claramente aliviadas por não estarem mais expostas ao fedor da floresta.

— Vamos, Alma. — Agnes disse, puxando a amiga pelo braço. — Precisamos de um tempo sozinhas, longe de tudo isso.

Dunna olhou para Allan, hesitando antes de seguir o grupo. A saída delas foi um alívio, mas a presença de Elijah permaneceu desconfortável no ar.

Elijah observou as meninas se afastarem, percebendo que ele não seria bem-vindo ali. Ele lançou um olhar para Allan, que ainda estava visivelmente aborrecido.

— Você sabe que pode contar comigo, né, Alma? — Elijah disse, sua voz mais baixa, tentando quebrar a tensão.

Alma apenas acenou com a cabeça, mas não parecia interessada. A conversa estava longe de ser a que Elijah esperava.

— Vou embora antes que a atmosfera aqui se torne insuportável. — Elijah disse, decidindo se afastar. Ele sabia que, com o grupo disperso e Alma em um estado tão frágil, a situação só poderia piorar.

— Podemos nos ver mais tarde, Alma? — Elijah perguntou.

Uma onda de nervosismo tomou conta de Allan repentinamente.

— Nã... — Allan fechou o semblante ao ser interrompido.

— Podemos. Te vejo na cafeteria mais tarde. — Alma disse com um breve sorriso antes de ser tomada por outra ânsia.

Enquanto isso, Agnes, Susan e Dunna seguiram para seus dormitórios, aliviadas pelo cheiro horrível da floresta ter finalmente desaparecido, mas com a mente inquieta, refletindo sobre os eventos e o que ainda estava por vir.

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