Capítulo VI

9 1 0
                                    

Pov's Peter

(Capítulo anterior na percepção do Peter. Quando acabar vou colocar ~●~)

Todos estavam ali, ao redor da mesa do refeitório, mas nada daquilo realmente importava. Não, o que realmente valia a pena era o controle silencioso que ele tinha sobre a situação. A forma como eles falavam, se moviam, agiam... todos previsíveis, todos tão fáceis de manipular.

Sinyun levantou os ombros em resposta à minha pergunta impaciente, como sempre fazia. Patético. Ele nunca sabia de nada. E Allan? Claro que Allan debochou. O cara não conseguia resistir à tentação de se sentir superior, mesmo que sua importância fosse, no fundo, tão rasa quanto os outros.

Mas Susan... Ela era diferente.

Meus olhos, como sempre, a procuraram na sala. Havia algo nela que eu não conseguia deixar de observar. Desde o momento em que a vi, soube que teria que torná-la minha. Era inevitável. O modo como ela se mexia, como ficava tensa quando a situação saía do controle. Era fascinante.

Todos estavam ali por um motivo que sequer entendiam. Eles se moviam por comandos simples, como peças em um tabuleiro. Só que eles não viam o quadro completo. Eu via. Eu sempre via. Eles eram previsíveis. Sinyun, Allan, Alma... meras distrações.

De repente, a voz de Agnes preencheu o refeitório pelo alto-falante, anunciando o desaparecimento das gêmeas Fitzroy. O refeitório ficou em alvoroço, exceto para mim. Era claro que isso ia acontecer. Clara e Liah... bem, agora eram uma preocupação da diretoria, mas para mim, eram apenas outra oportunidade de jogar com as mentes ao meu redor.

Observei os outros ficarem tensos, Alma jogou a cabeça para trás entediada, como se tudo fosse uma perda de tempo. Allan se ajeitou na cadeira, claramente incomodado com a seriedade da situação. Mas enquanto eles se perdiam nos próprios pensamentos e emoções, eu já sabia o que viria a seguir. O caos que sempre surgia entre eles... e eu o alimentaria.

Quando Alma provocou Allan, o conflito começou, exatamente como eu sabia que aconteceria. Eles eram previsíveis demais. Susan, como sempre, interviu. Ela tentava ser a voz da razão, o que era tão... Susan. Ela não entendia que esse conflito era necessário, que eu precisava disso para controlar a situação. Mas tudo bem. Eu a deixaria pensar que estava no controle por enquanto. Eventualmente, ela perceberia quem realmente puxava os fios.

Enquanto Allan e Sinyun começavam a sugerir procurar as gêmeas, eu fiquei em silêncio, analisando tudo. Era óbvio que a diretora não se importava realmente com o que acontecera com elas. Eu também não. A única coisa que importava era o jogo que eu podia jogar a partir disso.

- Qual é, bando de burrice ambulante... - eu intervi, não porque eles precisavam ouvir, mas porque eu sabia que qualquer coisa que eu dissesse moldaria suas decisões. Sinyun, previsível como sempre, corrigiu-me. Coreano, japonês, não importava. Ele era irrelevante.

O foco estava em Susan. Sempre esteve.

Ela estava dividida. Era fácil ver isso. Eu podia sentir sua hesitação, aquele medo dela de fazer a escolha errada. Mas eu já tinha decidido por ela. Ela só não sabia ainda. Quando nossos olhares se encontraram, vi o impacto que tinha nela. Ela não podia resistir. Eu sabia o que ela queria, mesmo que ela não soubesse. E quando ela se levantou e foi para o lado de Sinyun, foi por minha causa.

Era sutil, mas eu a controlava, como sempre.

Alma ficou furiosa, mas ela não importava. Susan estava onde eu queria que estivesse, ao meu lado, mesmo que indiretamente. Ela já era minha, desde o momento que nossos caminhos se cruzaram pela primeira vez.

Starlight AcademyOnde histórias criam vida. Descubra agora