S I N O P S E
Hailey sempre viveu como uma princesa, com o mundo aos seus pés, até que a morte de seu pai transforma sua vida em um caos. A riqueza e o luxo desaparecem tão rápido quanto ele. Deixando Hailey perdida e sem rumo. Vulnerável, ela encon...
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H A I L E Y C O P E L A N D
Parei no corredor fazendo silêncio, assistindo a cena sem que nenhum dos dois percebesse. Hector estava sem camisa, largado no sofá, claramente bêbado demais. E ao menos uma vez na vida, David tentava tomar conta da situação. Ele tentava convencer Hector a ficar.
— De jeito nenhum, Hector. Você já bebeu demais — ouvi David dizer, o tom firme, mas cheio de cuidado.
— Eu dirijo melhor bêbado, cara — o homem dos cabelos loiros escuros falou, arrancando risadas do outro.
Nós todos bebemos demais, cantamos algumas músicas e jogamos vôlei na piscina. Viramos muitos shots de tequila, o que fez Layla dormir rapidamente em um dos quartos de hóspedes.
— Merda, Hector. Você não vai andar de moto assim — David falou, alterando o tom de voz.
Não consigo tirar os olhos de Hector. Ele parece tão vulnerável. Está afundado nas almofadas, tentando bancar o durão, mas falhando miseravelmente. Quando ele tentou se levantar e quase caiu, senti meu coração dar um pulo. Não posso e nem devo tentar ajudar, isso é entre ele e David.
—Você sempre cuidou de mim — ouvi Hector dizer, com a voz arrastada e fraca.
Aquilo me atingiu de um jeito estranho. Ver David ser tão cuidadoso com ele mexeu comigo. David não é uma pessoa que se importe muito com os outros. Mas devido a tudo que já passaram juntos, ele se importa com Hector. Estou me sentindo culpada por estar atraída logo pelo melhor amigo dele. Entre todas as pessoas do mundo, por que logo Hector chamou minha atenção?
David saiu da sala por um momento e eu fiquei sozinha, apenas olhando para Hector, tão bonito, mesmo naquele estado. Por que isso está acontecendo comigo? Ele é o melhor amigo do meu namorado. Mas, ainda assim, o jeito como ele fala, como sorri de lado, quando tenta me provocar, me faz sentir algo que eu não deveria sentir.
Quando David voltou, carregando uma manta, eu me encolhi mais na sombra, sem coragem de sair dali. Ele cobriu Hector com cuidado.
— Ele está melhor? — perguntei, criando coragem. Me sentindo culpada por querer o que eu não posso.
— Vai sobreviver — David brincou, observando o melhor amigo. — Boa noite, cara.
David e eu fomos para o quarto logo depois que ele ajeitou Hector no sofá. Seus olhos pequenos e caídos indicam seu cansaço. O moreno nem mencionou o quanto Hector tinha bebido, apenas deitou ao meu lado, me puxou para perto e adormeceu rapidamente. Eu, por outro lado, fiquei ali, olhando para o teto. Meus pensamentos divididos entre David e o que eu senti quando Hector enfiou seus dedos no meu biquíni.
O quarto estava silencioso, exceto pela respiração pesada de David ao meu lado. Fechei os olhos, tentando afastar qualquer pensamento sobre Hector, tentando focar no quanto David é bom, confiável, o namorado perfeito. Mas não adianta. Eu não consigo apagar a imagem de Hector afundado no sofá, sua voz frágil ecoando na minha cabeça.
Respirei fundo, tentando pensar em algo que não fosse ele.
— Unicórnios, girassóis, arco-íris… — sussurrei, tentando visualizar cada uma dessas coisas.
Um som vindo do primeiro andar me tirou de meus pensamentos. Algo como um gemido baixo, seguido por um barulho úmido e desconcertante. Eu sabia o que era antes mesmo de me levantar. Hector estava vomitando.
Eu me mexi devagar, tentando não acordar David. Parei na porta do quarto, pensando se estava fazendo a coisa certa. Pensei em acordar David, mas ele merecia descansar depois de tudo. Saí do quarto em silêncio, meus pés descalços praticamente flutuando sobre o chão frio do corredor, até chegar às escadas.
Olhei ao redor e encontrei a sala vazia e escura, exceto por um fraco brilho vindo da cozinha. Quando cheguei perto, vi Hector debruçado sobre a bancada de mármore, claramente enjoado. Ao seu lado no chão, uma poça de vômito. Ele está um desastre. Um belo desastre.
— Hector? — Minha voz saiu baixa, quase hesitante. Ele se virou lentamente, seus olhos cheios de lágrimas por conta do esforço causado pelo enjôo.
— Desculpas — murmurou, a voz rouca e fraca.
Fui até ele sem pensar, pegando um copo de água, ajudando ele a tomar. Peguei um pano e limpei o chão. Em seguida colocando o mesmo no lixo, lavando minhas mãos e retornando para o lado do loiro.
— Não precisa se desculpar, está tudo bem — eu disse, tentando parecer tranquila, mas por dentro está tudo uma confusão.
—Eu não devia ter bebido tanto — ele continuou, apoiando o corpo na bancada fria, a respiração pesada. Ele está tão vulnerável, tão quebrado. O oposto daquela pessoa confiante que ele sempre mostra.
—Shhh! Se escora em mim — murmurei, sentindo seu braço pesar em meu ombro. — Vamos cuidar de você agora, tá? — ele exitou por alguns segundos, olhando em meus olhos. Seu corpo praticamente cobre o meu, mesmo que Hector não esteja colocando o seu peso, sinto dificuldade em caminhar com ele.
— Você não precisa... David vai ficar bravo — ele tentou argumentar, ainda um pouco embriagado. Sacudi a cabeça, descartando a ideia.
— David só quer que você fique bem, Hector.
Eu o levei de volta para o sofá, percebendo o quanto me afeta estar tão próxima dele, sentindo o calor de seu corpo.
Voltei para a cozinha e peguei uma garrafa d'água, aspirina e um balde de lixo. Respirando fundo ao voltar para a sala. Acho que ele nem faz ideia do quanto me afeta, do quanto está fodendo com a porra do meu psicológico.
— Abre a boca — ordenei, colocando o remédio em sua boca. Logo, abrindo a tampa da garrafa para que ele pudesse tomar um pouco de água. — Não seja um menino mau — sussurrei, vendo ele fazer uma careta.
— Merda, está tudo girando. — Ele esboçou um sorriso de lado, parecendo frustrado consigo mesmo. — E você continua linda — sussurrou com a voz fraca. Senti meu coração acelerar, não estava esperando um elogio.
— Você precisa voltar a dormir, seu bêbado — falei, vendo seu meio sorriso diante das minhas últimas palavras. Ajudei Hector a se deitar e cobri seu corpo com a manta.
— Obrigado, paixão — ele murmurou. Senti um friozinho na barriga. Ele não tem o direito de me deixar assim, não tem.
Fiquei ali por um segundo a mais, olhando para ele. Esperando até que ele pegasse no sono, depois me forcei a subir as escadas de volta para o quarto. Meu coração bate acelerado, o peso da culpa e da confusão voltando. Eu sei que preciso parar de sentir isso. David é o homem certo para mim, e Hector... Hector é só um amigo que está precisando de ajuda.
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