S I N O P S E
Hailey sempre viveu como uma princesa, com o mundo aos seus pés, até que a morte de seu pai transforma sua vida em um caos. A riqueza e o luxo desaparecem tão rápido quanto ele. Deixando Hailey perdida e sem rumo. Vulnerável, ela encon...
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H E C T O R B R O W N
O pub estava a todo vapor. Com música alta e risadas ecoando por todo o ambiente, eu mal conseguia ouvir meus próprios pensamentos. Tinha acabado de servir um coquetel colorido a um grupo de mulheres perto da janela. Elas estavam bem vestidas, sorridentes, e notei seus olhares seguindo cada movimento meu.
Voltei ao balcão para limpar algumas taças quando senti os olhares ainda mais intensos. Respirei fundo, ajustei meu sorriso profissional praticamente pregando-o em meu rosto, e novamente me aproximei delas.
— Mais alguma coisa, senhoritas? — perguntei, tentando manter o tom cordial.
Uma das mulheres, uma morena de olhos verdes, com marcas de expressão marcantes nos olhos e bocas, inclinou-se para frente, exibindo um decote generoso.
— Na verdade, acho que precisamos de mais um desses coquetéis deliciosos. O que você acha de ficar um pouquinho aqui com nós? — Ela perguntou, pegando um palito com azeitona que estava em um copo aleatório do balcão. Levou até os lábios e lambeu a azeitona.
Aperto os lábios para não começar a rir dela nesse instante. Essa mulher deve ter o triplo da minha idade, ela acha que eu realmente vou querer ter relações com ela?
Ri educadamente, sentindo o calor subir pelo pescoço.
— Infelizmente, tenho muitos clientes para atender. Mas garanto que volto assim que possível, senhorita — avisei, dando uma piscadela para a mulher mais velha.
Uma mulher loira se aproximou, com um batom vermelho marcante e um vestido tão transparente que eu conseguia ver o verde neon de sua calcinha larga. Ela tocou levemente meu braço, me mostrando seu sorriso mais travesso.
— Hector, você parece tão ocupado. O que acha de relaxarmos um pouco no banco de trás do meu carro? — sugeriu com as sobrancelhas arqueadas.
Eu gostaria de chegar bem perto do ouvido dela e dizer que ela parece uma cadela no cio. Mas mantenho o profissionalismo.
— Agradeço a oferta, mas é minha responsabilidade garantir que todos aqui tenham um bom atendimento. Se precisarem de mais alguma coisa, estou à disposição. — Novamente dei o meu sorriso mais gentil, já cansado de sorrir para velhas e vagabundas.
Voltei ao balcão, tentando focar no próximo pedido. Enquanto preparava mais drinks, sentia os olhares fixos em minhas costas. Trabalhar no Luxor Lounge tinha suas vantagens, mas também vinha com situações constrangedoras como essa. Na maioria das vezes as velhas ricas deixavam uma gorjeta generosa para mim, apenas pelos sorrisos e serviços prestados.
Fiquei observando as pessoas, todos de uma alta sociedade. Alguns fechavam negócios, outros trocavam drogas por debaixo dos panos. Algumas mulheres eram garotas de programa, tentando fisgar um peixe grande. Outros só estavam sentindo-se solitários, torrando até o último centavo para garantir amigos de mentira.
Já faz dois anos que eu larguei aquela vida. Fiz um último assalto a uma joalheria e recomecei. Peguei o dinheiro e sumiu do mapa, comecei do zero. Deixando os fantasmas do passado, onde deveriam estar, no passado. Não sinto falta daquilo, da adrenalina, de estar sempre à beira da morte. Não sinto falta de ficar fugindo e muito menos de quase sempre ser preso.
Gosto da minha rotina calma e vida tranquila que adotei desde aquele dia. Eu tomei uma decisão, e nunca mais voltarei atrás. O submundo não é lugar para pessoas boas, como eu.
Observei a porta abrir, e uma nova figura entrar. Cabelos ruivos brilhantes que parecem capturar a luz do ambiente de maneira quase mágica.
Usa um vestido vermelho escuro que contrasta perfeitamente com seus cabelos e olhos claros. Por um momento, fico paralisado, incapaz de desviar o olhar. Sua beleza é de tirar o fôlego.
Ela caminhou graciosamente até o balcão, e cada passo parecia hipnotizar a todos ao redor.
— Boa noite, o que você gostaria de beber? — perguntei, forçando as palavras a saírem de minha boca.
— Boa noite — disse ela, com uma voz suave. — Poderia me recomendar um drink? — Seu sorriso de lado me fez sorrir também.
Demorei um segundo para recuperar o fôlego e a consciência.
— Claro, senhorita — respondi, tentando não gaguejar. — Que tipo de drink você prefere? — Ela sorriu, e aquele sorriso fez meu coração acelerar.
— Algo surpreendente. Confio no seu bom gosto. — Ela está flertando comigo? Meu Deus eu espero que sim.
Enquanto começava a preparar o drink, ainda sentia os olhos dela sobre mim. Mesmo em meio à agitação do bar, aquele momento parecia suspenso no tempo.
Meus olhos foram puxados para a pessoa atrás dela, que se aproximou com um semblante surpreso e alegre.
— HECTOR BROWN! — ele gritou, quase pulando por cima do balcão para me dar um abraço. — Quanto tempo, irmão!
— Caramba! Você ainda está vivo! — falei, tentando não parecer tão surpreso. David, meu melhor amigo desde que me conheço por gente. O tempo fez com que nos afastássemos um pouco. Mas toda vez que nos encontramos é a mesma coisa de sempre.
David é maluco, completamente da pá virada. Acho que mais louco do que eu, mas não mais experiente. Roubávamos carros e dávamos fuga da polícia com apenas onze anos de idade. Com dezesseis, íamos em festas aleatórias apenas para espancar bêbados que não sabiam ouvir “não” de mulheres bonitas.
— Já fazem dois anos… — ele falou, sentando-se ao lado da ruiva. David me ajudou quando fiz o último assalto para fugir. Ele conseguiu as armas, uma identidade falsa e passagem de avião. Eu devo minha vida a esse cara.
— Eu nem te agradeci… — ele me interrompe, pegando a garrafa de Martini da minha mão e virando-a como se fosse água.
— Já conheceu a minha garota? — Meu amigo sorriu, um sorriso de orelha a orelha. Ele depositou um beijo na testa da ruiva, que parecia sem graça com tudo isso.
Porra! essa garota é areia demais para o caminhãozinho de David.
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