capítulo - 4

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Ao sair da escola, Ji-Woo se deparou com um cenário que a fez gelar o sangue. Um grupo de garotos, vestidos com as cores da gangue de Hyun-Soo, cercavam Min-seo, que estava encurralada contra o muro, o rosto pálido de medo.

— Deixa ela em paz! — gritou Ji-Woo, correndo em direção ao grupo.

Os garotos se viraram, sorrisos se formando em seus rostos.

— Olha só quem temos aqui — disse um deles, um garoto alto e musculoso com um piercing no nariz. — A pequena heroína voltou para salvar sua amiga? —

Ji-Woo não se deixou intimidar. Ela sabia que estava em desvantagem numérica, mas não recuaria.

— Saiam do caminho — ordenou ela, sua voz firme. — Se vocês tocarem nela, vão se arrepender. —

Os garotos riram, um som que ecoou na rua vazia.

— E o que você vai fazer, garota? — perguntou o garoto com o piercing, se aproximando. — Me bater com seu livro de poesia? —

Ji-Woo não respondeu. Ela observava os movimentos dos garotos, procurando uma brecha, uma oportunidade para agir. Ela não podia lutar contra todos eles, mas talvez pudesse distraí-los o suficiente para que Min-seo pudesse escapar.

Enquanto os garotos riam e zombavam dela, Ji-Woo percebeu uma lata de tinta spray caída no chão, perto de seus pés. Uma ideia surgiu em sua mente, arriscada, mas era a única chance que ela tinha.

Com um movimento rápido, ela pegou a lata de tinta e a lançou contra o garoto com o piercing, acertando-o em cheio no rosto. O garoto gritou de surpresa e dor, a tinta vermelha manchando seu rosto e roupa.

Os outros garotos se voltaram para ela, furiosos. Ji-Woo aproveitou a distração para se jogar em direção a Min-seo, puxando-a para longe do grupo.

— Corre! — gritou ela, puxando Min-seo pela mão.

As duas garotas correram o mais rápido que puderam, os gritos dos garotos ecoando atrás delas. Ji-Woo sabia que não estavam a salvo, mas pelo menos Min-seo estava.

O parque, normalmente um refúgio de paz e tranquilidade, parecia agora um labirinto ameaçador sob a luz fraca do entardecer. As sombras das árvores se alongavam, deformando-se em formas assustadoras, enquanto o vento sussurrava entre as folhas, carregando consigo o eco dos gritos dos perseguidores.

Ji-Woo puxava Min-seo pela mão, seus pulmões ardendo, as pernas pesadas. Ela podia ouvir os passos dos garotos se aproximando, cada vez mais próximos.

— Para aqui! — sussurrou Ji-Woo, puxando Min-seo para trás de um grande carvalho, suas folhas densas oferecendo um escudo precário.

As duas garotas se encolheram atrás da árvore, segurando a respiração, ouvindo atentamente os sons ao seu redor. Os passos dos garotos estavam cada vez mais próximos, parando a poucos metros de onde elas se escondiam.

Ji-Woo podia ouvir as vozes deles, baixas e ameaçadoras, murmurando entre si. Ela apertou a mão de Min-seo, tentando transmitir tranquilidade, embora seu próprio coração batesse forte no peito.

— Eles vão embora? — sussurrou Min-seo, a voz trêmula.

Ji-Woo não respondeu. Ela não sabia. Ela só podia esperar, rezando para que os garotos não as encontrassem.

De repente, um novo som surgiu, quebrando o silêncio tenso. Era um barulho forte, metálico, que se aproximava rapidamente. Ji-Woo e Min-seo se entreolharam, confusas e assustadas.

O barulho ficou mais alto, e então elas viram: uma bicicleta, sendo pedalada furiosamente por um jovem com uma jaqueta de couro e um capacete na cabeça.

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