capítulo - 2

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O aroma de tinta nova e medo pairava no ar. O Gangwon State, outrora um santuário feminino, agora se transformava em um campo de batalha social. A chegada dos meninos inaugurou uma era de mudanças, um turbilhão de olhares desafiadores, sussurros maldosos e uma hierarquia implacável.

Ji-woo observava a cena com um misto de fascínio e repulsa. As garotas, antes tão confiantes, agora se curvavam diante dos novos senhores do pátio.

— Parece que a diversão acabou — murmurou Min-seo, sua voz carregada de melancolia.

Ji-woo lançou um olhar penetrante para a amiga. — Não vamos deixar que eles nos dominem, Min-seo. Essa escola ainda pertence a nós. —

Suas palavras foram cortadas por gargalhadas arrogantes. Hyun-Soo, cercado por seus capangas, Dong-Jun e Park Sung-hoon, avançava pelo corredor como um predador. Soo-Ah, a sombra fiel do líder, flutuava ao seu lado, seu sorriso gélido congelando o ar.

— Bem-vindas ao novo Gangwon State, garotas — disse Hyun-Soo, sua voz carregada de um desprezo glacial. — Aqui, as regras mudaram. —

Sung-hoon, com um olhar distante, encarou Ji-Woo por um instante, um tremor de algo indefinível passando por seus olhos. Mas rapidamente, a máscara do valentão voltou ao lugar, e ele voltou a sorrir com crueldade.

Jang-Haru, agarrada ao braço de Soo-Ah, lançou um olhar venenoso para Ji-Woo. — Parece que alguém está com inveja da nossa nova realidade — sibilou.

Ji-Woo não se intimidou. — Eu não tenho medo de vocês — respondeu a mesma, erguendo o queixo com desafio. — Vocês podem ter o dinheiro e o poder, mas não têm coragem. —

Hyun-Soo riu, um som frio e ameaçador que ecoou pelos corredores. — Coragem? Queremos ver você provar isso, Ji-Woo. — disse o garoto com um tom sarcástico

A tensão no ar era palpável. A batalha estava apenas começando. O Gangwon State estava em chamas, e Ji-Woo estava pronta para lutar pelo que acreditava.

Ji-woo estava precisando ir ao banheiro, mas preocupada em deixar a amiga sozinha, resolveu avisa-lá — vá indo para a sala Min-seo, vou ao banheiro e já te alcanço. — soltou um sorriso para a amiga e a deu um tapinha no ombro.

ao caminho do banheiro Ji-woo caminhava lentamente pelo corredor, pensando que agora com os meninos em Gangwon State, as coisas ficariam mais difíceis. mas ignorou isso depois que chegou perto do banheiro, suspirou e logo em seguida entrou no banheiro feminino, o coração batendo forte. O cheiro de lavanda barata não conseguia disfarçar o aroma de medo que impregnava o ar. Jang-Haru a encarava no espelho, seus olhos brilhando com uma mistura de ódio e inveja.

— Você realmente pensa que pode desafiar Hyun-Soo? — riu Jang-Haru, sua voz doce como veneno. — Você não passa de uma inseto tentando brigar com um dragão. —

Ji-Woo limpou as mãos na pia, encarando Jang-Haru com firmeza. — Não tenho medo dele. E você deveria ter mais cuidado com quem você escolhe como inimigo. —

Jang-Haru deu um passo à frente, seus lábios se curvando em um sorriso cruel.

— Cuidado? Você acha que eu tenho medo de você? — questionou Jang-haru em tom sarcástico.

— Deveria ter — murmurou Ji-Woo, seus olhos fixos nos de Jang-Haru. — Você está jogando um jogo que não sabe, sem ver a regras. — disse Ji-Woo com um tom frio e uma onda de razão.

Jang-Haru encarou Ji-Woo por um instante mais, o ódio fervilhando em seu olhar. Então, com um último suspiro de fúria contida, virou-se e saiu do banheiro, seus saltos altos ecoando pela sala vazia.  — Você vai se arrepender —murmurou para si mesma, seus planos de vingança já tomando forma na mente.

Ji-Woo respirou fundo, sentindo o peso do olhar de Haru ainda em suas costas. Ela sabia que a guerra havia apenas começado.  Saindo do banheiro, caminhou lentamente pelo corredor até chegar à sala de aula, onde encontrou Min-seo sentada em seu lugar, um olhar preocupado estampado em seu rosto.

— Tudo bem? — perguntou Min-seo, ao ver Ji-Woo chegar.

Ji-Woo forçou um sorriso. — Tudo bem. Só preciso me concentrar nos estudos. —

Ji-Woo sentiu um aperto no peito ao ver Hyun-Soo, Sung-hoon, Soo-Ah e Jang-Haru entrarem na sala. O sorriso triunfante de Hyun-Soo a encarou diretamente, enquanto Soo-Ah lançava um olhar frio e calculista. Jang-Haru, por sua vez, não disfarçou o ódio em seus olhos, mordendo o lábio inferior como se lutasse para conter a fúria. Sung-hoon, porém, parecia distante, seus olhos vagando pela sala como se procurasse algo além das paredes daquela sala. O destino, parecia, tinha planos bem específicos para Ji-Woo naquele ano.

A professora, distraída organizando seus materiais, não percebeu o clima tenso se formando na sala. Enquanto ela escrevia no quadro, um papel amassado voou pelo ar, acertando a cabeça de Min-seo.

Ji-Woo se virou, seu sangue fervilhando. Vários outros papéis se seguiram, cada um com xingamentos e ameaças direcionados a Min-seo.

Hyun-Soo e seus capangas riam baixinho, observando a cena com sadismo. Soo-Ah, com um sorriso gélido, lançou um olhar desafiador para Ji-Woo, como se dissesse: "Se você se intrometer, será o próximo alvo."

Ji-Woo sentiu a raiva tomar conta dela. Não deixaria que seus amigos fossem humilhados. Ela se levantou da cadeira, seus olhos fixos em Hyun-Soo.

— Isso é o que vocês chamam de diversão? — perguntou, sua voz cortando o silêncio da sala.

Hyun-Soo a encarou com desprezo. — É só um pouco de brincadeira, Ji-Woo. Relaxa. —

"Brincadeira?", Ji-Woo retrucou, sua voz firme. — Vocês estão fazendo isso porque têm medo de mim. Porque sabem que eu não vou me curvar diante de vocês. —

A sala ficou em silêncio, todos os olhares voltados para o embate entre Ji-Woo e Hyun-Soo. A tensão era palpável, carregada de uma promessa de conflito.

Ji-Woo respirou fundo, ignorando o olhar desafiador de Hyun-Soo. Ela se abaixou e começou a recolher os papéis do chão, cada um deles um testemunho da covardia de Hyun-Soo e seus capangas. Em seguida, com passos firmes, se aproximou de Soo-Ah, que ria com arrogância, e jogou todos os papéis em seu colo.

— Aproveite a leitura — disse Ji-Woo, seu olhar gélido.
— Talvez você aprenda algo sobre respeito. —

O sinal do intervalo tocou, quebrando a tensão na sala. Ji-Woo se virou para Min-seo, que a encarava com admiração e gratidão. — Vamos — disse Ji-Woo, oferecendo a mão para a amiga. — Precisamos de um lanche depois dessa aula. —

Juntas, elas atravessaram a sala, ignorando os olhares furiosos de Hyun-Soo e seus amigos. Na cantina, o aroma de kimchi e arroz frito as recebeu. Ji-Woo pegou um bandeja e serviu-se de bibimbap, enquanto Min-seo escolheu um caldo de mandu.

— Obrigada por me defender — disse Min-seo, enquanto se sentavam em uma mesa longe das mesas ocupadas pelo grupo de Hyun-Soo.

— Não precisava agradecer — respondeu Ji-Woo, mordendo um pedaço de carne. — Eles não vão nos intimidar. —

Mas, mesmo enquanto falava, Ji-Woo sentia um frio na barriga. Ela sabia que a luta estava longe de terminar. E a próxima batalha poderia ser ainda mais perigosa.

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