Capítulo 13: Aproximação

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O lugar estava mais movimentado do que nunca, a música alta e as luzes vibrantes preenchiam o ambiente com uma energia quase palpável. Isabella estava se divertindo, rindo com Elena e aproveitando o momento que havia sido reservado para celebrar suas conquistas.

Enquanto Isabella ia até o bar pegar algo para bebe, um homem visivelmente alterado pela bebida, se aproximou dela de maneira inadequada, tentando forçar uma conversa.

— Ei, linda... — ele disse com a voz arrastada e um sorriso incômodo. — Você devia dançar comigo.

Isabella recuou instintivamente, sentindo o desconforto crescer. Ela olhou ao redor, tentando encontrar Elena, mas a amiga estava distraída conversando com outros amigos. O homem, no entanto, não desistiu, avançando mais um passo em sua direção.

— Eu não estou interessada. — Isabella disse com firmeza, tentando afastá-lo educadamente, mas o homem não parecia disposto a aceitar.

Antes que pudesse fazer qualquer outra coisa, sentiu uma presença ao seu lado. Era Ethan. Ele apareceu silenciosamente, posicionando-se entre Isabella e o homem.

— Está tudo bem por aqui? — Ethan perguntou, a voz baixa e firme, encarando o homem com um olhar frio.

O homem, surpreso e percebendo que não era bem-vindo, recuou imediatamente.

— Tudo certo, cara, eu só... — ele começou, mas ao ver a expressão implacável de Ethan, desistiu de terminar a frase e se afastou, desaparecendo na multidão.

Isabella soltou um suspiro de alívio, seus ombros relaxando enquanto olhava para Ethan, um misto de gratidão e surpresa no rosto.

— Obrigada... Eu não esperava por isso. — disse ela, um pouco sem jeito.

Ethan a observou por um momento, seus olhos expressando algo que Isabella não conseguia decifrar completamente. Ele acenou com a cabeça, sem fazer alarde.

— Você não precisa agradecer. — respondeu Ethan, sua voz séria novamente.

Isabella sorriu, e a tensão entre eles pareceu se dissipar, sendo substituída por uma leveza inesperada, como se aquele breve momento tivesse quebrado uma barreira invisível. Justo quando ela começava a se sentir mais à vontade, Elena apareceu, aproximando-se com seu jeito animado de sempre.

— Tudo certo por aqui, Bella? — perguntou Elena, lançando um olhar curioso aos dois.

— Sim, está tudo bem. Ah, Ethan, essa é minha amiga, Elena. — Isabella respondeu, apontando para a amiga, que chegava com um sorriso malicioso nos lábios.

— Então você é o famoso Ethan? O grande chefão da Bella? — Elena brincou, estendendo a mão com uma risada leve.

Ethan, sempre mantendo a compostura, sorriu de maneira discreta e apertou a mão dela educadamente.

— Isso mesmo. O prazer é meu, Elena. — Ele disse, de forma cortês.

Elena, sempre observadora, notou a atmosfera entre eles e não perdeu a oportunidade de provocar.

— Pelo visto, vocês dois estavam no meio de uma boa conversa... — comentou ela, com um brilho divertido nos olhos, claramente percebendo algo a mais na interação deles.

Isabella riu de maneira nervosa, sem saber exatamente como reagir à provocação, e deu de ombros.

— Nada demais, só... conversando. — Murmurou, tentando desviar a atenção.

Elena, porém, não parecia convencida e apenas sorriu com um ar de quem sabia muito bem o que estava acontecendo.

— Amiga estou cansada, podemos ir?... Está ficando tarde. — Isabella disse, lançando um olhar a Elena.

— Poxa Belinha, queria tanto ficar mais um pouco. — disse Elena, animada.

— Eu posso levá-las, se vocês quiserem. — Ofereceu Ethan, sua voz sempre controlada e educada, mas com um toque de firmeza que a fazia sentir-se segura.

Isabella hesita, sabendo que não queria deixar a amiga sozinha, mas também não queria continuar ali.

— Pode ir, Bella. Eu estou bem. Acabei de encontrar uns amigos e vou ficar por aqui mais um tempo. — Elena deu uma piscadela para Ethan, que apenas observava a interação com um sorriso discreto.

Isabella olhou de relance para Ethan, e depois para Elena, claramente dividida. Ela não queria causar incômodo, mas ao mesmo tempo, sabia que Ethan não era o tipo de pessoa que faria uma oferta como essa sem intenção de cumpri-la.

— Está tudo bem, Bella. Eu ficarei bem, pode ir tranquila. — disse Elena, praticamente empurrando-a em direção a Ethan. — Aproveite a carona de luxo.

Sem mais argumentos, Isabella acabou aceitando. Ela acenou para a amiga, que já se afastava novamente para encontrar seus outros amigos, e seguiu Ethan para fora da boate. A noite estava fresca, e o silêncio da rua contrastava com o ambiente barulhento que haviam acabado de deixar.

No carro, o clima era mais leve do que Isabella esperava. Ethan não parecia o chefe severo e inatingível que ela via todos os dias no escritório. Ele era, de certa forma, mais acessível, mais humano.

— Você gosta de sair para dançar? — ele perguntou, iniciando uma conversa, sua voz calma quebrando o silêncio do carro.

— É engraçado, eu nunca saía antes... — Isabella começou lembrando-se dos tempos difíceis com Charlotte. — Eu meio que descobri isso tarde. Quando era criança nunca tive permissão para dançar ou me divertir assim. Elena meio que me ensinou a me soltar.

Ethan permaneceu em silêncio, os olhos fixos em Isabella, absorvendo o que acabara de ouvir. Enquanto algumas perguntas pairavam em sua mente, ele percebeu que tinham chegado ao destino. Isabella se apressou em agradecer, pronta para encerrar o momento.

— Obrigada pela carona, Ethan. — disse ela, abrindo a porta do carro, já se inclinando para sair.

— De nada. Tenha uma boa noite, Isabella. — Ele respondeu, sua voz agora mais suave, mas o olhar ainda cheio de pensamentos não ditos.

Ela saiu do carro, fechando a porta atrás de si, mas antes de entrar em casa, deu uma última olhada para o carro que se afastava.

Algo naquela noite havia mudado. Ela não sabia exatamente o que era, mas tinha a sensação de que sua relação com Ethan jamais seria a mesma.

Ethan, enquanto dirigia de volta, refletia sobre a mesma coisa. Aquelas poucas palavras que Isabella havia compartilhado sobre sua infância mexeram com ele de uma maneira que ele não esperava. Havia muito mais naquela mulher do que ele imaginava. A revelação, por mais casual que tenha sido, o impactou de uma maneira inesperada. Ele compreendia que o passado de Isabella guardava cicatrizes profundas, e o fato dela ter mencionado aquilo, mesmo de maneira casual, o fez perceber que havia muito mais por trás daquela jovem determinada do que ela deixava transparecer. A descoberta apenas aumentava sua curiosidade 

Sob a Sombra do DestinoOnde histórias criam vida. Descubra agora