Capítulo 12: Uma Noite para Dançar

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O sábado havia finalmente chegado, e Isabella estava animada para sua noite de comemoração com Elena. Já fazia dias que tinham combinado de sair para celebrar a recente conquista de Isabella na Lancaster Enterprises, e depois de uma semana cheia de trabalho, uma noite de diversão era exatamente o que ela precisava.

Naquela tarde, Isabella se dedicou a se arrumar com um cuidado especial. Ela queria se sentir bem, livre, e se permitir aproveitar uma das poucas coisas que descobrira que realmente amava: dançar. Durante sua infância, Charlotte sempre reclamava de música, dizendo que era barulho inútil, e jamais permitia que Isabella a ouvisse ou dançasse. Mas agora, era diferente. Isabella tinha a liberdade de viver aquilo que, por tanto tempo, lhe foi negado.

Ela soltou seus longos cabelos castanhos, que caíam como ondas suaves até seus ombros, brilhantes e macios. Em frente ao espelho, começou a preparar sua maquiagem, destacando seus olhos azuis, que eram a verdadeira joia de seu rosto. Para realçá-los, ela aplicou uma sombra em tons de marrom e dourado, criando um contraste suave que fazia seus olhos parecerem ainda mais brilhantes e profundos. Um delineado delicado acompanhava o formato de seus olhos, alongando-os com um toque elegante, enquanto a máscara de cílios dava ainda mais definição. No restante do rosto, ela optou por uma base leve, apenas para uniformizar o tom da pele, e finalizou com um batom nude rosado, conferindo um ar sofisticado, mas sem exageros.

Para a roupa, Isabella escolheu um vestido preto justo, mas que delineava sua silhueta de forma elegante. O tecido leve e fluido dançava ao redor de suas pernas à medida que ela se movia, e as alças finas destacavam a delicadeza de seus ombros. Nos pés, um par de sandálias de salto baixo, confortáveis o suficiente para garantir que ela pudesse dançar a noite toda, sem se preocupar.

— Você está deslumbrante! — Elena exclamou, assim que viu Isabella.

Elena, como sempre, estava vibrante e cheia de energia, com seus cachos volumosos balançando e um vestido vermelho que a fazia brilhar. Juntas, as duas amigas formavam um contraste perfeito — Elena, com sua explosão de cores, e Isabella, com sua simplicidade elegante.

— Vamos arrasar esta noite, Bella! Precisamos dançar até não aguentar mais! — disse Elena, radiante.

Isabella sorriu ao ouvir o apelido carinhoso que sua amiga lhe dera. "Bella" sempre a fazia sentir-se especial, algo que raramente experimentava. E naquela noite, mais do que nunca, ela estava determinada a aproveitar cada momento.

O local escolhido estava lotado, com luzes pulsando em sintonia com a música eletrônica que enchia o ambiente. As risadas e conversas das pessoas misturavam-se ao ritmo das batidas, e logo Elena puxou Isabella para o centro da pista de dança. As duas começaram a dançar juntas, sentindo a música atravessar seus corpos, deixando-se levar pela alegria do momento.

A cada passo, Isabella se permitia relaxar, libertando-se de qualquer preocupação. Naquele instante, ela era apenas uma jovem de 24 anos aproveitando a vida ao lado da amiga.

Entre risos e movimentos, Isabella teve um breve flashback. Ela lembrou-se de como, em sua infância, passava horas sonhando com a liberdade de dançar, de sentir a música preenchendo o espaço ao seu redor. Agora, ali estava ela, realizando esse desejo — algo tão simples, mas tão importante.

Depois de um tempo, Elena fez sinal para que fossem ao bar pegar algo para beber. As duas amigas se aproximaram do balcão, pediram coquetéis coloridos e brindaram ao novo capítulo na vida de Isabella.

— A você, Bella. Ao seu sucesso e à nossa amizade. Que este seja apenas o começo de muitas conquistas. — disse Elena, erguendo seu copo.

Isabella sorriu, brindando com sua amiga, sentindo o calor do álcool misturado com a emoção daquele momento. Elas voltaram para a pista, rindo e conversando, até que, em meio à multidão, alguns homens se aproximaram.

— Vocês estão sozinhas? Posso oferecer outra bebida? — perguntou um dos homens, tentando iniciar uma conversa.

Isabella, já acostumada a situações como essa, sorriu educadamente, recusando. Ela não estava interessada em flertes naquela noite. Estava ali apenas para se divertir com sua amiga. Mas enquanto respondia, algo inesperado aconteceu.

Ela sentiu um par de olhos a observando. Ao se virar para a multidão, seus olhos encontraram os de Ethan Lancaster. Ele estava lá, na mesma boate, a poucos metros de distância. Usava uma camisa preta de algodão com as mangas dobradas até os cotovelos, o tecido caindo perfeitamente sobre seu corpo musculoso. A roupa casual e moderna contrastava com a habitual formalidade do ambiente de trabalho. Sua expressão era séria, como sempre, mas seus olhos estavam fixos em Isabella.

Ethan estava acompanhado de alguns amigos e, aparentemente, não havia a reconhecido de imediato. Porém, quando Elena, em um momento de empolgação, gritou "Bella!" para chamar a amiga, ele captou o apelido. "Bella", ele pensou, sem conseguir evitar a associação entre o nome e a figura de Isabella. "O apelido faz jus a ela", concluiu, antes de se repreender mentalmente por estar se perdendo em pensamentos sobre uma de suas funcionárias.

Ele observou enquanto Isabella e Elena dançavam e riam, e pela primeira vez, Ethan a viu de uma forma completamente diferente da jovem séria e focada que conhecia no escritório. Ela estava livre, despreocupada, e havia algo nela que o intrigava profundamente.

Quando Isabella se afastou um pouco da pista para pegar uma bebida, ela esbarrou em alguém, e ao levantar a cabeça para pedir desculpas, viu que era Ethan. O coração de Isabella deu um salto. Nunca o tinha visto fora do ambiente de trabalho e, principalmente, em um lugar tão informal.

— Sr. Lancaster! Eu... desculpe, não o vi. — disse ela, sentindo-se subitamente nervosa e sem jeito.

Ethan a olhou, percebendo o desconforto dela, e com um sorriso de canto — algo raro vindo dele —, tentou aliviar a situação.

— Está tudo bem, Isabella. E acho que, fora do escritório, você pode me chamar de Ethan. — respondeu ele, com a voz tranquila, mas seus olhos ainda refletiam aquela seriedade característica.

— Claro, Ethan. — disse ela, um pouco hesitante, sentindo-se estranha ao chamá-lo pelo primeiro nome.

A conversa foi breve, mas significativa. Isabella, ainda confusa com a coincidência do encontro, se despediu com um sorriso, enquanto Ethan, ao vê-la voltar para junto de Elena, ficou parado por um momento, observando-a desaparecer na multidão. Havia algo em Isabella que o fazia questionar suas próprias reações, e por mais que tentasse ignorar, não conseguia afastar a sensação de que aquela jovem já começava a ocupar um espaço em seus pensamentos.

Enquanto Isabella se divertia com Elena, rindo e dançando novamente, a presença de Ethan, mesmo distante, parecia pairar sobre ela. A noite, que começara como uma simples comemoração, tomou um rumo inesperado — e Isabella não tinha ideia de como isso mudaria tudo. 

Sob a Sombra do DestinoOnde histórias criam vida. Descubra agora