Um Grito Silencioso

12.

.Dante se levantou da mesa, ajustando a jaqueta enquanto olhava para Annie com uma expressão de encorajamento. "Lembre-se, tudo se resume a manter a calma e ser discreta. Vou ficar por aqui por um tempo, mas o foco precisa ser em você. Faça tudo com cuidado e, no final, você terá o que precisa."

"Eu vou fazer isso," Annie respondeu, sentindo uma onda de determinação. "Obrigado, Dante. Eu realmente aprecio sua ajuda."

Ele acenou com a cabeça e saiu pela porta, deixando Annie sozinha com seus pensamentos e a maleta de dinheiro falso. O silêncio da casa parecia opressivo, mas agora ela tinha um plano a seguir.

Com a mente acelerada, Annie começou a elaborar o que precisava fazer. Ela pegou uma folha de papel e uma caneta, fazendo uma lista de passos.

**1. Identificar os locais:** Annie sabia que precisava de lugares onde pudesse fazer pequenas compras sem levantar suspeitas. Mercados de bairro, lojas de conveniência e até cafés seriam ideais.

**2. Criar um disfarce:** Ela pensou em como poderia se apresentar. Vestir-se de forma casual e amigável, talvez uma roupa que a fizesse parecer uma mãe comum, iria ajudar a desviar qualquer atenção.

**3. Fazer compras:** O plano era simples: comprar itens de baixo valor e receber troco. Isso permitiria que ela misturasse o dinheiro falso com notas legítimas sem levantar suspeitas.

**4. Repetição:** Annie sabia que precisaria repetir o processo várias vezes, em diferentes locais, para garantir que o dinheiro falso desaparecesse entre as transações normais.

Ela olhou para a maleta e respirou fundo. "A partir de agora, isso será apenas uma fase," ela murmurou para si mesma, determinada a não deixar que o peso da situação a abatesse.

Com o plano em mente, Annie se preparou para o primeiro dia de transações. Ela se vestiu com uma roupa simples, pegou a maleta e a escondeu em um local seguro. Precisava agir com naturalidade.

Annie saiu de casa e caminhou até o mercado mais próximo. O coração batia forte em seu peito, mas ela se forçou a manter a calma. Ao entrar na loja, sentiu a familiaridade do ambiente, como se estivesse lá apenas para fazer compras comuns.

Ela pegou alguns itens: pão, leite, frutas. Coisas que qualquer mãe compraria. Quando chegou ao caixa, havia uma fila curta, e ela respirou fundo, tentando parecer despreocupada.

Quando sua vez chegou, ela colocou os itens na esteira e sorriu para a atendente. "Bom dia! Como você está hoje?"

A atendente sorriu de volta, distraída, enquanto escaneava os produtos. Annie entregou algumas notas de dinheiro legítimo, mas, quando a atendente começou a dar o troco, ela colocou uma nota falsa entre as outras. O troco que recebeu foi uma mistura de notas verdadeiras e a nota falsa que ela havia inserido.

"Obrigada!" Annie disse, pegando o troco e saindo da loja. O primeiro passo do plano estava concluído, e uma onda de alívio a atravessou.

Os dias seguintes foram uma repetição do mesmo processo. Annie começou a se sentir mais confiante, cada vez mais habilidosa em misturar as notas falsas com o dinheiro legítimo. Ela explorou diferentes lojas, sempre mantendo um perfil baixo e conversando casualmente com os atendentes.

Mas, mesmo com a adrenalina da experiência, havia um peso constante em sua mente. O pensamento de Lucas, o pequeno sorriso dele, e a promessa de um futuro melhor a mantinham focada. Cada transação era um passo em direção a esse objetivo.

No entanto, Annie sabia que o tempo estava passando e que a pressão estava aumentando. Ela precisava acelerar o processo, mas também precisava ser mais cuidadosa do que nunca. A última coisa que queria era colocar Lucas em perigo.

Assim, o ciclo continuou, enquanto ela navegava por esse novo mundo, determinado a fazer o que fosse necessário para proteger seu filho e garantir que seu futuro fosse mais brilhante. Mas, em meio a isso tudo, uma pergunta persistente pairava em sua mente: até onde ela estaria disposta a ir para alcançar seus objetivos?