Capítulo 4

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Acordo com uma puta dor de cabeça. Uma dor de cabeça incomum, já que eu não era muito de ficar com dor.
Tive que levantar para procurar remédio, mas adivinha? Eu não tenho nenhum remédio nessa merda. Porra, parece que estou de ressaca sem nem ter bebido. Que merda é essa? Não acredito que vou ter que ir em uma farmácia para comprar remédio. Eu Dylan Belford sair de casa de manhã para comprar um remédio para dor de cabeça? Porra eu estou na merda mesmo.

Quando entro na farmácia, noto que roubei um pouco da atenção das pessoas, creio eu que seja pela minha altura que não é nenhum pouco baixa. Já que tenho 1,95 de altura. Sou praticamente um poste ambulante. Vou até o balcão de atendimento com os olhos um pouco cerrados por conta da dor. Até que ouço uma voz um tanto familiar.

— Dylan...? É você? O que aconteceu?

É Laila. Eu reconheceria essa voz doce em qualquer lugar.

— Ah, oi. Bem, estou com uma puta dor de cabeça. Preciso de um remédio.

As vezes eu acho que meu vocabulário é meio desproporcional em algumas situações, já que todos os atendentes olharam torto para mim.

— Tá certo. Dipirona ou Paracetamol? - ela pergunta.

— Dipirona.

— Ok, R$7,00.

Nossa, remédio é barato assim?

Pago e antes de sair da farmácia, Laila diz:

— Dylan. Se não melhorar, vai ao médico. Pode ser algo grave.

— Ok, pode deixar. - digo e me despeço.

Ir ao médico? Mas nem fodendo.
E por que ela está preocupada comigo? Ela nem sequer me conhece. Bom, isso não importa. Ela só é gentil. É a obrigação dela, já que trabalha em uma farmácia.
Chegando em casa já tomo o remédio, havia até me esquecido de como é tomar comprimido. É simplesmente horrível. Adoro matar pessoas mas tomar um comprimido eu tenho pavor. É como se tivessem me matando. Será que é esse sentimento que minhas vítimas sentem? Mais que porra eu estou pensando? Comparando tomar remédio com morrer no sentido literal. Agora eu estou perturbado pra caralho.

Após tomar o remédio, deito um pouco para contribuir a dor passar. A última coisa que eu desejaria na vida seria ficar doente. Dormi a porra do dia todo.

Nasce um novo dia, sem dor de cabeça, finalmente. É tão bom sentir sua cabeça leve, sem dor e nem sensação estranha.
Noto que o clima está para chuva, oque me chama atenção para ir até a floresta para passar a chuva lá. Trás uma sensação boa e lembranças também.
Arrumo minhas coisas e sigo para lá, chegando eu percebo que já está chovendo. E obviamente não deixei de notar as malditas pegadas novamente, agora mais visíveis já que estava em uma pequena poça de água.
Quem quer invadir essa casa? Tem mais de um mês que isso vem acontecendo. Mas o lado positivo é que ninguém nunca conseguiu entrar. Até porque não tem absolutamente nada para roubar, se isso for a intenção da pessoa. Tudo oque há são coisas antigas, do meu tempo de criança. Entrando na casa, noto que está pior do que a última vez em que estive aqui. Faz um tempinho em que eu não limpo, talvez seja a hora de passar um pano para deixar tudo com cara de novo, mesmo que não seja.

Começo a limpeza e nos primeiros dez minutos já sinto arrependimento e preguiça. Porra, por que eu inventei isso? Era só varrer.
Continuei limpando até ver a maioria limpo, deixei apenas o quarto para depois.
Entrando naquele quarto, eu ainda pude sentir o perfume dela. Era uma pena ter que limpar aquele quarto. Tantas coisas aconteceram ali. Foi exatamente aqui nesta cama em que eu tive a sorte de poder tirar a virgindade de Ísis LeBlanc. É claro que eu não a obriguei a nada. Eu nunca a pressionei, sempre era no tempo dela. Ela decidiu que queria que fosse aos 14 e que fosse comigo, porque eu espelhava confiança nela. Eu dei todo o prazer que ela poderia sentir, eu fiz de tudo para que a primeira vez dela fosse especial.
Jantamos a luz de velas, fiz a sobremesa preferida dela que era pudim, e logo depois fomos para o quarto. Foi o melhor sexo que eu pude ter na minha vida. Essa filha da puta me fez viciar naquele corpo. E mesmo onze anos depois eu ainda lembro de cada curva daquele belíssimo corpo. Daria tudo, daria minha vida para poder tocar naquela cintura novamente, para sentir aquele gemido dela no meu ouvido.

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