CAPÍTULO 3

193 33 2
                                    

Pov Luiza

Não me conformo em como as coisas são, vim para Nova Iorque com apenas um objetivo, cuidar do meu problema, e aqui estou eu, com uma bela mulher ao meu lado. E enquanto caminhamos pelas ruas de Nova Iorque, posso dizer que eu nasci com a sorte da grande. E por apenas um momento me deixo levar pela sensação de estar onde eu deveria estar. A moça morena de cabelos compridos e olhar conhecedor tem um sorriso encarando nos lábios, enquanto fala sobre algo que eu mal processo.

Se ela soubesse o quão linda é, quando sorri desse jeito; desvio meu olhar dela por poucos segundos, apenas para ver Gabriel sorrir para o homem com cara de mal, é... irmãozinho, nós nos demos bem por essa noite.

— Acho que um gato acabou de ser atropelado.

— O quê? — Olho para todos os lados atrás de algum indício de acidente, volto meus olhos para os dela, quando vejo que fui pega no flagra.

— Achei mesmo que você estava em qualquer outro lugar, do que aqui ao meu lado.

— Me desculpe, não foi minha intenção.

— Não tem problema, às vezes temos problemas demais para resolver, que eles acabam se sobressaindo, não é mesmo?

Dou uma risada sem graça, enquanto concordo com a cabeça. O caminho até a balada é curto, e logo entramos em um local repleto de cores e um som para lá de ensurdecedor, a música que toca é uma das minhas favoritas e que me traz uma vontade enorme de dançar.

— Vem, vamos dançar? — Estendo minha mão para ela.

— Não sou das melhores dançarinas, mas acho que posso te acompanhar.

Ela segura minha mão na dela e nos guia para perto da mesa do DJ, onde pela primeira vez, após descobrir que estou grávida, eu relaxo. Enquanto danço, e tenho suas mãos presas em minha cintura, eu me deixo levar pelo momento, prometendo a mim mesma apenas deixar rolar. Valentina é linda e envolvente, e eu que não vou ser boba de perder essa oportunidade de ter ela para mim, mesmo que por poucas horas.

Amo sentir a liberdade de poder gostar de quem eu quiser, mas aqui não é sobre isso, aqui é sobre curtir o momento e o tesão que sinto pela mulher morena de cabelos compridos, que usa roupas tidas como masculinas. O resto eu lido depois, quando o sol nascer novamente.

Não resistimos por muito tempo e, depois do primeiro beijo, vem o segundo, o terceiro e o quarto. Seus lábios são macios e tem gosto de bebida cara, suas mãos, mesmo que apenas por cima da roupa, me deixam quente, quase pegando fogo. Seus olhos têm uma intensidade escondida neles que eu jamais havia encontrado em olhar algum, e é em meio ao caos, que está a minha vida, que eu me entrego a essa mulher à minha frente.

— Vamos para meu apartamento? — ela sussurra baixinho, mordendo minha orelha.

Sinto os pelos dos meus braços se arrepiarem inteiro, quando gemo baixinho em seus lábios.

— Uhum... — Ganho novamente um beijo de fazer encolher os dedos dos pés e saio sendo puxada para fora da balada, não demora muito para Gabriel e Igor nos acompanharem. Meu irmão tem seus cabelos desgrenhados, um olhar perdido no rosto e os lábios vermelhos e inchados, torço para que sua noite seja tão boa quanto a minha está prometendo ser.

Mal dá tempo de entrarmos e Valentina me puxa para seu quarto.

— Vamos, linda — seu sotaque, que antes era quase inexistente, se torna bem forte, fazendo com que a minha pele se arrepie inteira com as promessas prazerosas que vejo em seu olhar e sinto em seu tom de voz.

O quarto é espaçoso, com duas portas à direita e uma janela do chão ao teto que dá para uma sacada, no entanto, não tenho tempo para olhar mais do que isso. Valentina, com suas mãos delicadas, mas firmes, me vira em sua direção após trancar a porta. A nossa diferença de altura é cerca de uns seis centímetros, e, de onde eu estou, vejo o exato momento em que ela desce seu rosto de encontro ao meu. Suas mãos, antes um tanto quanto puritanas, nesse momento aperta minha bunda de maneira desejosa, sua língua quente e sedenta duela com a minha pelo controle, e eu cedo, eu seria capaz de lhe entregar o mundo, apenas para que ela continuasse a fazer o que estava fazendo com meu corpo e mente.

— Valentina... — Arfo quando ela separa nossas bocas em busca de ar e a leva ao meu pescoço, despindo minha roupa lentamente, a luz do quarto, antes acesa, agora está apagada, apenas a luz da lua nos ilumina.

— Eu vou cuidar de você, estive por muitos anos sendo contida e tendo meu prazer negado, hoje eu quero me deliciar com seu corpo.

Sou tomada em seus braços e levada até a cama, tudo condiz com algo que eu nunca esperei gostar tanto. Sexo sempre foi apenas sexo, no entanto, em uma única noite, Valentina está sendo capaz de me fazer repensar se o que fazemos aqui é algo mais do que isso, dois corpos em busca de um prazer desenfreado.

— Por favor! — peço baixo, por algo que eu nem sei o que é, enquanto suas mãos abrem os botões e o zíper da calça que estou usando.

— Você é tão... krasivyy!

— O que isso significa? — Ela sorri enquanto sobe até mim novamente.

— Você vai ter que adivinhar...

Você merece ser amadaOnde histórias criam vida. Descubra agora