CAPÍTULO 7

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Pov Luiza

Por que eu sou tão fácil de levar assim?

Ora, Luiza, vamos ser realistas! Você adorou a atenção que a morena na sala dispensou a você. E tem mais, você adorou o jeito leve com que ela te faz sentir.

Minha mente me faz lembrar as poucas horas em que estivemos juntas e apenas a lembrança faz meus pelos se arrepiarem. Valentina é linda, insistente, teimosa, mas muito linda, ela é mais baixa do que eu uns três... quatro centímetros, e essa diferença de altura me faz desejar ela inteirinha a cada vez que ela pisca ou passa a língua pelos lábios. Maldita morena de boca deliciosa, era para ser apenas uma transa, mas o inferno congela se eu disser que durante esses dias eu não pensei no que fizemos e que não desejei fazer tudo novamente repetidas vezes.

Agora estou aqui com um problema para lidar dentro da minha barriga o qual já agendei para resolver em uma clínica e um problema na minha sala. Eu daria risadas se eu não estivesse tão tensa. Me arrumo como posso; um vestido verde rodado com um sinto marrom na cintura, uma calça segunda pele preta e uma sandália de salto médio, pego um casaco de frio e é isso!

— Já podemos ir — falo do corredor, enquanto a vejo escrever algo no celular.

Valentina se levanta e guarda o aparelho no bolso do casaco, e eu não poderia babar menos na beleza dessa mulher. Ela tem uma presença que eu nunca havia sentido antes, cabelos compridos que combinam com ela, roupas sociais ditas como também masculinas dão um charme a mais a sua beleza estonteante. Mas, hoje, o que me chama a atenção é a roupa toda preta com apenas o suspensório da calça sendo branco, para combinar com o casaco de frio que ela está usando.

Maravilhosa!

— Você está linda, Luiza.

— Olha quem fala — dou um leve sorriso para tentar quebrar o clima distante que estava querendo se formar. Valentina quer ser minha amiga, irei dar uma chance a ela.

A cafeteria que Valentina me leva é surreal, bem aconchegante e com coisas deliciosas no cardápio. Por sorte do destino, ou não, os donos são um casal gay, o qual nos atendem muito bem e nos deixam super à vontade. A conversa com ela é solta, ela conta coisas das quais mais gosta, suas músicas, livros e filmes favoritos, e eu sigo na mesma linha de pensamento, vejo em seu rosto a pergunta que ela quer fazer, no entanto, não irei ajudar com isso.

Valentina é curiosa e destemida, e tenho certeza que antes do final do dia ela terá a resposta que quer para sua pergunta. Quando acabamos, vamos dar uma volta no Central Park, o lugar é lindo, o cheiro é maravilhoso. Quem está acostumado com a natureza iria se encantar por esse lugar.

— Me fala de você, Lu, da sua família e do seu trabalho.

— Bom, não tenho muito o que falar.

— Amigas, lembra?

— Ok! Vamos lá... em casa nós somos onze filhos. Gabriel é o mais novo, o nosso caçula, e o único que saiu do ninho. Todos os outros dez continuam debaixo das asas dos nossos pais, uns mais que os outros. Eu fui a primeira a sair de casa, sendo solteira, e comprei um apartamento do outro lado da cidade, quando entendi que para viver da maneira que gosto eu iria precisar ter a minha privacidade garantida. Trabalho desde sempre na empresa dos meus pais, eles têm uma cervejaria, e eu e quase todos meus os irmãos tocamos o negócio da família. Temos bares abertos como franquia por toda a Irlanda, o que nos faz gerar um bom capital todo ano.

— Que legal, seus pais sempre tiveram essa empresa?

— Sim, era uma ideia do meu avô, uma receita da qual ele sempre guardou a sete chaves, isso... até dar ao filho mais velho a missão de pôr sua ideia em prática. Ainda bem que meu pai fez isso, a cervejaria da família é o que nos mantém em uma situação financeira boa e estável já há muitos anos.

Você merece ser amadaOnde histórias criam vida. Descubra agora