Capítulo 4 - Stand by me

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É como se meu coração fosse tocado por você
Este mundo é belo
Se você também estiver sentindo essa ansiedade
Por favor, espere um pouco mais
Juntos nós vamos fazer isso se tornar amor

Stand By Me - SHINee


As primeiras provas do semestre já se aproximavam, e consequentemente eu e o War estávamos ficando cada vez mais próximos. O que não me incomodava nem um pouco. Ele era sempre muito solicito, graças a ele eu consegui pegar rápido os assuntos e ficar no mesmo nível de toda a turma. Ele estava sendo um amigo muito bom para mim.

Ser aluno novo costumava ser um peso muito grande, mas War conseguiu deixar tudo radiantemente leve.

Eu não conseguia explicar o motivo de todos os dias serem pura ansiedade para mim, e que por alguma razão, tudo se acalmava mais quando estávamos perto, isso independente se estivéssemos conversando ou simplesmente um ao lado do outro fazendo coisas distintas.

Eu ainda me recordava com nitidez da noite de semanas atrás em que dormi na casa dele, e pude acordar com ele aninhado em mim, parecíamos estar numa bolha, e eu por dentro era pura euforia.

Naquele dia eu fiz questão de levantar da cama antes dele, ao constatar que eu tinha acordado primeiro, e me prontifiquei a fazer um café da manhã gostoso para ele. Certo, talvez isso soasse um tanto psicótico da minha parte, sair mexendo nas coisas dele sem nem mesmo ter pedido, mas eu realmente estava com uma disposição imensa e minhas intenções não eram ruins, e no final, receber um sorriso dele seguido de um bom dia, aqueceu algo em mim que eu até agora não estou conseguindo entender. Era uma sensação boa, porém, nunca sentida antes.

Por vezes, me pego pensando se eu buscar mais informações sobre ele, me ajudaria a nos tornarmos amigos inseparáveis, mas optei por descartar essa hipótese, até porque eu não queria assustá-lo com meu jeito de demonstrar que me importo com o mesmo. Eu era muito intenso, e eu queria que as coisas entre nós fluíssem tranquilamente.

Durante essa última semana, estudamos em demasia na biblioteca, e eu fiquei admirado com o quão inteligente ele é, de verdade mesmo. Ele pegava os assuntos com muita  facilidade, e seu jeito de explicar era descontraído, e gerava um ambiente confortável ao nosso redor.

Desde aquela noite que eu não fui mas a sua casa, não por falta de vontade é claro, eu só não queria ser invasivo, então eu esperava todo dia pelo convite. 

Apesar da proximidade que criamos, eu sentia como se ainda houvesse uma muralha entre nós dois, como por exemplo nas vezes em que ele se ausentava da faculdade, ou até mesmo quando novos hematomas se faziam presente em seu rosto, e não importava quantas vezes eu perguntasse, ou até mesmo o ligasse a noite, ele sempre respondia:

"— Estou bem, Yin! Você está se preocupando à toa!"

Mas não era à toa, porque se fosse, por que ele choraria às escondidas? Isso quebrava meu coração. Não éramos amigos?

É por isso que mesmo em pleno sábado, ao invés de revisar os conteúdos das provas que iniciarão na segunda, eu estava perdido em devaneios, e só percebi que já fazia longos minutos que eu limpava o mesmo local do balcão, quando ouvi a campainha do meu apartamento tocar, e fui até ela feliz, só por cogitar a ideia de ser War vindo me ver.

— Mãe? O que faz aqui? - Perguntei quando meu sorriso sumiu, e me deparei com minha mãe com semblante confuso me olhando. Claro que não seria ele, nunca dei meu endereço.

You're my LuciferOnde histórias criam vida. Descubra agora