VALU- SISTERS BY CHANCE, BAE BY CHOICE

Capítulo 4- Confissões à Luz do Dia

Pov Luiza

"Você gosta da Valentina?" A pergunta de Eduarda ecoava na minha mente. Só pensar nisso me causava um nó no estômago, uma mistura de medo e excitação. Eu nunca tinha sentido algo assim antes, e essa novidade me apavorava.

Bati levemente os dedos na mesa ao lado da cama, inquieta. Eu precisava conversar, precisava entender o que estava acontecendo comigo. Me perguntei se falar sobre isso em voz alta tornaria tudo mais real, mais difícil de ignorar.

De repente, meu celular vibrou na cama. Peguei o aparelho rapidamente e vi que era uma mensagem da cacheada.

Duda- Tô chegando, abre a porta pra mim.

Suspirei profundamente, me preparando para o que estava por vir. Desci as escadas lentamente e, antes de chegar na porta, avisto Valentina e minha mãe conversando ali perto.

As vozes delas eram suaves, mas cheias de vida, como sempre. Minha mãe parecia estar explicando algo sobre as caixas de mudança, enquanto Valentina parecia prestar atenção em cada palavra. 

Por um momento, fiquei parada no pé da escada, observando-as. O sorriso de Valentina era luminoso, e o jeito como ela jogava o cabelo para trás enquanto ria me fez sentir aquela sensação familiar de calor no peito. Uma sensação que, até então, eu tentava ignorar, mas que agora parecia impossível de reprimir.

Valentina me notou antes que eu pudesse me afastar. Seus olhos azuis encontraram os meus, e ela sorriu de leve.

— Ei, Lu! Vem cá, a gente tava falando sobre onde colocar as prateleiras na sala — ela chamou, animada, sem nem perceber o turbilhão de emoções dentro de mim.

Senti meu coração acelerar um pouco mais do que o normal. Tomei fôlego, tentando parecer o mais normal possível.

— Pode ser mais tarde? Tô esperando a Duda agora — respondi, tentando manter a calma.

Minha mãe acenou com a cabeça, e Valentina lançou um olhar curioso antes de voltar sua atenção para a conversa.

Continuei meu caminho até a porta, onde o ar fresco da tarde me recebeu quando a abri para Eduarda. Ela estava com o sorriso de sempre, aquele que me trazia uma sensação de segurança. 

— Luiza! Que saudade. — ela fala, me abraçando e eu logo me acolho naquele contato, me sentindo totalmente segura dentro dele. Era como se, por um segundo, eu pudesse esquecer tudo o que estava se passando na minha cabeça. No entanto, a tensão ainda estava lá, oculta, pronta para me sufocar assim que ela se afastasse. E, claro, Duda percebeu. — Você tá tensa. Vem, vamos lá pro seu quarto.- Ela fala e apenas concordo, permitindo que a mesma me guiasse para dentro da minha casa.

A mulher acena rapidamente para minha mãe e Valentina e logo subíamos as escadas. Eu sabia que precisava conversar, sabia que Duda era a pessoa certa para me ajudar a lidar com tudo isso, mas o medo de encarar meus sentimentos fazia meus passos parecerem mais pesados e consequentemente mais lentos, o que fez Eduarda quase me arrastar para a porta no final do corredor.

Assim que entramos no meu quarto, fechei a porta e me joguei na cama, soltando um suspiro pesado. Duda sentou-se na cadeira da escrivaninha, de frente para mim, com aquele olhar atento que parecia me analisar a fundo.

— E então, o que tá acontecendo? — ela perguntou, indo direto ao ponto, como sempre.

Fechei os olhos por um momento, tentando organizar meus pensamentos. Falar sobre isso em voz alta tornaria tudo mais real, e eu não sabia se estava pronta para lidar com isso. Mas eu confiava em Duda. Se havia alguém com quem eu poderia ser honesta, era ela.