Capítulo 22- A Linha entre a Dor e o Amor

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Pov Marcos

Ao abrir a porta do quarto de Luiza e Valentina, sou recebido por uma explosão de cores e bagunça. Roupas espalhadas, sapatos fora do lugar e, acima de tudo, uma energia vibrante que era pura juventude. Era estranho, mas eu adorava a maneira como a presença de Valentina transformava a atmosfera ao redor de Luiza. 

 Entrei decidido a pegar a fita que tinha emprestado Luiza. Ela havia pedido para fazer algo em sua mala, antes de viajar, mas como sempre, havia esquecido de devolver. 

 Enquanto vasculhava a mesa bagunçada, me deparei com algo que não esperava: uma sequencia de fotos meio amassadas. O que parecia ser uma recordação divertida se tornou um instante congelado no tempo. Elas estavam com sorrisos radiosos, se beijando em cabine de fotos. 

 Um turbilhão de sentimentos tomou conta de mim. 

Lembrei da ligação de Valentina contando como estava se sentindo em Stanford, da confusão que havia crescido entre as duas e do que isso poderia significar. Eu sabia que Luiza e Valentina estavam próximas, mas ver aquele momento capturado foi um choque. Meu coração disparou. Como pai, queria proteger as duas delas mesmas, mas, ao mesmo tempo, não podia ignorar o brilho nos olhos delas quando estavam juntas. 

Com um longo suspiro, coloco a foto de volta em seu devido lugar e saio rapidamente do espaço delas. Sem a fita e com muitas perguntas sem respostas.

Pov Luiza

A volta para o hotel foi envolta em um silêncio pesado, quase sufocante. Cada passo que Eduarda e eu dávamos parecia ecoar em um vácuo de incertezas e eu mal conseguia processar o turbilhão de sentimentos que rodopiavam minha mente.

Assim que chegamos ao quarto, meu celular começou a vibrar insistentemente em meu bolso, quebrando o silêncio. Como eu imaginava, todas as mensagens eram da Valentina.
"Luiza, por favor, conversa comigo!"
"Me deixa te explicar. Onde você está?"
"Não é nada disso que você deve estar pensando."

Meu coração apertou, mas a raiva ainda subia como um vulcão prestes a entrar em erupção.

Eu joguei o celular na cama, pouco me importando se o aparelho iria cair ou não.
— Não posso acreditar nisso, como se tivesse alguma explicação lógica! — disse, quase sem fôlego, enquanto passava a mão pelos cabelos, tentando controlar a raiva.

Eduarda cruzou os braços, me observando atentamente.
— Calma, Luiza. Antes de fazer qualquer coisa, você precisa pensar com clareza. — Sua voz era firme, mas serena, tentando me trazer de volta à razão.

— Pensar com clareza? — virei-me bruscamente para encará-la. — Eu a vi beijando outra garota, Duda. Como eu posso ser calma depois disso?

— Eu entendo que dói, mas não acha que vale a pena ouvir o que ela tem a dizer? — Eduarda perguntou, cautelosa. — Ela está claramente tentando te alcançar, explicar o que aconteceu.

— Explicar o quê? — explodi. — Que ela estava brincando com meus sentimentos enquanto eu estava aqui, me esforçando para... para entender o que a gente tem?

Eduarda suspirou, se aproximando devagar.
— Talvez você esteja certa, talvez não. Mas o que eu sei, Luiza, é que se você ama a Valentina de verdade, vai querer entender o lado dela também. Não estou dizendo que você tem que perdoar. Só estou dizendo que você pode escutar.

— Eu não sei, Duda... — Eu disse mais baixo, os olhos começando a arder. — E se... e se ela realmente não se importa comigo como eu achava?

Eduarda se aproximou ainda mais, colocando as mãos nos meus ombros.
— E se ela se importa mais do que você imagina? — sugeriu. — Lembra que nada entre vocês foi oficializado. Talvez ela esteja tão confusa quanto você.

VALU- SISTERS BY CHANCE, BAE BY CHOICEOnde histórias criam vida. Descubra agora