Pov Valentina
Dez meses depois...
O calor brasileiro era um choque bem-vindo depois de tanto tempo enfrentando o frio de Stanford. Ao descer do avião, o cheiro do Natal misturado com brisa tropical me atingiu como uma onda de lembranças. O aeroporto estava lotado, mas nada disso importava. Meu coração batia mais forte a cada passo, sabendo que logo estaria de volta para minha família... e para Luiza.
Meus pés mal tocavam o chão enquanto caminhava pelos corredores, procurando por rostos familiares. Carregava comigo não só as malas pesadas, mas também uma saudade que parecia maior do que qualquer bagagem. Em poucos instantes, vi meu pai de longe, acenando com aquele sorriso que aquecia meu peito. Ao lado dele, Sônia, sempre elegante e calorosa, estava de braços abertos.
E ao lado dela, Luiza.
Ela parecia diferente e ao mesmo tempo a mesma de sempre. Seus cabelos estavam mais longos e ondulados, como se o tempo e a vida tivessem deixado marcas sutis de mudança. Mas seus olhos... os olhos ainda eram os mesmos que me observavam com uma mistura de alegria, carinho e algo que eu tinha começado a entender durante esses meses longe. Ela também sentia minha falta.
Corri para eles, meu coração transbordando de emoção. Primeiro, me joguei nos braços do meu pai, sentindo aquele abraço forte que parecia prometer que tudo ficaria bem agora que eu estava em casa. Depois, Sônia, sempre tão acolhedora, me envolveu em um abraço carinhoso. Por fim, me virei para Luiza. E, por um segundo, o mundo inteiro pareceu parar.
— Ei... — murmurei, sem saber exatamente o que dizer.
— Ei, você — ela respondeu, com um sorriso que parecia iluminar o ambiente.
Nosso abraço foi silencioso, mas cheio de significado. Estar ali, com ela de novo, sentindo seu perfume, me fez perceber o quanto a falta que ela me fez era mais profunda do que eu tinha imaginado.
Depois de abraçar todo mundo e algumas lágrimas de saudade já terem caído, saímos do aeroporto em direção à nossa casa.
A viagem foi uma mistura de risos, perguntas sobre como eu estava e, claro, sobre a vida em Stanford. Meu pai parecia especialmente orgulhoso, me bombardeando com perguntas sobre as aulas, os professores e o campus. Sônia, sempre mais observadora, limitava-se a sorrir e fazer comentários carinhosos de vez em quando, enquanto Luiza, sentada ao meu lado no carro, estava mais quieta. Sentia o calor de sua presença, e a distância que havíamos enfrentado parecia ter mudado algo entre nós, mesmo que nenhum de nós tivesse coragem de dizer isso em voz alta ainda.
Ao chegar em casa, o cheiro de comida caseira invadiu meus sentidos, e uma onda de nostalgia me atingiu. Eu estava de volta ao meu lugar no mundo, cercada por pessoas que amo. Depois de tomar um banho rápido e acomodar minhas malas no quarto, desci com uma mochila nas costas, onde guardava alguns presentes que havia trazido.
— Trouxe umas coisinhas pra vocês! — anunciei, com um sorriso.
Assim que todos se acomodam no sofá, meu pai foi o primeiro a receber o presente. Entreguei-lhe uma garrafa de vinho americano que ele adorava, junto com um boné do time de futebol da universidade.
— Isso é incrível, Tina! — ele exclamou, me abraçando com força. — Vou guardar o vinho para o natal.
Depois, foi a vez de Sônia. Dei-lhe um cachecol de seda que havia comprado em uma das lojas do campus, sabendo que ela adoraria o toque sofisticado.
— Oh, Valentina, é lindo! — Sônia exclamou, me puxando para um abraço apertado. — Obrigada, querida. Você sabe como me agradar.
Então, chegou a vez de Luiza. Tirei uma pequena caixinha do bolso e entreguei a ela. Seus olhos brilharam com curiosidade. Dentro, havia um colar delicado com um pingente em formato de trevo. Um trevo de quatro folhas, pois ela representava sorte na minha vida.
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VALU- SISTERS BY CHANCE, BAE BY CHOICE
FanfictionEm um lado, Luiza é uma jovem de 18 anos apaixonada pelo mundo da moda desde o divórcio de seus pais aos 11 anos de idade, do lado oposto, Valentina acaba de completar 19 anos e descobriu seu amor pelo desenho aos 6 anos para preencher o vazio deixa...