Pov Valentina
Dois meses se passaram desde que recebi a notícia da minha aceitação em Stanford. O tempo passou rápido e, embora as emoções estivessem mais controladas agora, a dúvida ainda pairava sobre mim. Cada dia que passava trazia consigo a realidade de que eu estava prestes a embarcar em uma nova fase da minha vida.
A casa estava em um leve estado de caos, com malas abertas e roupas espalhadas pelo quarto. Luiza estava ao meu lado, dobrando algumas blusas com uma habilidade impressionante.
— Você precisa levar algo mais que só roupas — ela disse, olhando para mim com um sorriso brincalhão. — Não se esqueça dos seus livros e, quem sabe, alguma coisa que te lembre da gente.
Sorrindo, eu disse: — Como se eu pudesse esquecer de vocês!
Luiza revirou os olhos, mas a felicidade em seu olhar não podia ser escondida. Me ajudar a organizar a mala era uma maneira dela lidar com a situação, e eu realmente apreciava isso. Mas, conforme eu a observava, um misto de sentimentos se aglomerava em meu peito. Não era a minha " meia irmã" me ajudando; era a mulher que, sem que eu percebesse, havia se tornado uma figura importante na minha vida.
Enquanto Luiza dobrava mais uma peça de roupa, Sônia apareceu na porta, o cabelo preso em um coque bagunçado e um sorriso iluminando seu rosto.
— Estou pensando em fazer um bolo para nos despedirmos da nossa Valentina — anunciou, como se estivesse fazendo um grande anúncio.
Senti um calor invadir meu peito. Nos últimos meses, Sônia se tornou mais do que apenas minha madrasta; era como se finalmente estivéssemos formando uma ligação real de mãe e filha. Eu não sabia que precisava disso até que ela começou a me apoiar em pequenos detalhes do dia a dia.
— Isso seria ótimo, Sônia! — respondi, tentando manter a animação na voz. — Eu adoraria!
Com um brilho de satisfação nos olhos, Sônia se afastou para a cozinha. Quando fiquei sozinha novamente com Luiza, a atmosfera mudou ligeiramente. O silêncio preenchia o espaço entre nós, e não consegui evitar que meus olhos a percorressem. Ela estava tão bonita, com o cabelo solto e a pele levemente bronzeada pelo sol. Lutar contra esses sentimentos não estava sendo fácil.
— Valen? Você está bem? — a voz de Luiza interrompeu meus pensamentos.
Um sorriso nervoso escapuliu dos meus lábios. — Sim, só estava pensando no que levar. — Mas, na verdade, eu estava pensando em como me sentia sobre ela.
Após um longo tempo, enquanto Luiza e eu ainda organizávamos a mala juntas, Sônia entrou na sala com uma bandeja de bolinhos recém-assados, o cheiro doce invadindo o ambiente.
— Olhem só o que eu fiz pra vocês! — ela anunciou com um ar de triunfo, e Luiza imediatamente desviou a atenção para a comida, animada.
— Você é a melhor, mãe! — Luiza exclamou, pegando uma fatia e comendo rapidamente, me fazendo sorrir ao notar sua fome.
— Valentina, você vai vir nos visitar, certo? — Sônia perguntou, puxando-me de volta para a realidade.
— Claro! Assim que eu puder. — Tentei não pensar sobre o que isso significava para mim, mas a ideia de estar longe delas me deixou um pouco angustiada.
Luiza olhou para mim com um ar de preocupação. — Você está pronta para isso?
Eu queria responder que sim, que estava pronta para a aventura e as mudanças, mas a verdade era que a ansiedade ainda se instalava em meu peito.
— Acho que sim, só estou um pouco nervosa.
— É normal, Valen — Luiza disse, pegando minha mão por um breve momento. O toque dela acendeu uma chama que me deixou em dúvida, mas a sensação de conforto também era inegável. — Estaremos aqui, sempre.
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VALU- SISTERS BY CHANCE, BAE BY CHOICE
Fiksi PenggemarEm um lado, Luiza é uma jovem de 18 anos apaixonada pelo mundo da moda desde o divórcio de seus pais aos 11 anos de idade, do lado oposto, Valentina acaba de completar 19 anos e descobriu seu amor pelo desenho aos 6 anos para preencher o vazio deixa...