Seven
Emily estava sentada em sua cama, os olhos verdes, brilhantes como esmeraldas, encarando o nada enquanto ela girava o pingente de sol em seus dedos, perdida em pensamentos. O celular ao lado dela vibrou, tirando-a daquele torpor momentâneo. Quando olhou para a tela, viu o nome de Luan, o irmão de Nathaniel, piscando.Luan. Ela não sabia bem como se sentir a respeito dele. Era difícil ignorá-lo, com aquele jeito intenso e sempre querendo estar no controle. Ele sempre aparecia do nada, como uma tempestade que chegava sem aviso. Ainda assim, Emily se sentiu curiosa ao ver a mensagem. Não estavam tão próximos, e isso tornava o contato dele um tanto inesperado.
-Oi, Emily. Tá fazendo o quê?
Emily suspirou, não queria se envolver em longas conversas. Estava exausta, como se o peso de tudo o que vinha acontecendo estivesse sobre suas costas, mas também não queria ser completamente rude.-Nada. Só tô aqui.
Sua resposta seca não pareceu desencorajá-lo. Luan era insistente, algo que ela já havia notado em várias ocasiões. Ele sempre queria as coisas do jeito dele, e isso não seria diferente agora.
-Legal. Tava pensando... Que tal a gente dar uma volta? Sei de um lugar longe das pessoas. Tranquilo. Você precisa sair um pouco, espairecer.
Emily franziu a testa. Ela realmente não queria sair, mas a ideia de um lugar calmo, longe de tudo e todos, parecia tentadora. Depois de um momento de hesitação, ela digitou.
-Não sei se é uma boa ideia, Luan...
Ele demorou apenas alguns segundos para responder, insistente como sempre.-Eu sei que você precisa disso. Confia em mim. Vai te fazer bem. Vem, eu te levo. Sem pressão.
Emily suspirou de novo. Talvez sair um pouco fosse bom. Talvez, longe de tudo, ela pudesse pensar com mais clareza.
-Ok. Onde a gente se encontra?
Logo, ela estava esperando por Luan na esquina de sua casa. Vestia o de sempre: um moletom largo que escondia qualquer traço de seu corpo, calça jeans solta e tênis velhos. Seu cabelo castanho estava preso de maneira desleixada, como se não quisesse que ele chamasse muita atenção. Suas mãos estavam escondidas dentro das mangas do moletom enquanto ela olhava ao redor, esperando. Quando Luan chegou, estacionando sua moto com um barulho alto, ela levantou os olhos para ele.
Luan era exatamente o oposto dela. Ele tinha aquele olhar arrogante e despreocupado que sempre parecia dizer "eu sou melhor que você". Seus cabelos, originalmente loiros, estavam pintados de preto, bagunçados de propósito, e os olhos azuis, sempre penetrantes, eram cercados por olheiras, dando-lhe um ar de exaustão constante. Usava uma camiseta preta de banda, algo de heavy metal que Emily não reconheceu de imediato, calça preta rasgada e coturnos pesados que faziam um som metálico ao tocarem o chão. Suas pulseiras de couro e correntes completavam o visual de bad boy que ele cultivava com tanto zelo.
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Entre livros, poemas e observações
RomansaEmily, uma adolescente de 17 anos, luta contra a depressão, transtorno borderline e uma vida familiar caótica. Em meio a uma festa turbulenta, ela busca refúgio na companhia de um estranho misterioso: um jovem alto, de olhos azuis e cabelo preto tin...