Capítulo 03

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POV Lauren

— Oi Zayn, pode falar? — eu havia acabado de entrar no meu carro e conectado a ligação ao viva-voz.

— Laur, sim, claro. Me dá 30 segundos por favor, para eu liberar uma assinatura.

— Claro, perfeito. — Liguei os faróis para iluminar a pista na saída do entorno do hospital.

— Pronto! — Ele parecia ansioso na linha. — Sou todo seu.. e que bom que me ligou, meu bem.

— Achei que deveria te dar algumas explicações. Imagino que tenha remanejado a minha escala, e sei como deve ter ficado um caos no DP. Infelizmente estava fora das minhas possibilidades de estar aí.

— Não se preocupe com isso. Eu acabei dobrando alguns plantões da equipe, mas nada que você não possa compensar com chopp e donuts. — Ele riu divertido na linha.

— Vou compensar, prometo. Sobre os plantões dobrados, hoje você está no DP, já saiu, como ficou?

— Na verdade eu estou por aqui ainda. Mas hoje estou saindo do plantão das 19h. Precisa de algo?

— Queria falar pessoalmente sobre o andamento do caso 127. Mas pode ser em outro momento, Malik.

— Não, imagina. Porque você não vem ao DP, conversamos, e depois saímos para jantar? Tenho certeza de que você não tem comido nada. Vai ser ótimo!

— Perfeito, Zayn. Em uma hora estou chegando por aí.

[...]

— Quem é vivo sempre aparece, Laurenzetti. — Edward me encontrou na entrada do DP. — Espero que tenha vindo para ficar, chefe. — Ele ria tampando a boca, como se tivesse falado a coisa mais engraçada do mundo.

— Isso está ficando chato, hein soldado. Não tem 3 dias que você não me vê. Está mais carente do que nunca. — falei rabugenta. — Se continuar assim, vou te colocar preso por desacato. — O vi arregalar os olhos e me diverti internamente com isso. — Vamos! Tenho mais o que resolver ao invés de ficar de papo na porta do DP.

— Desculpe, Lauren, é que você é sempre tão onipresente. Nunca em 5 anos te vi se afastar daqui. Achava que era sua vida isso tudo. — Deu de ombros.

— Algumas coisas são mais importantes que tudo, Ed. — o deixei ali, sem reação, enquanto entrava corredor adentro.

Zayn estava de portas trancadas, conversando no telefone. Conseguia ver ele esbravejando com algo, realmente parecia irritado. Eu passava 2 dias fora e o departamento parecia de pernas para o ar.

Como se em um passe de mágicas ele percebesse que eu estava ali na expectativa de falarmos, desligou o telefone com raiva e me chamou através das paredes de vidro da sua sala. Engoli em seco, talvez não fosse um bom dia para despejar meus problemas ali. Mas agora eu já estava aqui e ele vinha em minha direção. Tarde demais para correr. Abriu a porta também de vidro, mais uma vez sinalizando que eu entrasse no cubo.

— Se não for um bom momento, podemos falar amanhã, ou... — ele simplesmente me deu um abraço antes que eu continuasse. Éramos amigos próximos há algum tempo, e nos conhecíamos desde o início da minha adolescência, então ele sabia que era um momento delicado para mim.

— Nada é mais importante do que estar aqui por você. — Ele afrouxou os braços, deu um beijo no topo da minha cabeça e deu a volta na mesa, se sentando. — Por favor, Laur, sente-se.

— Obrigada, Zayn... bom, não vou me estender. Algumas coisas mudaram nas últimas horas, e me fizeram perceber que não é aqui que eu quero estar. Vindo para cá decidi pedir o meu desligamento da corporação, com dispensa de aviso. — Ele cuspiu toda a água que bebia. — Mas calma, me comprometo com a transição dos casos em andamento, e você pode contar comigo pessoalmente.

Entre Sombras e Desejos (Camren)Onde histórias criam vida. Descubra agora