Muña

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Naquela manhã, Aegon, o mais jovem acordou com a senhora sua mãe e rainha o observado de uma cadeira em frente a cama.

- Bom dia? - ele disse desconfiado.

- Pedi que preparassem um desjejum a dois para nós hoje - a voz de Rhaenyra era doce como mel - como foi seu sono, meu filho?

- Tão tranquilo como o de costume - ele deslizou para fora da cama, em suas vestes noturnas - irei me trocar, só um momento.

- Aegon, você saiu de dentro de mim, não precisa se arrumar para comer com sua mãe - ela ria.

- Hoje me sentarei com minha mãe ou com minha rainha?

- Deixe de graça, venha, estou com fome. Estou esperando um bom tempo para  que acorde.

Eles se sentaram à mesa, havia chá, pães, queijos, uvas, laranjas e um cheiroso bolo de limão no centro.

- Você ainda dorme na mesma posição de quando era um bebê - Rhaenyra cortou um pedaço do bolo e o entregou a seu filho - pedi este especialmente para você, sei que é seu favorito.

Aegon, em silêncio, comeu a fatia.

- O que achou do baile ontem?

- Estava maravilhoso, a senhora é ótima com seus eventos.

- Não quero respostas políticas agora.

- Ótima seleção de vinhos e músicos.

- Sim... notei que se aproveitou bastante da bebida... da música... e das donzelas.

- Eu? - ele apontou o garfo para si mesmo, surpreso.

- Não faça fingimentos, posso suspeitar que já tomou sua decisão em relação a uma pretendente.

- Não? - então ele refletiu um pouco - Daenera é para Viserys, mãe.

- Estou falando de Jaehaera.

Ele quase cuspiu o bolo que tinha na boca.

- O quê? Por quê? Ela? Não! Você disse que eu tinha liberdade de escolha.

- E escolheu vagabundear por dezoito anos. Não monta, não está nem perto de ser armado cavaleiro, não está na cidadela. Vai se casar.

Aegon então se sentiu como uma pequena criança envergonhada. Ali, sentado em frente a sua mãe, sua rainha, que o observava de cima a baixo, sentada com uma postura perfeita. Enquanto ele sequer estava vestido.

- Mas com ela?

- Eu te vejo, Aegon - o nome dele veio carregado com o tom que apenas mães tem - vejo como se pavoneia em torno dela.

- Não, não, Jaehaera é azeda como um limão.

A rainha riu em deboche.

- Diz isso enquanto se afoga em um bolo do mesmo.

- Eu sabia que todo este agrado não seria de graça.

- Meu filho, o casamento é parte da vida real, não acha?

- Sim, talvez, sim.

- Caso se oponha veemente posso lhe arranjar uma lista de pretendentes, mantenho minha palavra, não te casarei forçado.

- Eu sei que você tem interesses extremamente fortes nesse casamento.

- Sim, Aegon, você sabe por tudo que passei, sabe que a união entre um filho meu e a filha de meu irmão traria harmonia ao reino. Você faria isso? Traria um pouco de paz a sua mãe que não aguenta mais ver seus súbitos divididos em facções, em uma rivalidade criada por aquela... que o estranho tenha tido piedade de sua alma, por aquela mulher?

Filhos da Dança dos Dragões I Jaehaera x AegonIIIOnde histórias criam vida. Descubra agora