O Pecado em Silêncio

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A noite era densa, o ar úmido carregando uma eletricidade que parecia refletir a tensão dentro de Taehyung. Ele ainda estava no jardim, as lágrimas secando em seu rosto enquanto as palavras de Padre Simon ecoavam em sua mente. Mas, mesmo em meio à luta espiritual, o desejo não recuava. Em vez disso, parecia mais forte, mais avassalador, como uma chama que se recusava a ser apagada.

Taehyung se levantou, o peito apertado com um misto de frustração e necessidade. Ele caminhou até a beira do jardim, onde uma pequena fonte jorrava água de maneira suave e rítmica. Cada gota parecia sincronizada com as batidas do seu coração acelerado.

— Por que eu não consigo me livrar disso? — Ele sussurrou para si mesmo, incapaz de ignorar o calor que crescia em seu corpo.

Ele passou as mãos pelo rosto, tentando afastar a confusão, mas a imagem de Clara, tão clara e sedutora, voltou à sua mente. O sorriso dela, os olhos cintilantes, o jeito como seus lábios se moviam quando ela falava com ele... ele estava afundando cada vez mais naquele abismo. E, no fundo, sabia que não queria escapar.

De repente, como se chamada por seus pensamentos, Clara apareceu. Taehyung sentiu o corpo congelar ao vê-la. Ela usava um vestido simples, mas o tecido leve e fluido parecia se moldar ao corpo dela de uma maneira quase proibida. O cabelo solto, balançando suavemente com o vento, destacava sua beleza natural.

— Clara — ele murmurou, a voz rouca de surpresa e desejo reprimido. Ela se aproximou, seus olhos fixos nos dele, e algo naquela proximidade fazia o ar entre eles parecer eletrificado. Taehyung sentiu uma mistura de culpa e excitação, o conflito entre seus votos e o desejo que ela despertava nele.

— Eu... precisava te ver — ela disse, sua voz baixa, quase um sussurro. — Desde o show, eu não parei de pensar em você. Eu sei que não devia estar aqui, mas não consigo evitar.

Taehyung deu um passo para trás, tentando manter o controle, mas o desejo por ela o puxava com força.

— Clara, você não entende... Eu fiz votos. Isso, nós, não pode acontecer.

Ela o olhou profundamente, e ele viu algo em seus olhos que não conseguia interpretar completamente.

— Eu não estou pedindo que você quebre seus votos. Eu só... eu só quero entender. Porque cada vez que estou perto de você, sinto que algo está errado e, ao mesmo tempo, certo.

Antes que Taehyung pudesse responder, Clara deu um passo à frente, diminuindo ainda mais a distância entre eles. O cheiro dela invadiu seus sentidos — doce, suave e intoxicante. Ele podia sentir o calor do corpo dela tão perto do seu, e, pela primeira vez, ele percebeu o quão perto estavam da linha que não poderiam cruzar.

— Clara... — A voz dele falhou, e quando seus olhos caíram nos lábios dela, foi como se o mundo ao redor deles desaparecesse.

Ela tocou seu rosto, os dedos deslizando suavemente pela pele tensa. Taehyung fechou os olhos por um breve momento, tentando se lembrar de quem era, tentando lembrar dos votos que havia feito, mas cada toque dela apagava um pouco mais de sua resistência. Quando ele abriu os olhos novamente, viu o desejo refletido nos olhos de Clara, e sabia que era tarde demais para recuar.

Sem pensar, sem se importar mais com as consequências, ele se inclinou para frente e capturou os lábios dela nos seus. O beijo foi intenso, cheio de uma paixão reprimida por tanto tempo. Os braços de Taehyung envolveram Clara, puxando-a contra ele, e ela se entregou completamente, as mãos explorando seu peito, sentindo as tatuagens que ele sempre escondia de todos.

Os beijos tornaram-se mais urgentes, e ele sentiu o corpo dela responder ao toque dele, a suavidade da pele dela contra suas mãos. Clara suspirou contra os lábios dele, e o som fez algo primal dentro dele despertar. Ele a empurrou suavemente contra a parede da igreja, suas bocas nunca se separando, enquanto suas mãos exploravam o corpo dela, sentindo cada curva, cada contorno.

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