Amor em jogo - Rosamaria

Capítulo Sete

5 de março de 2019

Camila estava sentada em um café aconchegante, seu olhar perdido nas folhas de trabalho espalhadas sobre a mesa. As palavras pareciam dançar diante de seus olhos, mas sua mente estava longe, presa nas memórias de Rosamaria. Cada gole do café que ela tentava tomar apenas trazia à tona a saudade que sentia da jogadora de vôlei, dos momentos alegres que passavam juntas, e da falta que a presença dela fazia em sua vida.

Nesse momento, a porta do café se abriu com um estalo, e Rafael entrou. Ele era um homem de presença marcante, com um ar de confiança que imediatamente atraía a atenção. Com um sorriso charmoso, seus olhos percorreram o ambiente até pousarem em Camila. Ao se aproximar, ela sentiu um leve frio na barriga, mas ignorou, concentrando-se em seus papéis.

— Oi! Você é a Camila, certo? Sou Rafael, da equipe de advocacia empresarial — ele disse, estendendo a mão. Sua voz tinha um timbre suave, e havia algo carismático em sua postura.

Camila olhou para ele, um tanto surpresa.

—Sim, sou eu— respondeu, apertando sua mão com um leve sorriso, ainda um pouco hesitante.

— Ótimo! Eu estava esperando ter a oportunidade de te conhecer. Ouvi muito sobre você —Rafael continuou, sua voz melodiosa — Você é uma das melhores advogadas do escritório.

— Obrigada, mas eu estou apenas fazendo meu trabalho.

Rafael riu suavemente, fazendo com que Camila se sentisse à vontade.

— Isso é o que todos dizem, mas a verdade é que você realmente se destaca. É fácil se perder na rotina, mas você tem um brilho único.

Camila sorriu, tocada pelas palavras, embora uma parte dela ainda estivesse focada em Rosamaria.

— Eu tento, mas é um desafio. Há muito trabalho a fazer, especialmente agora.

— Entendo perfeitamente. O trabalho pode ser exaustivo— ele disse, inclinando-se um pouco mais perto, criando um ar de intimidade — Mas, às vezes, é bom ter alguém para compartilhar as cargas, você não acha? Posso te ajudar a encontrar um equilíbrio.

— Obrigada, mas estou um pouco ocupada. Tenho muitas coisas em mente— respondeu, tentando desviar o assunto. O que ela realmente queria era a presença de Rosamaria ali, para rir e desabafar sobre a pressão do trabalho.

— Sim, eu sei como é. O tempo nunca parece suficiente, mas lembre-se de que é importante cuidar de si mesma. Às vezes, uma conversa e um café podem fazer toda a diferença — Rafael insistiu, mantendo o olhar fixo nela.

Camila não sabia se sentia-se lisonjeada ou incomodada. O jeito dele era envolvente, quase hipnotizante.

— É verdade. Eu gosto de um bom café— disse, tentando se abrir um pouco mais.

— Ótimo! Então, que tal a gente se encontrar novamente? Posso te ajudar com o que precisar no escritório, e ainda podemos tomar mais cafés— Rafael sugeriu, seu sorriso agora mais amplo e sedutor.

Camila hesitou por um momento, pensando em Rosamaria e como sua presença era insubstituível. Mas Rafael parecia tão genuíno, tão disposto a ajudá-la, que decidiu não se deixar levar pelas lembranças.

— Pode ser. Um café não faz mal a ninguém— respondeu, um pouco mais animada.

— Perfeito! Estou ansioso para isso— disse ele, com um brilho nos olhos —Acho que você vai descobrir que trabalhar em equipe pode ser mais divertido do que você imagina.

Conforme a conversa fluía, Camila sentia-se cada vez mais atraída pelo jeito confiante e encantador de Rafael. Ele parecia entender suas inseguranças e oferecia um ombro amigo, um alívio temporário para a pressão que sentia. Mal sabia ela que, por trás de todo o charme e confiança, Rafael era mais do que aparentava - e que sua manipulação começava a se infiltrar lentamente em sua vida.