Irish Coffee

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olá queridos leitores,
então, tenho essa mesma fanfic no app vizinho e decidi compartilhar aqui também
a temática é bem simples, cada capítulo vai tratar de um drink e o romance das duas vão se desenvolvendo
(a capa está diferente - e mais feinha - porque perdi a capa original)
enfim é isso, boa leitura

❄️❄️❄️

Londres estava em sua época branca, com neve imortalizada por toda a cidade naquele tom claro e doloroso de se olhar.

A noite era densa lá fora, o suficiente para congelar os cantos das janelas do bar. Estava frio demais. Foi o que Violet concluiu, conforme via os clientes entrarem no recinto e tirarem suas luvas e seus casacos pesados de lã, esfregando as mãos em busca de calor e expirando o ar frio das ruas. A mulher agradecia por terem consertado o aquecedor antes do inverno.

Ser bartender e dona do bar de seu falecido pai não estava dentro de seus planos na adolescência, mas agora, conforme a lua baixava no céu e os clientes riam, comemoravam e se despediam, bêbados demais para dirigir, pedindo ajuda para chamar um táxi, Violet poderia dizer que gostava daquilo. Agora entendia o motivo de Vander nunca ter vendido aquele lugar. Era um conforto para muita gente, inclusive para ele.

A clientela estava baixa naquele dia, mesmo sendo sexta-feira, final de expediente. O seu cliente frequente, um irlandês barbudo e gordinho chamado Gragas, entra pela porta como de costume, retira o gorro de sua cabeça e se senta no banquinho do balcão de sempre, ao lado do banheiro. O homem bate os punhos na mesa, atraindo a atenção de todos presentes ali.

- Garota, você me prometeu! - ele diz com aquele sotaque de fora da ilha e aponta para Violet, que, já imaginando sobre o que o assunto se tratava, simplesmente sorri, achando graça da situação - Uma torre de chop pro grandão aqui! - ele vira o indicador para si mesmo.

- Gnomo... - ela usa o apelido de sempre, e o homem revira os olhos - Nosso estoque não dá conta de você hoje

- Os irlandeses são leprechauns, pirralha! - Gragas se irrita genuinamente por alguns instantes, o que arranca um sorriso de Violet - Quer saber? Me vê o de sempre - o homem bate na mesa mais uma vez - Mas dá próxima eu quero aquela torre!

- Tá legal grandão, um dia vai ter a sua torre - Violet se vira de costas, pega uma caneca com um pouco mais de meio litro e a enche até a boca com aquela cerveja artesanal que Gragas tanto amava, além da espuma quase transbordando do copo. Ela desliza a bebida pelo balcão, até parar em frente ao ruivo.

E ele abre o maior sorriso do mundo.

- Essa daqui é das fortes, mas nunca tão forte quanto eu! - Gragas solta uma gargalhada, e engata uma conversa com um homem a uma cadeira de distância, é a deixa de Violet.

A garota se põe a secar os copos, batendo os pés no ritmo do rock lento que tocava na junkebox. É quando a porta de vidro do bar se abre, com aquele som característico do sininho anunciando a chegada de alguém. Violet não se vira, ouvindo os sons de saltos altos baterem contra a madeira do piso. Não era comum receber mulheres naquele lugar. Muito menos mulheres de salto alto.

Violet apenas se vira quando termina de secar o último copo, limpando as mãos no avental como de costume. Até que levanta o olhar, pronta para a atender sua nova cliente, então tudo para. O tempo se inspira na neve lá fora, e simplesmente congela.

Cabelos longos, escuros e azulados, brilhando contra a luz como o oceano em uma noite de lua cheia. O rosto afinado, o nariz alongado, os lábios finos, olhos azuis e amendoados, as bochechas levemente coradas pelo frio do inverno. E aquele ar cruel de uma mulher que sabe exatamente o que quer, com a pose exata, com o charme tímido e intimidante. Ela era a combinação perfeita, até mesmo no sorriso. Um maldito sorriso.

A Garota Do Bar - CaitViOnde histórias criam vida. Descubra agora