Nosso Destino (BTS)

1.28

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Boa leitura 💜📖
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Jimin estava parado na entrada da parte mais sombria da floresta, os olhos fixos na densa escuridão à sua frente. Aquele lugar emanava um peso sufocante, uma opressão antiga que parecia envolver sua pele e invadir sua mente. Ele sabia que a alma de Yuri estava lá dentro, perdida entre as sombras, e ele precisava recuperá-la. Nada mais importava. A casca vazia que as criaturas o devolveram não era suficiente. Não para ele.

Ele não podia mais imaginar sua vida sem Yuri. Ter apenas o corpo dela, sem a essência que o completava, o destruía lentamente. Não bastava ter enfrentado o feiticeiro e agora as criaturas sombrias. Jimin estava cansado de lutas intermináveis e de perdas dolorosas. Ele só queria um momento de paz. Queria se deitar entre os braços de sua alfa, sentir o conforto dos feromônios dela, o calor que o fazia esquecer do mundo lá fora, mesmo que por um breve instante. Mas como ele poderia ter isso se a Yuri que estava na cabana era apenas uma sombra de quem ela era de verdade?

Foi essa ausência que o empurrou para dentro da floresta. A determinação de ter sua alfa de volta o guiava. Ele sabia que não sairia dali sem a alma de Yuri, mesmo que a floresta o tentasse de todas as formas.

Logo, ele começou a ouvir vozes. Elas sussurravam, suaves e cruéis, palavras que tocavam diretamente seus medos mais profundos.
--Você não merece ser amado_ uma delas murmurou. Outra o lembrou de seu pai, o homem terrível que nunca lhe mostrou amor verdadeiro, que o desprezava por ser um ômega. A voz era fria, destilando todo o veneno das feridas antigas. --Ele nunca te respeitou, por que alguém mais o faria?

Jimin apertou os punhos, os músculos tensos. Ele sabia que aquilo eram mentiras, mas não conseguia evitar o impacto. As vozes o atacavam em todos os pontos fracos, mas havia uma, em especial, que quase o derrubou

--Yuri nunca vai te amar de verdade. Ela está com você por pena. Um alfa nunca escolheria um ômega como você.

Ele sentiu o peito se apertar, o lobo dentro dele rosnando em frustração, lutando contra a dor. Yuri era sua vida, sua razão para seguir em frente. As palavras continuavam a penetrar sua mente, implacáveis. Elas traziam à tona lembranças do filho que ele e Yuri nunca conheceram. Criaturas das sombras o haviam contado, mas diferente de Yuri, Jimin sentiu aquele laço crescer dentro de si, o lobo dele havia conhecido o filho, amado-o de perto, sentido sua presença enquanto ele crescia.

As vozes zombavam dessa dor.

--Você perdeu tudo. E agora perderá Yuri também.

Mas Jimin não cederia. Ele rebatia cada palavra, o coração firme em sua decisão. Ele sabia o que queria, e era Yuri. Ele não sairia daquela floresta sem a alma dela. Não importava o que aquelas vozes dissessem ou quantas memórias dolorosas elas despertassem.

-- Vocês não podem me parar _ ele murmurou entre dentes, a voz cheia de determinação. -- Eu vim por ela. E vou levar Yuri de volta.

Ele continuou avançando, ignorando as vozes que o assombravam. O caminho à frente era sombrio e incerto, mas sua determinação era mais forte que qualquer medo ou lembrança dolorosa. As criaturas poderiam tentar quebrá-lo, mas Jimin já havia suportado muito em sua vida para ceder agora. Ele não era mais o garoto frágil, intimidado pelo pai ou pela sociedade. Ele era o companheiro de Yuri, um homem disposto a enfrentar qualquer inferno por ela.

E ele enfrentaria.

Jimin sentia o peso da escuridão ao seu redor enquanto caminhava pela parte mais densa e sombria da floresta. As vozes que sussurravam em sua mente, tentando puxá-lo para o desespero, eram insistentes, mas ele estava determinado. Nada o impediria de trazer Yuri de volta. A floresta tinha sido um desafio impossível para qualquer um que ousasse adentrá-la, mas ele havia avançado onde todos falharam.

Quando Jimin finalmente chegou ao centro daquele local proibido, foi surpreendido. Em vez de um cenário aterrador e desolado, o lugar era iluminado, cheio de vida e beleza. Coelhos saltitavam entre as árvores, alces majestosos caminhavam serenamente, e pássaros coloridos cantavam alegremente entre as flores. Ele sabia que ainda estava na parte escura da floresta, afinal, os zumbidos das vozes ainda o acompanhavam. Mas aquilo parecia uma ilusão, um refúgio de paz no coração do caos.

O olhar de Jimin percorreu o lugar até que, finalmente, ele a viu. Yuri, sua alfa, estava lá. Ou melhor, a alma dela. Ela caminhava tranquilamente, brincando com os animais, como se fosse parte daquele paraíso oculto. Ela parecia feliz, confortável, sem qualquer desejo de voltar. Jimin sentiu um aperto no peito, mas precisava trazê-la de volta. Ele tentou tocá-la, mas sua mão atravessou o corpo etéreo de Yuri. Ela continuou a andar, indiferente à sua presença, e o desespero cresceu nele.

De repente, uma voz alta e clara o interrompeu. Era diferente dos sussurros que o acompanhavam durante todo o caminho. Ele se virou e encontrou uma mulher de aparência impressionante: cabelos brancos como a neve, olhos igualmente brancos, e vestida em roupas tão puras quanto o ambiente. Ela o observava com uma calma serena.

--A alfa não vai sair daqui _ disse a mulher, a voz como um eco de poder. -- Nunca vi uma alma tão pura e, ao mesmo tempo, tão cheia de arrependimentos como a dela. Esse lugar é o melhor para ela.

Jimin balançou a cabeça, recusando-se a acreditar.

--O melhor lugar para Yuri é ao meu lado _ele respondeu com firmeza, o coração apertado.

A mulher inclinou a cabeça, avaliando-o.

--Um dos grandes arrependimentos dela é você _ disse, sem qualquer emoção. -- Ela está melhor aqui, comigo e com as criaturas das sombras.

Jimin sentiu um calafrio percorrer sua espinha, mas não acreditou. Ele não podia acreditar. Avançou em direção à alma de Yuri mais uma vez, ficando bem à frente dela, implorando para que ela o visse. No entanto, seu corpo etéreo atravessou o dele, e um mal-estar profundo se espalhou por seu peito. O vazio de não ser visto, não ser sentido, era insuportável.

Desesperado, ele chamou por ela, gritando seu nome, tentando lembrar Yuri de quem ele era, do amor que compartilhavam, das promessas que fizeram um ao outro. Ele a lembrou das lutas, dos sonhos, do desejo de serem felizes juntos. Jimin mencionou o filho que nunca puderam conhecer. Quando o nome Moonbin escapou de seus lábios, algo mudou.

A alma de Yuri parou. Ela olhou para ele pela primeira vez, e Jimin viu lágrimas escorrerem por seu rosto. Ela estava voltando. O coração dele acelerou, a esperança se reacendeu. No entanto, uma voz ecoou por trás deles.

-- Isso é impossível _ disse a mesma mulher de antes, agora visivelmente surpresa. --Nunca vi alguém escapar do meu controle. Tanta dedicação... _ A voz soava mais como uma ameaça. -- Eu estarei de olho em vocês.

Foi nesse momento que Jimin sentiu o desespero tomar conta novamente. A alma de Yuri começou a desaparecer diante de seus olhos. Ele achou que a estava perdendo para sempre, que ela estava morrendo. Mas o que ele não sabia era que Yuri estava, na verdade, retornando ao próprio corpo.

Quando Yuri despertou, de volta à alcateia, ela sabia que precisava encontrar Jimin. Sentiu uma urgência que nunca havia experimentado antes. Sem hesitar, ela correu com toda a força que possuía, ignorando o cansaço, os obstáculos e o medo. As vozes da parte escura da floresta não a atingiam mais, e ela continuou correndo, determinada a chegar até ele.

E então, ela o viu. Jimin estava ajoelhado, chorando compulsivamente, acreditando que a havia perdido. O coração de Yuri se apertou ao vê-lo assim, tão devastado por sua ausência.

-- Jimin! _ ela chamou, sua voz forte e cheia de emoção.

Ele se virou, os olhos inchados e vermelhos pelas lágrimas, mas, ao vê-la ali, viva, sua expressão mudou completamente. A esperança renasceu em seus olhos, e ele correu em sua direção. Sem pensar duas vezes, Jimin a abraçou com força, beijando-a com paixão, como se não pudesse acreditar que ela estava ali, nos braços dele novamente.

E, naquele momento, ambos sabiam que, apesar das lutas e dos obstáculos, estavam destinados a enfrentar tudo juntos, até o fim.