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Boa leitura 💜📖

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— Será que é tão difícil entender que um casamento é algo do qual nenhum líder pode fugir, Yuri? — Bogum estava junto de Yuri em seu escritório, sentado em sua cadeira de veludo negro, tentando convencer sua filha a se casar com um dos ômegas que ele escolheu. — Um casamento é necessário para o fortalecimento de um clã — falou por fim.

— Por que eu faria isso? — disse Yuri com sarcasmo. — Não vou me casar só porque você quer que eu faça isso, não é assim que as coisas funcionam, Bogum! — Ela falou, ainda mais irritada com o homem, por ele estar insistindo tanto para que ela cumprisse essa ordem. — Fazer isso pela moral do clã? Não me importo com esse clã, não sou daqui e nem queria estar aqui. Fui tirada da minha família — disse cada vez mais irritada com toda a situação. Bogum não tinha o direito de impor nada a ela. Ele a tirou de sua casa, de sua vida, para fazer parte de algo em que ela não se sentia pertencente. Poder, liderança? Ela nunca quis nada disso, só queria sua casa de volta, seu povo de volta, seu pai de volta. — Pare de agir como se você tivesse o direito de ser meu pai, porque você não tem — falou, enfim, saindo do cômodo ainda muito irritada, sendo seguida por Yoongi. — O que está fazendo aqui, Yoongi? Cadê o Taehyung?

— Estou aqui porque temos uma reunião com os conselheiros agora, sobre as negociações com o clã Park — explicou Yoongi, ainda a seguindo. — Parece ser importante, já que Jin fez questão de te chamar.

— Tomara que seja realmente importante — respondeu Yuri, enquanto se dirigia à sala de reunião. Chegando lá, sentou-se na cadeira de liderança. — E então, o que de tão importante está acontecendo para que me chamassem a essa reunião?

— Yuri, o clã Park está dificultando o pagamento dos impostos das exportações de soja, café e trigo. Já estão devendo uma quantia considerável para nossos bancos, e quando enviamos cartas para saber o que está acontecendo, respondem dizendo que só falarão quando um representante nosso for até lá — falou, olhando os papéis em suas mãos.

— Só podem estar brincando — disse Yuri, achando que era uma piada, até perceber pelo silêncio que não era. — Por que vocês continuaram a vender mesmo depois que eles pararam de pagar? — levantou-se, batendo na mesa, olhando para todos, esperando uma resposta plausível. — Quando eles pararam de pagar, era para as exportações terem parado também! Vocês não sabem vender?! — gritou, claramente irritada com os presentes na sala. — Eu mesma irei lá cobrar a dívida. Cancelem todas as exportações para o clã Park até segunda ordem. E arrumem suas malas, Jin, Namjoon e Yoongi, vocês vão comigo também — falou, saindo da sala de reunião e indo em direção ao seu quarto, onde encontrou seu irmão deitado em sua cama. — O que está fazendo aqui, Taehyung? — perguntou, indo até o closet tirar o blazer que estava vestindo.

— Estava te esperando, irmã — falou Taehyung, um pouco mais alto, para que sua irmã pudesse ouvir de onde estava, enquanto ele se sentava na cama. — Como foi com nosso pai? — Mesmo depois de muitas reclamações de Yuri sobre ele chamar Bogum de pai, Taehyung ainda gostava de chamá-lo assim.

— Já falei sobre chamar aquele homem de pai, Taehyung — disse ela, saindo do closet, olhando para o irmão. — Nosso pai de verdade é outra pessoa. Eu sei que você não se lembra dele, mas, por favor, não chame Bogum de pai, ele não merece esse tratamento — falou, jogando-se na cama ao lado do irmão, suspirando de cansaço. — Amanhã eu estou indo ao clã Park para resolver alguns problemas políticos. Quer ir? — olhou para o irmão, esperando sua resposta.

— Quero! — exclamou animado com a ideia de viajar com sua irmã mais velha. — Que horas vamos?

— Provavelmente pela manhã — disse Yuri, fechando os olhos para dormir, mas logo sentiu seu irmão se levantar de repente da cama. — Taehyung, vai dormir! — exclamou, abrindo os olhos com preguiça e vendo seu irmão correr para o próprio quarto. — Taehyung! O que você está fazendo? — disse, levantando-se e indo até o quarto do irmão, vendo-o tirar roupas do closet e colocá-las na cama. — Pra que isso tudo? Provavelmente a gente só vai ficar uma semana lá — falou, sentando-se na cama dele.

— Casaco, caso esteja frio; roupa de calor, caso esteja quente; roupa formal, caso a gente vá a algum evento — explicou ele, enquanto organizava tudo em sua mala, que acabara de pegar no closet.

— Parece até que está se mudando — falou Yuri, cansada, deitando-se na cama do irmão. — Quando terminar, vá dormir, tá bom? — disse, com o pouco de consciência que ainda restava.

— Espera, Yuri, você não vai arrumar a sua mala? — Quando olhou para ela, viu que já estava dormindo profundamente. — Tá bom, eu vou dormir, mas só depois de arrumar a sua mala também — disse, sorrindo, enquanto terminava de arrumar suas coisas.

Já te falaram que a vida pode ser injusta? Pois falaram a verdade, ela realmente é injusta. Por que pessoas boas sofrem? É uma das grandes questões que fazemos quando vemos as notícias, e aqui não seria diferente. Pessoas boas sofrem aqui também, mas a diferença é que elas terão a chance de mudar isso. Uma dessas pessoas é Jimin. Em sua própria casa, não é bem tratado; seu pai não o ama e o maltrata todos os dias. Que vida cruel para um jovem. Por que é tão difícil receber amor de alguém? Por que pedir respeito é besteira? Eu sei, muitos fazem essas mesmas perguntas todos os dias: por que ele me odeia tanto? O que foi que eu fiz? Eu só queria que ele me visse como seu filho.

Não é pedir muito, não é?

Mas será que ele sabe disso?

Não, ele não sabe.

Na sala de reunião do clã Park, o líder Jaewon estava conversando com seu filho.

— Faça as coisas certas desta vez, entendeu? — disse, olhando com frieza para o pobre ômega encolhido à sua frente. E como não estaria encolhido, sendo que seu próprio pai estava soltando seu feromônio alfa para fazê-lo se sentir menor, submisso? — Não quero erros, entendeu? — Jaewon elevou o tom. — Você já estragou as coisas outras vezes. Não é sempre que vou conseguir encontrar um alfa tão bom para você. Você precisa se casar para dar descendentes ao nosso clã, já que você não serve para ser líder — falou, sem perceber o quanto aquilo machucava seu filho, ou talvez não se importando com isso. — Saia, ômega, não quero ver sua cara, você só me traz desgosto — girou a cadeira, ficando de costas para o filho.

— Sim, meu pai — respondeu o ômega, levantando-se e saindo da sala. Já estava acostumado com tudo aquilo que escutava. Não se lembrava mais de quando seu pai o tratou bem, se é que isso um dia aconteceu. Agora, ser "vendido" da forma como estava sendo, ele não esperava que seu pai pudesse ir tão longe. Para um velho como Lee, um homem com idade para ser seu avô, aquilo era nojento. — Ele não pode fazer isso — disse, já sentindo aquela sensação que tanto odiava, mas que era sua fiel companheira: o nó na garganta, que dificultava sua respiração, e os olhos embargados com as lágrimas que insistiam em cair. Como ele odiava aquilo, como odiava o fato de que a única coisa que podia fazer era chorar. Só Chorar

Nosso Destino (BTS)Onde histórias criam vida. Descubra agora